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Desafios de Mossoró e os compromissos dos candidatos

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Margareth Grilo – Repórter especial

Segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte, com 164.975 eleitores – 7% a mais que nas eleições de 2010 – a cidade de Mossoró, na região Oeste do RN, detém o segundo maior orçamento anual do Estado, da ordem de R$ 458 milhões. O município tem 254.032 mil habitantes e, nesse pleito municipal, cinco candidatos que disputam a Prefeitura.
Candidatos do segundo maior colégio eleitoral do estado enumeram o maior desafio do Mossoró no futuro
A 13 dias das eleições de 7 de outubro, a campanha está polarizada entre duas candidaturas, a do PSB e a do Democratas. A deputada estadual Larissa Rosado (PSB) é candidata de oposição. Integra a coligação “Frente Popular Mossoró Mais Feliz”. Seu vice é o professor Josivan Barbosa. Já a vereadora Cláudia Regina é  apoiada pela governadora Rosalba Ciarlini e disputa a Prefeitura pelo DEM, na coligação “Força do Povo”. Ela tem como vice, Wellington de Carvalho. As duas entraram, pela primeira vez, numa candidatura majoritária.

Os outros três candidatos são professores. Ednaldo Calixto é candidato a prefeito pelo PRTB, sem coligação.  Josué Moreira disputa a Prefeitura pelo PSDC, também em uma chapa ‘puro sangue’. Já Raimundo Nonato (Cinquentinha) é candidato pelo PSOL. À convite do portal TRIBUNA DO NORTE, os cinco candidatos participaram de uma sabatina gravada nos dias 15 e 16 de setembro, em local definido pelos  candidatos.

Além de perguntas sobre saúde, segurança e educação, os prefeitáveis responderam a uma pergunta comum: qual o maior desafio de sua cidade e que solução o senhor apresenta? Ao falar sobre o desafio de administrar a segunda maior cidade do Estado, os prefeitáveis de Mossoró foram unânimes em dizer é preciso aliar crescimento econômico e desenvolvimento. As entrevistas, na íntegra, estão disponibilizadas no portal TN Online (hotsite das Eleições 2012). Veja o resumo da resposta de cada candidato:

Larissa Rosado – PSB

“O grande desafio é aliar o crescimento econômico ao desenvolvimento da cidade, que a saúde, que a educação, que a segurança possa acompanhar esse crescimento. E a nossa prioridade quando chegarmos à Prefeitura é exatamente cuidar das pessoas. Quando se cuida das pessoas você dá atenção e trabalha com muito amor pelas mais diversas áreas. Então, vamos trabalhar políticas de maneira integrada. Por exemplo, a saúde em Mossoró passa por sérias dificuldades. Os postos de saúde estão abarrotados de gente. São pessoas que passam a noite, muitas vezes a madrugada esperando uma consulta, e quando chega o momento de ser atendido recebe a notícia de que tem seis, dez consultas apenas para aquele dia. Mossoró precisa ter uma gestão que tenha atenção especial para resolver isso. E nós vamos resolver esse problema contratando maior número de médicos para a cidade e fazendo uma central de marcação de consultas que funcione bem, para que a população não precise se expor. À medida que uma idosa, que uma mãe vai e passa uma noite atrás de uma ficha, ela está expondo sua segurança também. Vamos criar a central de marcação de consultas para que as pessoas possam se utilizar o do serviço, marcando a consulta pelo telefone ou através da internet.  Temos que trabalhar uma política de geração de emprego e renda para garantir esse desenvolvimento, para que as pessoas a sua manutenção, o dinheiro mesmo para bancar sua família, o pão de cada dia. Tem muito a ser feito em Mossoró. “

Cláudia Regina – DEM

“O maior desafio para o futuro gestor na cidade de Mossoró é exatamente manter o nível de desenvolvimento que a cidade tem assumido e tem enfrentado. É impressionante como pulsa a economia dessa cidade, como gera-se oportunidade para as pessoas e como, através da parcerias dos investimentos públicos com a iniciativa privada e com o cidadão, se constrói uma cidade cada vez mais desenvolvida. Então, o grande desafio é avançar e não permitir que Mossoró retroceda ou pare. É o maior desafio e iremos enfrentá-lo, porque sabemos das potencialidades de Mossoró, da força da sua gente e como buscar parcerias. E esse desafio passa por um leque de atividades. Primeiro, pela parte da economia da cidade. Teremos o programa Mossoró Empreendedora que visa trabalhar em três eixos. Primeiro, atrair investimentos. Vamos usar R$ 200 milhões para atrair cada vez mais investimentos. Queremos gerar muito mais oportunidades para os novos jovens, para a população mossoroense. Paralelo a isso, iremos incentivar o micro e pequeno empreendedor. Na cidade de Mossoró são muitos que sobrevivem e sustentam suas famílias com micro empreendimentos, e vamos ter um olhar direcionado para apoiar isso. Fechando esse leque dos três eixos, teremos a capacitação e a qualificação profissional. Mossoró empreendedora visa abranger, na totalidade, o talento, a arte que o mossoroense tem de empreender, e fazer com que a prefeitura seja parceiro do cidadão na construção da economia e dessa Mossoró que queremos cada vez mais empreender.  “

