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Muda técnico, mas o futebol não

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Londres (AE) – O Brasil deu o pontapé inicial na preparação para a Copa com uma derrota. Na estreia do técnico Luiz Felipe Scolari, que começa agora a preparar o time para o Mundial de 2014, a seleção brasileira perdeu para a Inglaterra por 2 a 1, em amistoso disputado ontem, no estádio de Wembley, em Londres. Rooney e Lampard marcaram os gols da vitória inglesa, enquanto que Fred descontou.
Vindo do banco de reservas, o atacante Fred marcou o gol logo na primeira vez que pegou na bola. Ele ainda acertou uma bola no travessão
Felipão sabe que terá pouco tempo para preparar a seleção. Por isso, pediu para o grupo encarar todos os amistosos com a seriedade de um jogo oficial. Para a estreia, ele manteve a base do seu antecessor, mas também buscou de volta veteranos como Júlio César, Ronaldinho Gaúcho e Luís Fabiano.

Ronaldinho Gaúcho, que completou a marca de 100 jogos pela Seleção Brasileira – recebeu até uma pequena homenagem da CBF -, teve uma atuação abaixo do esperado, chegando a perder um pênalti quando ainda estava 0 a 0.

Escolhido por Felipão para ser o centroavante – utilizar um jogador dessa característica foi a principal mudança em relação ao esquema tático que era adotado por Mano Menezes, Luís Fabiano teve atuação discreta e deu lugar para Fred ainda no intervalo. O goleiro Júlio César, por sua vez, foi o maior destaque brasileiro em Wembley: fez grandes defesas e mostrou a antiga segurança.

A primeira grande intervenção de Júlio César, mesmo no gol da Inglaterra, aos 25, ele fez milagre ao defender o chute de Walcott após o lindo passe de Wilshere. Rooney, então, aproveitou o rebote do goleiro e tocou para abrir o placar em Wembley.

O Brasil teve outra ótima chance no primeiro tempo,  quando Oscar roubou a bola no ataque e fez o cruzamento para Neymar, que deu o carrinho, sozinho dentro da área, e mandou para fora.

No intervalo, Felipão fez as primeiras três mudanças no time, colocando o volante Arouca, o meia Lucas e o atacante Fred nos lugares de Ramires, Ronaldinho Gaúcho e Luís Fabiano. O Brasil quem voltou melhor para o segundo tempo. Tanto que não demorou muito para conseguir o empate. Aos dois minutos, Lucas roubou a bola, após falha do zagueiro Cahill, e Fred chutou com categoria, na entrada da área, para marcar o gol brasileiro. O empate desestabilizou os ingleses. Em mais um erro na saída de bola, Fred teve nova chance aos quatro, mas, dessa vez, o chute dele parou no travessão. Aos poucos, porém, a Inglaterra voltou a equilibrar o jogo e a ameaçar o Brasil.

Mesmo atuando bem, Júlio César não teve como evitar o segundo gol. Aos 14, Lampard pegou o rebote na entrada da área, após um vacilo de Arouca, e chutou com categoria, sem chance de defesa para o goleiro brasileiro. Depois disso, a Inglaterra passou a controlar o ritmo da partida, evitando que o Brasil levasse muito perigo para Hart.

Felipão ainda fez mais três substituições no restante do segundo tempo, colocando o zagueiro Miranda, o lateral-esquerdo Filipe Luís e o volante Jean nos lugares de David Luiz, Adriano e Paulinho. Mesmo com as mudanças, o Brasil não teve forças para evitar a derrota. Assim, mesmo com a estreia do técnico do pentacampeonato de 2002, começou mal a caminhada brasileira para a disputa da Copa de 2014.

Foi, no entanto, apenas o primeiro teste da seleção de Felipão. Até a disputa da Copa das Confederações, de 15 a 30 de junho.

Astros não empolgaram o técnico

A defasagem presente entre o início do calendário brasileiro e europeu foi motivo de discussão ontem. O técnico Luiz Felipe Scolari não aprovou a participação de Neymar e Ronaldinho Gaúcho na derrota por 2 a 1 para a Inglaterra, em Wembley, mas tratou de tranquilizar a torcida. O comandante acredita que as fracas atuações perante a zaga europeia foram motivadas pelo condicionamento físico abaixo do ideal.

Neymar era a grande esperança brasileira para este amistoso. O santista gerou até desconfiança entre os jogadores rivais, que admitiram não conhecer o seu futebol. A atuação do atleta, porém, foi decepcionante. O jogador não conseguiu se desvencilhar da forte marcação imposta pelo técnico Roy Hodgson e chutou para longe as poucas chances de gol que teve na partida.

“Nós não tínhamos condições de dar uma chance maior para o Neymar mostrar as suas condições. Eu não tinha como fazer com que ele prevalecesse sobre o seu adversário. Os ingleses estavam preparados fisicamente e preenchiam as lacunas que o Neymar abria. Com estas dificuldades ele não vai render o esperado do Brasil  e só poderá ser avaliado a partir de fevereiro ou março, quando todo mundo estiver bem”, minimizou o comandante canarinho.

O técnico também tratou de defender Ronaldinho Gaúcho após o término do confronto. O camisa 10 comemorava 100 jogos pela Seleção Brasileira e deixou o campo no intervalo para a entrada de Lucas. A sua atuação no primeiro tempo ainda ficou marcada pelo pênalti defendido pelo goleiro Hart e pelos seguidos passes equivocados no meio campo. Para Felipão, contudo, o que realmente influenciou na atuação do armador foi a parte física.

“O Ronaldinho fez 90 minutos de sua primeira partida no Brasil. É normal que ele jogue e não esteja totalmente nas condições que a gente pretende. Mas se ele continuar trabalhando normalmente em sua equipe, vai estar nas próximas convocações fácil, fácil”, comentou Felipão, lembrando que o meia só atuou em 2013 no clássico do último domingo, entre Atlético-MG e Cruzeiro, na inauguração do Mineirão.

Apesar de a CBF ter anunciado uma série de amistosos para a equipe canarinho, o goleiro Júlio César acredita que a ausência das Eliminatórias prejudica o desempenho dos comandados de Felipão.

“O fato de não ter Eliminatórias complica um pouco o trabalho. Mas a gente tem que aproveitar este curto período que nós estamos juntos para entrosar o mais rápido possível, porque temos amistosos contra grandes seleções de novo”, disse o camisa 12, que hoje defende o inglês Queens Park Ranges, lanterna do Campeonato Nacional 2012/2013. “Ninguém gosta de perder um jogo como este, com estádio cheio. Mas valeu pelo início do Dante, pelo fato de eu vestir a camisa da seleção de novo, que eu estava com muita saudade. Eu vou para casa satisfeito e dormirei feliz com meu trabalho”, ressaltou.

A próxima chance de Júlio César ocupar o gol do Brasil virá em março, no amistoso marcado para o dia 21, contra a Itália.

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