Mendoza já era habitada 300 anos a.C. por uma cultura de povos que antecederam os índios Huarpes, mas a cidade só veio a ser fundada, a pedido dos índios Cuyo, em 1561 por Pedro del Castilla que lhe deu o nome de Mendoza em homenagem ao seu patrão e amigo Don Garcia Hurtado de Mendoza, governador do Chile na ocasião. Apesar do clima semi-desértico, a cidade é arborizada, repleta de plátanos e álamos, estrategicamente plantados, que são mantidos verdes e viçosos graças as ACEQUIAS, nome dado pelos Huarpes, seus criadores, ao sistema de irrigação por canais que corta toda cidade. conduzindo as águas do degelo. Mendoza, capital da região homônima, está localizada no noroeste da Argentina, tem 110.993 habitantes e encontra-se a uma altitude de 824 metros acima do nível do mar. Toda região está sujeita a ocorrências sísmicas e, a pior catástrofe aconteceu em 1861, quando um terremoto matou um terço da população e destruiu toda cidade. 
A economia tem como pontos altos o vinho e o petróleo. O vinho coloca Mendoza como a 8ª capital vitivinícola do mundo e a maior do Cone Sul, de onde sai 70% da produção nacional e onde há cerca de 1200 Bodegas. Mendoza é também a 1ª produtora nacional de frutas secas, alho, tomate, cebola e azeitonas, com 90% destas, destinadas a produção de azeite de oliva.
O clima da região é temperado-seco em cujas montanhas (acima de 1700 metros) a amplitude térmica é perfeita para o cultivo das vinhas, apesar da possibilidade de nevascas e chuva de granizo. A temperatura média anual é de 15,6ºC, e contribui com o clima o “Zonda”, vento que vem do Pacífico entrando pelo Chile, e quando sobe a Cordilheira perde umidade, dando origem às nevascas nas altas montanhas, descendo pelo território argentino com o aquecimento do ar, às vezes causando prejuízos como a queima de brotos e folhas das vinhas e acelerando o ciclo das plantas, mas compensando-as com o aumento da amplitude térmica nos vinhedos, e com os efeitos fitossanitários desse ar quente que não dá chance às pragas e fungos.
O relevo da região é formado por altas cadeias de montanhas a oeste, decorrentes da Cordilheira dos Andes, cordilheira frontal, pré-cordilheira e vulcões ao sul, com planícies no leste. A flora é desprovida de árvores, com muita grama e arbustos. Os rios mais importantes: Desaguadera, Mendoza, Tunuyan e Atuel, são todos formados pelo degelo, e compõem um sistema de capitação que supre toda região de baixíssimo índice pluviométrico (200 mm/ano) de água. Os solos são profundos, aluviais e parcialmente cobertos por argila e areia, tudo formando um cenário perfeito para o cultivo da vinha e produção de grandes vinhos.
O que beber, onde comer e onde ir
O turismo de Mendoza é majoritariamente enológico, gastronômico e de esqui. Há pouco para ver na cidade, com exceção das belas praças e do Parque General San Martin, que homenageia o libertador José Francisco de San Martin y Matorras, figura decisiva para as declarações de independência da Argentina, Chile e Peru. Para beber bem invista nos Malbecs e nos vinhos de corte de alta gama, sem deixar de provar os caldos das castas: Bonarda, Petit Verdot, Cabernet Franc, Tempranillo, Syrah e Torrontés. Estando em Mendoza, visite as Bodegas: Catena Zapata, Domínio Del Plata, Vistalba, Cobos, O. Fournier, Escorihuela, Pulenta, Ruca Malen, Bressia, Achaval Ferrer e Clos de Los Siete, todas com uma excelente estrutura para receber apreciadores. Os restaurantes que não podem estar fora do roteiro são: 1884 Restaurante do Chef Francis Malmann, Restaurante do Hotel Park Hyatt Mendoza, Azafrán, Siete Cocinas de Argentina, Antares, Praga e os restaurantes das Bodegas: Vistalba, Ruca Malen, Domínio Del Plata e O. Fournier, estes somente para almoço. Na próxima semana veja nesta coluna uma lista de vinhos mendoncinos incríveis, degustados em minha última viagem e que você não pode deixar de conhecer.