Ednaldo Calixto – PRTB

“O desafio para qualquer um dos candidatos que se eleger é tornar Mossoró uma cidade mais progressista. Mossoró tem crescido, mas não tem progredido. Então, o desafio é exatamente estabilizar as contas, arrumar a casa e fazer com que Mossoró cresça de uma forma progressista e não inchada. A solução, no nosso caso, se chegarmos à Prefeitura, é exatamente fazer um enxugamento da máquina. Já é de conhecimento público que Mossoró tem um excesso de funcionários, de cargos comissionados. Falo excesso no sentido de que são pessoas não concursadas, pessoas que foram agraciadas pelos atuais governos. Pretendemos enxugar essa máquina para ver onde as contas realmente vão caber e o que é possível fazer em todas as áreas, para que a cidade possa crescer. Tem que haver esse enxugamento, esse controle das finanças para que a gente possa então começar a projetar o crescimento da cidade em todos os sentidos. Mossoró também tem passado por crises na saúde. A cidade já deveria ter um hospital público municipal, custeado e pago diretamente pelo município para não ter dependência direta com o governo do Estado. Está no nosso projeto de governo, exatamente a construção de um hospital municipal que atenda todas as especialidades, desde uma simples consulta, um exame, até uma cirurgia mais complexa. Mossoró tem espaço e tem recursos para isso. Nós pretendemos construir esse hospital para que Mossoró tenha uma saúde digna para o cidadão”.

Josué Moreira – PSDC

“O maior desafio é a reorganização da cidade. A cidade está muito desorganizada. Falam de uma Mossoró do futuro, fazem uma propaganda muito grande, mas quando a gente vai na periferia da cidade a gente vê o descaso do poder público e o completo abandono das pessoas mais necessitadas. Muitas favelas, muitos buracos, muitas ruas sem calçamento, sem saneamento básico, dois grandes esgotos a céu aberto. Nunca resolveram esses problemas. Oito anos se passaram e pouca coisa foi feita na nossa cidade. Agora, os investimentos que têm na propaganda apresentam uma Mossoró surreal, fora de uma realidade que é terrível, falam de uma Mossoró totalmente fora do contexto, da realidade. Então, o próximo prefeito terá muito trabalho. Por mais que ele seja um trabalhador dedicado à cidade, ele terá quatro anos de muito trabalho para tentar reorganizar a cidade, principalmente, no centro da cidade. É uma desorganização total no trânsito, na mobilidade urbana. Então, tem muito a ser feito na cidade de Mossoró. E nós apresentamos uma receita simples: transparência com recursos públicos, fazer um governo participativo, priorizando aquilo que deve ser prioridade em nosso município. Então, precisamos investir na qualidade do atendimento à saúde, na educação, na infraestrutura. Para a geração de emprego e renda, a gente precisa investir mais, principalmente, na parceria com o poder privado, tentando atrair algumas indústrias, mobilizando o próprio comércio local.”

Cinquentinha – PSOL

“Em primeiro lugar, o desafio é quebrar a polarização, da família Rosado, que é muito forte na cidade de Mossoró, mas que não é impossível. Segundo, é fazer uma administração voltada para o social, onde os problemas, principalmente, da saúde se agravam a cada dia. O PSOL vê a oportunidade de fazer uma reforma salarial no quadro do funcionalismo, porque vivemos numa cidade onde está bem encrustada a corrupção, o cargo comissionado nessa cidade domina o serviço público. E, também, na área da saúde, o maior desafio é a construção de um hospital municipal geral, que evite que os pacientes sejam deslocados para grandes centros, como Natal e Russas. Nós temos déficit muito grande nessa área de hospital. Mas também é desafio um envolvimento das três esferas de governo nessa questão da segurança e porque não também a sociedade entrar forte nessa parceria. No nosso caso, mais específico, nos assistimos, nos últimos oito anos, todos os postos policiais serem fechados, sem que as autoridades, os políticos fizessem algo para que isso não ocorresse. Eu venho falando que a  prefeitura é coadjuvante nessa parceria porque, na verdade, o grande gestor é o Estado. Mas nós enquanto gestores pretendemos, pelo menos, restaurar toda a rede de segurança municipal. Fazer a revitalização dos postos, que estão fechados, e entregar ao Estado as unidades com água, luz e telefone, comunicação, e o Estado entraria como parceiro maior com os policiais e as viaturas, a parte mesmo de segurança como propriamente dita.”

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