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A crise e a cebola

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Para o mestre Gaspar um dos sinais da crise da economia brasileira é a falta da cebola roxa nas feiras e nos supermercados. O produto desapareceu já faz mais de três semanas segundo ele me dizia ontem, preocupado com a ausência do seu bulbo preferido e que não pode faltar em sua mesa, principalmente nas saladas, ao lado das alfaces,  rúcula, couve, agrião,  tomate, pimentão, alho porro,   cebola branca, um pouquinho de ervilha, grãos de milho verde,  sementes de romã,  mais gotas de limão e azeite de oliva à vontade, uma peneirada de queijo de coalho de leite de cabra ralado. Isso sem falar na farofinha (farinha de mandioca do Brejo) com ovo de guiné preparada com a cebola roxa picada e bastante alho,  rodelas de batata doce  (da roxa,  de preferência).  Gaspar lambe os beiços quando fala sobre o efeito mágico  da cebola roxa na culinária brasileira.  E quando  fala desses prazeres, nunca deixa de acrescentar: “Anote aí. Além de cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio, zingo, cobre, manganês, mais todas as vitaminas do Complexo B e do Complexo C, a cebola roxa contém antocianina. Você sabe o que antocianina? Procure saber”.

Enquanto conversava essas coisas com Gaspar, o rádio no balcão do Cova da Onça, ligado o dia todo, anunciava uma nova manchete:  “Produção industrial brasileira tem a maior queda desde 2009”. O locutor enfatiza: “A produção volta a cair em fevereiro. Queda de 9,1% em relação ao mesmo mês de 2014”. Logo em seguida ouve-se o comentário de Miriam Leitão:

– O péssimo resultado da indústria  em fevereiro trouxe um dado alarmante: a produção de bens de capital. A categoria, sinônimo de investimento, produziu no mês 25,7% menos do que um ano antes. O resultado foi bem pior do que a média da indústria No confronto com fevereiro de 2014, a queda da produção industrial brasileira foi de 9, 1%. Os indicadores de março não estão melhores.

Após o comentário da jornalista, o repórter da CBN deu outra noticia negativa: “A empresa de aviação Azul corta voos para onze cidades e deve demitir 700 funcionários”. Mais outra noticia alarmante:  “Segundo fontes palacianas o corte no orçamento federal pode chegar a 80 bilhões de reais. Nunca antes na história do Brasil”.

Mestre Gaspar dá uma piscadela nos olhos quase mortiços, carrega um veneninho extra no  seu comentário: “Tá Ligado? Tudo isso reflete na falta da produção da cebola roxa. É muito difícil  a situação do país, minha gente”.

Mal terminou o comentário, todos da roda voltaram as atenções para as chamadas do rádio, em edição extraordinária: “Apenas 12% dos brasileiros aprovam o governo Dilma Rousseff. É o resultado da última pesquisa da CNI-Ibope anunciada na manhã desta quarta-feira, primeiro de abril.  Mas é verdade.”

Nova queda de Dilma
 A pesquisa CNI-Ibope revela que 64% da população brasileira consideram o governo de Dilma Rousseff ruim ou péssimo e que 74% afirmam não confiar na presidente. Dilma perdeu popularidade em todos os estratos avaliados: combate a fome, desemprego, inflação e impostos.

Na pesquisa de dezembro, Dilma tinha 40% de aprovação e 27% de reprovação. Agora, final de março, apenas 12% dos entrevistados avaliaram o seu governo positivamente. Os que o consideram regular, 23%.

A confiança no governo também despencou. Apenas 24% dos brasileiros confiam na presidente; 74% dizem não confiar.

Queda geral
Segundo a interpretação dos números da pesquisa, o desempenho ruim do governo “se aprofundou entre os eleitores da petista e em todos os estratos sociais e regiões do pais”.  O número dos que avaliam o governo como ótimo ou bom despencou pare 12%, agora em março, ante 40% em dezembro.

Também há uma queda brusca entre os eleitores declarados de Dilma na aprovação da sua maneira de governar. Em dezembro a aprovação era de 80%; caiu agora para 34%. Dos que confiavam no governo em dezembro, o contingente era também de 80%. Agora em março, 42%

No Nordeste 
A reportagem da agência Reuters, assinada por Jeferson Ribeiro, destaca:
– Na região Nordeste, onde Dilma ganhou com folga as últimas eleições, sua aprovação caiu muito. Em dezembro, 63 por cento dos nordestinos entrevistados consideravam sua gestão ótima me boa. Em março, esse percentual caiu para 34%.

Entre os jovens
Diz ainda a reportagem da Reuters:

– Além de a queda de popularidade da presidente ter sido registrada em todas as regiões do país, também se disseminou entre pessoas com diferente grau de escolaridade em todas as regiões e faixas etárias.

– Entre os eleitores com ensino médio até a 4ª série do Ensino Fundamental a avaliação ótima/boa do governo despencou de 53% em dezembro pra 18% agora. Queda de 35 pontos percentuais.

-Entre os mais jovens, de 16 a 34 anos, a queda de popularidade é expressiva. Em dezembro, na faixa etária entre 16 e 24 anos a aprovação da maneira de governar de Dilma chegava a 51% e agora é de apenas 14%. Entre os que têm de 25 a 34 anos, a avaliação positiva caiu de 49% para 13%.

Chuva 
Nadinha de chuva neste começo de abril.  O boletim de ontem da Emparn, até coisa das 10 horas, registrou apenas três chuviscos em todo o Rio Grade do Norte:  São Francisco do Oeste, 3,5 milímetros, Umarizal, 3, Major Sales, 2.

Liquidação 
Arena das Dunas: Vende-se. Serve para festas de formatura, carnatal, balmasquê, festival de gastronomia e jogo de futebol.

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