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A oralidade gaúcha no musical Zaoris

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Inspirado em lendas e na oralidade que embasa os contos do escritor gaúcho João Simões Lopes Neto (1865-1916), um dos principais autores ligado ao universo regional daquela região, o musical “Zaoris” faz sua estreia nacional esta sexta-feira, às 18h, no palco montado no Ponto 7 em Ponta Negra. Intercalando causos e canções, a montagem apresenta uma releitura de histórias tradicionais que ultrapassam os tempos na pele de personagens mitológicos como a cobra-de-fogo Boitatá. O espetáculo, concebido e encenado pelo grupo Gaia Cultura e Arte de Porto Alegre, foi contemplado pelo Ministério da Cultura dentro das ações de ativação cultural durante o período da Copa do Mundo.
O ator e diretor Fernando Keiber em cena de Zaoris, espetáculo inspirado na obra de João Simões
As apresentações iniciam hoje e seguem até a próxima terça-feira (24), sempre a partir das 18h em Ponta Negra, são gratuitas. Ao todo a montagem reúne uma equipe de 17 pessoas – sendo quatro atores e seis músicos.

“Zaoris”, nome atribuído às crianças que nascem na Sexta-Feira Santa e que, segundo a lenda, possuem dons especiais, olhos brilhantes e a capacidade de localizar tesouros escondidos, traz à tona nove canções e duas esquetes que atualizam histórias populares no Rio Grande do Sul. “O projeto foi pensado para circular por bairros de Porto Alegre, e como fomos aprovados no edital do MinC antecipamos nossa estreia”, disse a diretora da parte teatral Adriane Mottola. A direção musical é de Fernando Keiber, idealizador do musical.

“Acredito que irá despertar interesse do público aqui em Natal  pois, além do intercâmbio que mostra costumes, tradições e o modo de falar dos gaúchos, apresentaremos lendas que também são conhecidas aqui no Nordeste só que por outros nomes”, disse Adriane sobre a lenda do Boitatá.

O personagem do Boitatá, cobra-de-fogo gigante que protege matas e florestas, também é conhecido, segundo pesquisas do historiador potiguar Câmara Cascudo, como ‘baitatá’ na Bahia, e ‘Jean Delafosse’ em Sergipe e Alagoas. Ainda segundo Cascudo, o zaori é mito de origem árabe e denuncia o velho hábito mouro de enterrar dinheiro.

Para o grupo Gaia Cultura e Arte, de Porto Alegre, o espetáculo poético-musical “Zaoris” pode ser visto pelo público como uma valiosa contribuição para a disseminação das tradições gaúchas e da obra do escritor João Simões Lopes Neto, e como retrato fidedigno da exteriorização do imaginário que buscava Simões ao privilegiar o gênero da ficção.

Serviço
Espetáculo “Zaoris”, da Gaia Cultura e Arte.
Apresentação de 20 a 24 de junho, sempre às 18h, no Ponto 7 em Ponta Negra.
Acesso gratuito

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