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A Flipipa chegando

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Daqui a uma semana  começa o Festival Literário da Praia de Pipa (Flipipa), na sua sexta versão, um dos eventos culturais mais importantes do Estado, realização do Projeto Nação Potiguar em parceria com a Fundação Helio Galvão. No dia 5 de agosto, quarta-feira, haverá uma pré-abertura, coisa das 18  horas, com a apresentação da Orquestra Flauta Doce de Tibau Sul, mais o Mestre Cobrinha e seu sapateado baiano e, fechando a noite, o show “Do Mar ao Sertão” com Carlos Zens.

No dia seguinte, 6,  teremos as primeiras mesas de debates. Tem um bocado de gente boa escalada, alguns dos melhores nomes da literatura e da música brasileiras: Antônio Cícero, poeta, compositor e filósofo, Marina Colassanti, contista, Jorge Mautner, músico e compositor, Marcelino Freire, escritor, Antônio Risério, antropólogo, Eduardo Jardim, escritor, professor de Literatura e biógrafo de Mário de Andrade,  Jards Macalé, cantor e compositor, Paulo Betti, ator. No mesmo patamar, a prata da casa: Ticiano Duarte,  Willington Germano, Wani Pereira, Vicente Serejo, Tácito Costa, Cassiano Arruda, Aldo Lopes, Demétrio Diniz. Mais música, teatro e dança. Gente da terra, o fino.

Mário de Andrade é um dos motes da Flipipa. O poeta, romancista, ensaísta, musicólogo e  agitador cultural, um dos organizadores da  Movimento Modernista de 1922. A palestra, com o tema “Macunaíma e Chico Antônio na biografia de Mário de Andrade”,   ficará por conta  de Eduardo Jardim, autor da  biografia de Mário, Eu sou trezentos – Mário de Andrade, vida e obra, que foi lançando na Festa Literária Internacional de Paraty,  na qual EJ foi um dos palestrantes.

No começo de 1929 Mário de Andrade andou pelos arredores de Pipa, que pertencia então ao município de Goianinha, destino do escritor. Ficou hospedado nove dias no Engenho Bom Jardim, dos Bento de Araújo Lima,  onde conheceu o  coquista ou coqueiro (cantador de coco) Chico Antônio, cuja arte encantou o ilustre e distinto intelectual paulista.

Sobre Chico Antônio, depois de ouvi-lo no terreiro de Bom Jardim, Mário de Andrade escreveria em seu diário que se transformou no livro O Turista Aprendiz:

“Estou divinizado por uma das comoções mais formidáveis da minha vida (…) Não sabe eu vale uma dúzia de  Carusos. Vem da terra, canta por cantar, por uma cachaça, por coisa nenhuma  passa uma  noite cantando sem parada (…) Que artista. A voz dele é quente e duma simpatia incomparável. A respiração é tão longa que mesmo depois da embolada inda Chico Antônio sustenta a nota final enquanto o coro entra no refrão. O que faz com o ritmo não se diz (…) Olhos lindos, relumeando numa luz que não era do mundo mais. Não era desse mundo mais.”

A praia de Pipa pertence hoje ao município de Tibau do Sul, criado em 1963 pelo governador Aluizio Alves sob a inspiração do  advogado, escritor, etnógrafo e historiador Helio Mamede de Freitas Galvão, nascido naquelas praias e dunas, de um lado, o mar, do outro,  a mata atlântica. Um encantado com sua aldeia e sua gente.

Cordel Encantado
E por falar em Mário de Andrade e Chico Antônio, destaco  esta nota que no Painel  das Letras, da Folha de S. Paulo, de sábado:

– A Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, adquiriu o acervo de literatura de cordel do embaixador Rubem Amaral Jr. A coleção de folhetos (obra impressa de poucas folhas, em forma de brochura) foi iniciada nos anos de 1960 e é composta hoje por quase 6.000 itens.

– Alguns deles são raríssimos, como o mais antigo do acervo, “Tragédia do Marquês de Mântua”, publicado em Lisboa, em 1692. A obra foi localizada durante o serviço diplomático de Amaral por Portugal e Espanha.

– Também há conjuntos raros do Brasil dos anos 1920 a 1950, produzidos por editoras do Pará, de Pernambuco e da Bahia. O folheto brasileiro mais antigo da coleção foi lançado no Rio, em 1919.

Julho chuvoso
Em alguns lugares do Litoral e do Agreste parece até pegada de inverno. Julho continua bem chuvoso nestas duas regiões,  lá se vai o mês inteiro. No boletim da Emparn tem registro de chuvas em todas as regiões do Estado, da manhã de segunda-feira para o amanhecer de ontem.  Começando pelo Agreste:

Bento Fernandes, 27 milímetros,  Monte Alegre, 23, Vera Cruz, 20, Santa Maria, 19, Barcelona e Nova Cruz, 18,  Lagoa de Pedras e Taipu, 14, São Pedro e Passa e Fica, 12, Sítio Novo, 11, Lajes Pintas e Santo Antônio, 10, João Câmara, 9,5, São Paulo do Potengi, 8,5.

Região Leste: Parnamirim, 74,6, Baia Formosa, 39, São Gonçalo do Amarante, 38,5, Nísia Floresta, 37, Senador Georgino Avelino, 34, Extremoz, 31, Canguaretama e São José de Mipibu, 26,  Natal, 24,  Montanhas, 19, Ceará Mirim, 17, Maxaranguape, 16, Espirito Santo, 10. No Oeste: Serrinha dos Pintos, 10, Portalegre, 9,5, João Dias. Seridó: Tenente Lauretino, 10, Cerro Corá, 6,8, Lagoa Nova (de Fátima Cabral), 5.

Política 
Do cronista político Merval Pereira em sua coluna de O Globo:

– Com as delações premiadas, a tendência é que as investigações se ampliem para outras empresas públicas onde as empreiteiras também atuam. Quando a presidente Dilma diz que a Lava Jato é responsável pela queda de 1 ponto do PIB, é por que ela está sempre tentando uma explicação externa para o fracasso do governo. A culpa nunca é dela, do governo dela. Sempre alguma coisa está interferindo. O que prejudicou o governo foi a roubalheira na Petrobras e outras empresas.

Na Academia
O padre e escritor João Medeiros Filho, colaborador da TN,  toma posse sexta-feira, 31, na Academia Mossoroense de Letras (AMOL), onde ocupará a cadeira de  nº 39, que foi ocupada pelo acadêmico padre Américo Simonetti. A saudação acadêmica ao novo imortal mossoroense, que também integra a Academia Norte-Rio-Grande de Letras, será feita pelo acadêmico e padre Sátiro Cavalcanti Dantas.

As solenidade será às 19h30 no auditório do Biblioteca Pública Ney Pontes Duarte , praça da Redenção Dorian Jorge Freire, a mesma praça onde morou Dorian.

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