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Mercado com sotaque carregado

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Segundo nosso companheiro  Fernando Miragaya, do jornal o Globo, (Rio de Janeiro), o Brasil, por ser um país de grande extensão territorial, tem particularidades interessantes no campo automotivo.

E o meu amigo tem razão: por exemplo, um natalense estranhará  as concessionárias de Goiânia (Goiás). Pick-ups e SUVs dominam os “show rooms”, enquanto os carros de passeio ficam em absoluto segundo plano. Não há “um mercado brasileiro”, mas preferências e lógicas que variam segundo cada região do País.

Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional dos revendedores de Veículos Automotores), a Fiat é a líder de comercialização no total do mercado brasileiro, seguida pela Volkswagen. A Ford está em 4º- lugar e a Renault em quinto. No Estado de Goiás, a Volkswagen é a primeira colocada e a Hyundai a quinta.

Na vendas nacionais, a Toyota aparece em 7º- lugar, mas no Estado do Acre é 3ª- colocada, atrás apenas da Volkswagen e Fiat. Aliás, a marca japonesa figura sempre entre as cinco primeiras colocadas nos Estados da região Norte, com exceção do Tocantins, onde a quinta colocada é a Mitsubishi.

Essa realidade resulta da existência das chamadas “regiões picapeiras). Toyota Hilux e Mitsubishi Pajero se destacam em “praças” onde a demanda por veículos comerciais ou 4×4 é grande. Efeito de amplas áreas rurais, estradas ruins e endinheirados do agronegócio.

“São regiões de alto poder aquisitivo com fronteiras agrícolas, que demandam modelos de uso misto”, afirma Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave.

As demandas regionais estão mais ligadas à necessidade e à praticidade do produto.

No Ceará, Hilux serve à Polícia

Incrível, a Toyota comercializa muito mais Hilux do que Corolla (quase o dobro) nas regiões Norte, Nordeste e Cento-Oeste.

No Estado do Ceará, a Polícia anda de Hilux. Ali, a marca japonesa é a 4ª- colocada em vendas, seguida pela Hyundai.

“O Nordeste é uma das regiões brasileiras que mais cresceram economicamente nos últimos anos e vem puxando bastante nosso percentual de vendas”, afirma Luís Carlos Bueno, gerente de Operações de Vendas da Toyota para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

É nas regiões fora do eixo Sul-Sudeste que o negócio automóvel mais cresce no Brasil. Além disso, são áreas com alto índice de demanda reprimida. Enquanto no Sudeste há uma relação de 3 pessoas para cada automóvel, no Nordeste esse índice é de 7.

Na busca pelo 1º- carro, há grande preferência por veículos “populares”. Isso se reflete no Estado do Tocantins, onde há outra peculiaridade nos dados de comercialização. Além de ter a Mitsubishi como 5ª- marca mais procurada, a chinesa Chery figura como a 10ª- colocada.

E a força do proprietário da concessionária também conta. Muitas vezes o concessionário faz parte da comunidade. Quanto menor a “praça”, mais isso se torna relevante.

Nesse panorama de busca pelo primeiro automóvel e crescimento econômico, a Fiat “nada de braçada” no Nordeste e reafirma sua liderança nacional com uma diversificada linha de produtos de entrada. Na região, o Siena é sedã compacto mais vendido e a pick-up Strada alcança quase 70% de participação no mercado de pick-ups leves.

A Fiat comercializa mais em todos os Estados nordestinos, com exceção de Sergipe (perde por pouco para a Volkswagen). No Piauí, 1 em cada 3 veículos vendidos é Fiat. É uma marca bem acima de sua média nacional, de 21%, entre janeiro e novembro.
As marcas mais vendidas em cada Estado

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