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‘A Assembleia não vai querer o ônus de inviabilizar a Copa’

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Na semana em que deputados estaduais sinalizaram ter intenção de criar uma série de dificuldades para o Executivo na Assembleia, o governador Iberê Ferreira de Souza declara que o governo está disponível para enviar os pedidos de informações que forem necessários à discussão e votação dos projetos. Ao responder sobre a demora na votação da autorização para o empréstimo de R$ 77 milhões junto à Caixa Econômica Federal, Iberê Ferreira afirma que não acredita que os deputados queiram assumir o ônus de inviabilizar a Copa do Mundo de 2014 em Natal. A operação de crédito é para obras de “mobilidade urbana” que integram os preparativos para a cidade ter a infraestrutura necessária à Copa em Natal. Nesta entrevista, o governador responde também sobre projetos administrativos, o pacote de Segurança e as articulações para a disputa da reeleição.
Iberê Ferreira de Souza, governador
O senhor anunciou, logo depois de tomar posse, uma série de medidas para a Segurança. Em  quanto tempo a população poderá sentir os resultados destas medidas?
Nós anunciamos essas medidas para a Segurança com o objetivo de reestruturar o setor. Essas medidas consistem em mapear as áreas de atuação da Polícia Militar em todo o Estado, descentralizar a atividade policial, levando os comandos para mais perto da população e redistribuindo o efetivo policial para que todos os municípios possam contar com o serviço de forma eficiente. Enfim, são medidas práticas e imediatas. Nós acreditamos que as mudanças já estão ocorrendo e a população já começa a perceber seus efeitos.
 
Para as demais áreas do governo, haverá pacotes semelhantes? Quais?
Nós já anunciamos medidas para a reconstrução de 39 trechos de estradas e outras de natureza administrativa. Nos próximos dias estaremos anunciando ações na Polícia Civil e para a Saúde, mas entendemos que esse processo deve ser feito com muita responsabilidade e dentro de um planejamento. Não adianta querer fazer tudo de uma vez. Por isso nós anunciamos e executamos as medidas de um setor para depois seguir com as ações em outro segmento.
 
Uma semana depois de nomeado, o então secretário de Educação deixou o cargo, isso implicou em algum prejuízo para a administração?
O pedido de exoneração do Padre Nunes foi motivado por razões pessoais que nós entendemos e respeitamos. Ele é um homem ético que merece nossa admiração. Mas isso não representou descontinuidade na rotina administrativa da Secretaria de Educação, porque o secretário Otávio Tavares já respondia pela secretaria desde o falecimento de Ruy Pereira. Ele é um técnico competente e tem toda capacidade para ocupar o cargo, além de contar com um fator positivo ao seu lado, que é o legado deixado por Ruy.
 
O governo está satisfeito com o ritmo das discussões e das ações ligadas ao Aeroporto de São Gonçalo?
A construção do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante é irreversível. O trabalho da pista do terminal já foi concluído e o Governo Federal veiculou recentemente uma propaganda mostrando que essa é uma das principais obras para a realização da Copa de 2014. Além disso, o aeroporto é considerado pela mídia nacional como um exemplo. Nós temos certeza e estamos lutando para ele ser concretizado.
 
E o relacionamento com a Petrobras, como está? A ex-governadora Wilma de Faria assumiu uma posição de cobrança junto a estatal, mas não conseguiu tantos projetos concretos. Que postura o senhor pretende assumir diante da estatal?
Não há como negar que a Petrobras é uma das principais empresas instaladas no Rio Grande do Norte. E essa parceria trouxe muitos benefícios para o nosso estado, como a refinaria Clara Camarão, que está sendo construída e era um desejo nosso há décadas. Também podemos citar o gasoduto e a Termoaçu, que saiu do papel e já está funcionando. Mas é preciso entender que devemos manter uma negociação constante, pensando sempre em uma compensação para as futuras gerações.
 
Há algum projeto do atual governo para que o Estado tenha um novo ritmo de desenvolvimento?
Em sete anos, a gestão da governadora Wilma de Faria melhorou os indicadores de desenvolvimento. Hoje, o Rio Grande do Norte está em segundo lugar no Indicador de Desenvolvimento Socioeconômico dos Estados, o IDSE. Também somos o segundo estado do Nordeste com melhor infraestrutura, sendo um dos mais preparados para o futuro. É claro que é preciso fazer mais e estamos empenhados em manter esse ritmo de crescimento. O nosso grande desafio, que eu passei para os secretários, é não só manter esse ritmo, como melhorar esses índices.
 
