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A autoestima dos professores

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Quem acompanha e tem contato com os professores, identifica, na maioria deles, um problema de auto-estima. Basta conversar com eles que se perceberá. Eles reclamam de tudo. O salário está baixo; os alunos não prestam; os pais não ajudam; os diretores são incompetentes; os conselhos da escola não funcionam; não tem material didático; a escola não está bem aparelhada com internet e quando se tem não se sabe usar; não se promove a formação permanente; só trabalha na educação por falta de empregos etc. Há uma série de desafios que estão presentes na vida do professor que afetam agudamente a sua vida.

Convém até denunciar e chamar a atenção dos órgãos e gestores para este agudo e preocupante desafio: como está a situação da pessoa do professor? Não sinto nenhuma preocupação dos poderes constituídos, nas três instâncias, acerca deste problema. Fala-se da necessidade dos planos nacional, estadual e municipal de educação, mas ainda não se começou a pensar a própria circunstância donde provirão as idéias para a projeção destes projetos.

Ser professor, hoje em dia, é um ato de heroísmo. Mas ser um herói todo chagado pelas dificuldades familiares, falta de hábito de estudo, sobrecarga de trabalho, massificação da mídia, insegurança nas próprias escolas e outras intempéries, tornam mais difíceis e instigam ainda mais as chagas.

Outra característica que pode servir de diagnóstico é indiferença pelos problemas da própria comunidade. Os professores são as pessoas que mais têm condições de detectar as mazelas presentes no meio, mas permanecem no que veem. Poucos pensam em transformar a situação pela via da educação. Eles não acreditam que podem e devem fazer a diferença no processo de mudança pessoal e social da comunidade. Há uma preocupante crise de valores e disto nós já temos consciência. Porém, se aqueles que têm a nobre missão de formar pessoas estão humanamente desestruturados, o que eles poderão fazer como mestres da sala de aula e da vida? Insisto que se deve pensar a questão como condição sem a qual a própria educação não será credível como arte de integração da pessoa com o mundo e consigo. Já tem muita gente que não está acreditando na educação como meio de realização da dignidade humana. Pois, como é notório, há presidentes da República que afirmam que não se precisa estudar para ser o cara; há políticos e mais políticos que não se importam com a opinião pública; artistas e apresentadores de televisão, intelectualmente medíocres, ganhando fortunas; jogadores de futebol que ganham milhões para fazer um comercial; pastores neopentencostais que vendem curas a preço de batata; juizes do Supremo Tribunal Federal que menosprezam a pouca confiança que ainda se tem na Justiça deste Estado, que dizem ser democrático e de direito.

Enfim, queridos professores, se vocês tomarem consciência da importância que tiveram, têm e sempre terão para a humanidade, sem dúvida, estarão dando o primeiro passo para se amarem mais e buscarem a construção permanente da vossa dignidade humana e profissional. Não há nenhuma outra profissão que não precise do vosso ministério. Mudemos esta situação de tantas injustiças e me-diocridade. Cuidem da vossa vida pessoal, estudem muito, celebrem a vida, tenham uma espiritualidade pascal, façam boas escolhas e o tempo vos dirá o quanto sois importantes para história e para a vida de cada um de nós. Assim o seja!

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