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A não-violência contra a mulher

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Pe. Vicente Laurindo de Araújo – Vigário Par. São Pedro, Alecrim

A história da mulher não pode ser entendida sob um só ‘ponto de vista’ que a perscrute ou a enquadre na memória e relevância de um só dia, mesmo que a veja sob a ótica de ‘um ponto’: o dia da “não-violência ativa contra ela! É que a história das mulheres não é só delas; arrasta-se desde as nascentes mais remotas das quase indiferenciadas relações de gênero, em trajetórias extremamente diferenciadas no tempo e nos complexos espaços das formações culturais e civilizatórias. Sua história não cabe em um dia, mesmo que este se assemelhe àquele que o autor do Gênese fez coroar a obra de Javeh, criando-os homem e mulher, o que subentende que o dia da mulher seja, concomitantemente, o dia do homem também. É que a Humano/ontogênese (gênese da formação do humano, no homem) perfaz a integralidade do ser homem e/ou mulher. Porque, como um todo, a História foi feita pelo homem e pela mulher, seus sujeitos.

Da longa viagem no tempo há, igualmente, espaços que se tangenciam, se cruzam, se distanciam, no interagir das relações ou da superação de resistências culturais ou ideológicas. Isso ocorre por razões morais ou éticas, impulsos estéticos, inscritos no caráter das culturas, onde se desconstrói tradições sagradas, se hibernam paraísos, se perde a memória de epopeias ou se inventam sonhos e utopias harmonizadoras a serviço da desconstrução de tragédias, frustrações coletivas ou de outras “pedras de tropeço,” na construção do viver e do conviver, afirmativo e humanizador.

É preciso mais realismo, se o assunto é a “não-violência contra a mulher”, na 2ª década do século XXI, quando dois cenários se apresentam, em hercúlea disputa. O primeiro, acenado pelo Papa João XXIII, na Pacem in Terris, já em 1963, reconhecendo a emergência de uma grande arregimentação global de lutas das mulheres para ocupar espaços legítimos, como direitos seus, em todas as áreas de atuação humana, com destaque para a ocupação dos espaços políticos, sem esquecer as áreas especificas de realização do seu gênero. O segundo cenário é o de resistências atávicas às lutas de construção desse horizonte alternativo e libertário, que se constrói a um preço muito alto nas macro e micro estruturas, onde se confrontam interesses globalizadas ou nacionais, regionais ou locais, em propostas cada vez mais sutis, ilusórias, por seus intentos mafiosos. É o de que a mulher menos precisa e o que essa tendência mais lhe oferece. A qualidade de vida que o modelo liberal, no qual todos estão inseridos, faz de tudo para criar cidadãos consumidores e hedonistas, mutila ou torna esquálido o corpo da mulher ou o leva à beira da anorexia, escondendo, aí, a mais perigosa das violências contra ela: a “violência simbólica”, que lhe é imposta pela “ditadura da beleza”, que faz dela, um simples manequim e modelo. A síntese desse modelo recobre um leque de violências perpetuadas no seio das instituições, intimidando as relações de gênero, reforçando outras situações ameaçadoras, inundando de sangue ou atormentado e torturando aquelas que são suas maiores vítimas.

A não-violência ativa, a favor da mulher, resiste a todo este aparato que tenta intimidar e aterrorizar a mulher, buscando modelos de resistência, criando instituições, delegacias especializadas, leis específicas, arregimentando movimentos, fóruns, conferências, tudo isso a serviço da formação da consciência cidadã, onde a mulher livre é uma presença indispensável. Foi assim que Maria, Mãe de Jesus, “na plenitude dos tempos”, atualizou o plano de Javeh. Vale lembrar que foi removendo todas as resistências que Dilma Roussef é, hoje, Presidente do Brasil.

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