Woden Madruga [ [email protected] ]
Agora, no Chile, onde foi para a posse da presidente Michelle Bachelet (segunda vez que ocupa o cargo), a presidente Dilma Rousseff, ao ser perguntada por um repórter sobre a crise gerada pela bancada do PMDB na Câmara, respondeu, com um sorriso franco no rosto bem corado: “Olhe aqui, vou te falar uma coisa: o PMDB só me dá alegria”. Uma alegria tão contagiante que provocou risos gerais na distinta plateia. Daí o leitor chega à conclusão de como são deliciosos os tintos chilenos: suas cores, seus aromas, seus sabores. Uma combinação perfeita que eles conseguem tirar de suas uvas Merlot, Pinot noir, Cabernet. Nada a ver com a aridez das conversas de Brasília.
Enquanto batucava estas mal traçadas linhas, a bancada do PMDB na Câmara, reunida na sala da sua liderança, se preparava para aprovar uma moção de apoio ao líder Eduardo Cunha que, há algumas semanas, é alvo de intenso tiroteio do PT e também de disparos partidos do Palácio do Planalto. A internet não acrescenta o andamento da reunião que deve entrar pela noite. Aguardarei amanhã. Aproveito, então, para ler Dora Kramer, no seu artigo de ontem no Estadão, com o título “Fabricação própria” que começa assim:
“Pode ser que a presidente Dilma Rousseff, com o auxílio do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, consiga arrumar as coisas no terreno político e, com a ajuda do ministro Guido Mantega, possa recuperar a confiança do empresariado. Vai ser difícil, contudo, que isso aconteça da maneira pretendida: com a rapidez exigida pela conveniência eleitoral.
Ambas as situações – a conflagração na base de apoio materializada na rebelião do PMDB e a crise de confiança do setor produtivo – não surgiram de uma hora para outra nem decorreram do fenômeno da geração espontânea. Foram (im)pacientemente cultivados ao longo dos últimos três anos. Nesse período, os traços de personalidade da presidente ganharam o incentivo do marketing da poderosa e inflexível gerente que tudo sabe e a todos enfrenta.
Uma construção gradativa, intermeada de avisos, de queixas sempre rechaçadas com menosprezo, quando não com bravatas.”
E no Rio Grande do Norte? O fato novo que ocupa as conversas políticas da brava província de Poti mais heroica, é a mudança no comando da Secretaria de Segurança. Nem o secretário Aldair Rocha, filiado ao PT, sabia que ia ser substituído. O nome do novo secretário, um general da reserva, veio no bolso do colete do ministro da Justiça que aterrissou segunda-feira por estas bandas para uma reunião sobre segurança da Copa da Fifa. O novo secretário já está sendo considerado, nas rodas políticas, como um ‘legado’ da Copa.
Já a definição das candidaturas nas eleições de outubro depende ainda de trinta e duas léguas de conversas e muitas braças de arrumações.
De empréstimo
Da leitora Teresa Aranha recebi a seguinte protesto:
– Sou funcionária do Estado, tenho um empréstimo consignado, mas a Sra. Governadora faz 90 dias que não repassa o dinheiro ao banco, ocorrendo com isso apropriação indébita, uma vez que desconta todo mês do meu contracheque. Com isso, estou sendo prejudicada em todas as operações de crédito (cheque especial, cartão de crédito, etc.), além de receber cobrança diariamente (constrangimento total).
– O que será que essa senhora pode fazer mais para prejudicar os funcionários. Ela deve voltar para Mossoró, de onde nunca teria saído.”
Livro
A escritora e poeta Diulinda Garcia lança, hoje à noite (19 horas), no Buffet Renata Mota, seu livro “Rascunho”. Tem o selo da UEB-RN e foi editado pela Offset Editora. Orelhas de José Garcia e apresentação de Eduardo Gosson. Reúne crônicas e poemas:
Destaco o poema ‘Sem pudor’:
“O despudor do vento/ leva-me/ a segurar / minhas imaginárias/ saias/ longas/ e cinzentas/ como se uma missionária/ a cumprir / o pudor/ de um existir/ sem pudor”.
Valter Lopes Morreu no começo da noite de segunda-feira, 10, de um infarto, Valter Lopes, Vavá, ex-prefeito de Barcelona, um dos líderes políticos importantes da região do Potengi. Andava entre os 81, 82 anos. Foi prefeito de sua terra em três mandatos. Seu sepultamento ocorreu no final da tarde de ontem.
Chuva
O boletim da Emparn registrou ontem chuvas em vários municípios do Oeste, Seridó, Agreste e Sertão Cabugi. A maior delas foi em Tibau, no Oeste, 47 milímetros. Em José da Penha, mais embaixo, 40; Luís Gomes 38; Rafael Fernandes, 34; Encanto e Serrinha dos Pintos, 27; Portalegre e Doutor Severiano, 25; Frutuoso Gomes, 22. Pau dos Ferros, 20; Martins, 17; Viçosa, 16; Francisco Dantas, 15; Marcelino Vieira e Riacho de Santana, 14.
No Seridó choveu em Santana do Matos, 19; Caicó (Palma), 17; Florânia, 12; Caicó (Emater), 6. No Agreste: Santo Antônio, 23; Serrinha, 10; Vera Cruz, 9; Lagoa de Pedra e Monte Alegre, 7. No Sertão Central Cabugi: Angicos, 21; Pedro Avelino, 6. Chuvas também no Litoral Sul: Baía Formosa e São José de Mipibu, 12; Canguaretama, 9.
No Ceará
Continua chovendo no Ceará. O boletim de ontem da Funceme dá conta de ocorrências em 126 municípios, pegando todas as regiões do Estado. A maior chuva foi em Fortim, na Jaguaribana, 100 milímetros. No Crato (Cariri), 74. Em Aracati, parede meia com Mossoró, 68, e em Icapuí, divisa com Tibau, 65.
Notícias também de chuvas no alto sertão de Pernambuco e do Coremas e Piancó, na Paraíba.
Carro
Pipa Leio na coluna de Sônia Racy, no Estadão:
– A falta de água já causa impacto na inflação. Desde o começo de 2014, o café subiu 44%. Soja, 20%. O milho, 6,8%, e o boi gordo, 23%. São números de José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. No setor de hortaliças, o efeito da seca foi mais sentido nos últimos trinta dias. O tomate, por exemplo, corre o risco de repetir a dose de vilão da estação: subiu 61%