Alguns deputados reagiram de forma negativa aos projetos que o senhor enviou à Assembleia, como a ampliação do percentual de remanejamento do orçamento. Como o senhor viu essa reação? O governo vai articular para reverter a tendência de resistência a este projeto?
Os deputados que têm uma reação negativa ainda não devem ter lido os projetos que apresentamos. Eu me nego a acreditar que algum deputado, apenas por questões políticas, trave o andamento dessa matéria, que é de interesse publico, inclusive trata de um reajuste de servidores que foi aprovado pela própria Assembleia. Pelo que conheço dos nossos parlamentares, tenho certeza de que o RN não seria penalizado por questões políticas. Fui à Assembleia pessoalmente, conheço aquela Casa, onde fui deputado, e não terei nenhum problema em detalhar todas as informações que forem solicitadas.
 
Se não for aprovado o remanejamento, como o senhor pretende assegurar o pagamento dos reajustes aprovados no final do governo Wilma?
Eu não conto com essa possibilidade. São projetos importantes, como o reajuste dos servidores, que inclusive foi aprovado pela Assembleia Legislativa. Por isso, confio na responsabilidade dos deputados e acredito que conseguiremos essa aprovação.
 
O governo está prestes a perder os recursos para investimentos na mobilidade urbana, voltados para os preparativos da Copa de 2014, como o senhor avalia a postura da Assembleia, particularmente do presidente da Casa, neste episódio?
O projeto da Copa de 2014 não tem conotação partidária. A Copa é um grande evento que trará benefícios para todo o Rio Grande do Norte. Não acredito que a Assembleia queira assumir amanhã o ônus de ter inviabilizado a Copa de 2014 em Natal. Repito, eu acredito e confio no espírito público dos nossos deputados, seja ele Governo ou oposição. Uma disputa agora só traria prejuízos para o RN.
 
Como estão as articulações para a formação de chapa majoritária? Com quais partidos o PSB conta na disputa da reeleição?
Na coligação majoritária, por enquanto, temos os seguintes partidos: PSB, PT, PHS, PPS e PTB. Teremos também o apoio, já anunciado, de parte do PMDB e do PR e vamos lutar para ampliar esta aliança com partidos que estejam integrados com o projeto do presidente Lula. 

Como está a articulação com os prefeitos? Quantos apoiam a candidatura do senhor?
Eu fui eleito seis vezes deputado federal, duas vezes deputado estadual e sempre fui caracterizado como municipalista, porque durante estes mandatos sempre acreditei que devemos trabalhar em sintonia com os municípios. É assim que penso também no governo. Não há como desenvolver nossas ações sem o fortalecimento dos municípios. Por isso, nós continuamos recebendo os prefeitos de todos os partidos para dialogar não apenas sobre esses projetos, mas também sobre parcerias administrativas, independente da posição política deles.
 
Como está a definição do vice? A tendência é mesmo a deputada estadual Larissa Rosado formar a chapa como candidata a vice?
Como eu tenho falado sempre, a nossa estratégia é não se concentrar no nome de quem será vice agora. A deputada Larissa é um excelente quadro, assim como outros integrantes de nosso grupo. Mas quem indica o vice é a coligação e esse nome só será escolhido em junho.

O PSB do RN está unido na aliança com o PT e no apoio de um nome para ao Senado de um petista?
Eu trabalharei com a mesma intensidade pela vitória tanto de Wilma de Faria, quanto para o companheiro de chapa dela, que será indicado pelo PT.
 
O ex-prefeito Carlos Eduardo disse que, se não for para o segundo turno, apoia o senhor. Ele terá reciprocidade do PSB? O senhor apoiaria o ex-prefeito se ele passar para o segundo turno na disputa eleitoral para o governo?
Eu agradeço a decisão dele. Esse posicionamento é natural, uma vez que o PDT faz parte da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
Como o senhor avalia a composição PR, PV e PMDB para o Senado e a disputa da eleição proporcional? Quem perdeu e quem ganhou com essa aliança firmada entre os três partidos?
Se eu dissesse que fiquei satisfeito, estaria mentindo. Mas respeito essa decisão. Inclusive eu não posso intervir nas decisões de outro partido que não seja o meu, o PSB. Muitas vezes, na política, se atinge o possível e não o desejado. Mas eu conversei com o deputado João Maia e com o deputado Henrique Eduardo Alves e sei que eles estão engajados no nosso projeto político [da disputa pela reeleição]. Eles são homens comprometidos com o Rio Grande do Norte e saberão honrar esse compromisso.
 
Como está o tratamento médico que o senhor está em São Paulo?
Eu acabo de sair da minha segunda semana de tratamento e tenho respondido muito bem. Eu sei que é um procedimento difícil e só quem já enfrentou uma doença como o câncer sabe como é complicado passar por esse desafio. Mas tem algo que me dá coragem para seguir confiante, que é minha fé em Deus, as demonstrações de carinho que tenho recebido de todas as regiões do estado e a minha vontade de vencer como pessoa, como político e como governante. Esse tratamento só vai durar mais 20 dias e, segundo os médicos, depois disso eu estarei totalmente curado. Vou voltar tendo vencido a doença para vencer as eleições.

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