Yuno Silva
repórter
Em “Arrivals – Rabecas e Arribaçãs”, novo show-espetáculo do ator-músico Caio Padilha, a ordem dos fatores altera, e muito, o produto; no caso, a percepção do público frente a proposta do artista de eliminar todo e qualquer intermediário entre o que é tocado e cantado e o que é ouvido. A experiência lúdico-musical desplugada, onde um grupo seleto de expectadores se junta aos artistas em cima do palco, acontece nesta quinta-feira, às 19h30, no auditório do IFRN-Cidade Alta. Durante “Arrivals”, canções inéditas, participações especiais, homenagens, interação e uma revisita à essência acústica.
Os ingressos são limitados, custam R$ 30, e vêm no formato cartão de dados (pen drive) com conteúdo exclusivo de músicas, fotos e vídeos. “Pensei o show como algo circular, traduzido no palco por um círculo formado pelos músicos e a plateia, o ciclo de participação, a possibilidade de interagir e experimentar um produto artístico diferenciado”, explicou Caio Padilha, que funde elementos do teatro com a música e une as várias facetas de seu trabalho em um único momento. O artista desconfigura o formato clássico do palco italiano e traz a plateia para dentro da cena ao propor “uma experiência sensorial complexa e íntima”.
Cantor e tocador de rabeca e violão, ele estará no centro do palco rodeado por Sami Tarik (percussão), Bruno Sirino (sanfona), Bruno César (flauta) e Rafael Gomes (violão de aço). A cantora Silvia Sol faz participação especial em duas músicas e o cantor e compositor Almir Padilha, pai de Caio, será o grande homenageado da noite – “Surpresas aguardam o público”, adiantou. A performance de hoje será registrada pela equipe do Som sem Plugs, que vem produzindo vídeos clipes com o artista para lançamentos futuros.
“A partir da minha vivência com o teatro fiquei mais atento aos detalhes: temos cenário (do paraibano Edilson Parra), figurino, iluminação (de Rogério Ferraz)… nada em cena é por acaso. Construí um roteiro, há uma linha de pensamento amarrando tudo”.
Sobre a homenagem ao pai, Caio lembra que Almir comemora 40 anos da carreira e possui uma obra bastante eclética. “Selecionei cinco músicas dele que se encaixam com o perfil do espetáculo, três delas totalmente inéditas”, frisou.
“O espetáculo começa com uma saudade. Talvez de tempos nem vividos. Em um lugar que já nem é mais. Um jovem compositor regressa, e a cidade já nem parece pequena. Por toda parte um desalinho de concreto e zinco. Onde a rua? Onde o quintal? Nenhum sinal. Onde? Onde o passarinho? Onde aquela cantiga? Aquela cantiga de longe. Antiga. Onde? Nem sinal. Um aceno talvez. Uma criança que passa. Uma canção”, diz o texto de abertura elaborado por Caio que precede a canção “Desalinho” (1978), de Almir Padilha.
O show-espetáculo “Arrivals – Rabecas e Arribaçãs” foi concebido ao longo de 2013, quando Caio Padilha passou temporada musical no Qatar (país do Oriente Médio) ao lado do percussionista Sami Tarik e da cantora Silvia Sol. “Por lá tive tempo de planejar, pensar no conceito e em todos os detalhes; na ordem das músicas, onde quero chegar e qual a experiência pretendo oferecer ao público”.
A ideia de promover o encontro entre o músico e o ator surgiu em 2012, após dar conta das duas coisas durante sua participação no musical “Clássicos do Baião: Tributo a Gonzagão”, quando se apresentou com Orquestra Sinfônica da UFRN e dividiu o palco com Camila Masiso, Khrystal, Valéria Oliveira, Wigder Valle e o sanfoneiro Zé Hilton. “Foi ali que percebi que poderia perfeitamente conciliar o compositor, o rabequeiro e o ator”, contou caio, que tem um CD gravado com o grupo 3 da Matina. “Chegou a hora de investir no meu nome solo”, finaliza.
Quem
Caio Padilha, ator e músico, filho do cantor e compositor Almir Padilha
O que
Estreia do show-espetáculo “Arrivals – Rabecas e Arribaçãs”. Esta quinta, às 19h30, no auditório do IFRN-Cidade Alta. Ingressos limitados à venda no local por R$ 30 (valor dá direito a cartão de dados com conteúdo exclusivo de fotos, vídeos e músicas)