terça-feira, 23 de abril, 2024
25.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

A história e o futuro do AC/DC

- Publicidade -

Jotabê Medeiros
AE

O crepúsculo de uma das maiores bandas de rock da História, a australiana AC/DC, formada em 1973 pelos irmãos escoceses Malcolm e Angus Young, acentuou-se esta semana com um anúncio no seu site: “Após 40 anos de vida dedicados ao AC/DC, o guitarrista e membro fundador Malcolm Young vai dar um tempo do grupo devido a um problema de saúde. Malcolm gostaria de agradecer às ferrenhas legiões de fãs pelo mundo por seu amor sem fim e apoio. O AC/DC pede que Malcolm e a privacidade de sua família sejam respeitados durante esse tempo. A banda vai continuar a fazer música”.

Em uma espécie de sincronia astral, a Globo Livros lança no Brasil “AC/DC – a Biografia”, do jornalista britânico Mick Wall, que falou sobre a devassa que fez na saga dos irmãos Young. Wall é polêmico: ele detesta o atual vocalista, Brian Johnson, e diz que o grupo já deveria ter parado há 30 anos. Sobre Malcolm Young, diz: “Meu livro deixa claro que sempre foi um homem grosseiro e arrogante. Quase destruiu a carreira da banda nos anos 1980”.

O biógrafo Mick Wall, é autor também de biografias do Metallica, Black Sabbath e Led Zeppelin. Não é um sujeito que doure a pílula: ele mesmo conta no livro que já providenciou drogas, no final dos anos 1970, para abastecer rock stars como Black Sabbath e UFO.

Pobreza, brigas, mulheres, influências, álcool, heroína: está tudo na biografia, da origem do nome AC/DC até surras de pais furiosos por sedução de filhas menores. Wall desmente a tese de que os Young tenham sido “roqueiros incultos”, e parece centrar a biografia na figura do cantor Bon Scott, morto em 1980.

Você sustenta que o AC/DC deve considerar seriamente a aposentadoria. Não acredita em veteranos no rock?
Acredito muito em artistas mais velhos ainda fazendo boa música. Bob Dylan é um que me vem à mente. Metallica é outra banda mais antiga que encara riscos, como por exemplo o disco deles com Lou Reed, Lulu, que é uma obra-prima. Falando nele, Lou Reed, também foi outro artista que envelheceu fazendo maravilhosos manifestos musicais. Mas é muito raro no rock. Em vez disso, temos uma geração de rock clássico topando tudo por dinheiro, como os Stones e AC/DC.

A banda anunciou que vai seguir mesmo com o afastamento de Malcolm Young para cuidar da saúde. Você acredita nisso?
Já fizeram isso nos anos 1980, quando Malcolm ficou um ano fora por causa do alcoolismo, e seu sobrinho Stevie Wright entrou. Ninguém notou no começo. Isso porque ninguém mais realmente olha muito atentamente o que o AC/DC faz. É como dizer às crianças que não existe Papai Noel.

Defendendo que o AC/DC esteve em seu auge há 30 anos, condena Brian Johnson ao ostracismo. Por que ele o desapontou tanto?
Vi Bon Scott cantar, e também o conheci pessoalmente. Não sou desapontado com Brian Johnson, ele é bom no que faz, mas nada comparado ao que Scott fez. Bon fez alguns dos grandes álbuns do AC/DC. Brian fez um, Back in Black, no qual muito do que está lá é do Bon.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas