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A super-lua de agosto e a mitologia

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João da Mata Costa
Professor e pesquisador

“Nada há mais belo que uma Lua Cheia. No próximo sábado 09 de Agosto a Lua estará no seu plenilúnio. A lua reina majestosa no céu de todos nós. Musa inspiradora de todos os loucos, amantes e poetas. E quando a seta da noite atingir-te despida e nua não esqueças …. : “Não te esqueças de mim, quando irradia / perde-se a Lua no sidéreo manto; / Quando a brisa estival roçar-te a fonte, / Não te esqueças de mim, que te amo tanto!” ( Fagundes Varela ).

A órbita da Lua em torno da Terra é uma elipse de pequena excentricidade e = 0,0549. Na Segunda- Feira a Lua passará no seu Perigeu numa distancia de cerca de 360 mil quilômetros. A distância média da Lua – Terra é da ordem de sessenta raios terrestres. Foi calculando a aceleração da Lua em torno da Terra e comparando com a aceleração da queda de uma maçã na superfície do nosso planeta que Isaac Newton observou que a aceleração da Lua é 3.600 vezes menor que a da Maçã. Portanto, sessenta ao quadrado. Na primeira super lua cheia de 2015, a que pode ser contemplada no Sábado Dia 29 de Agosto, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a lua, iluminando toda a superfície voltada para a Terra. A Lua assume a sua forma mais plena – o plenilúnio. Sua cor prateada reflete em torno de 7 % dos raios incidentes do Sol.

A Lua na mitologia e em muitas religiões representa a força feminina que reflete a força masculina do sol. Na mitologia romana ela é Diana; na Grega, Afrodite; na Egípcia ela é Isis (filha do céu e da Terra), e faz parte da poderosa trindade Osíris, Isis e Horo. A lenda de Isis e Osíris que remonta a Plutarco – séc. I d.C.- diz que Set com inveja do irmão Osíris, assassina-o. O corpo é despedaçado e as partes espalhadas. Isis consegue reunir os pedaços e insufla vida nova ao cadáver. Só não encontrou o falo do marido, mas consegue restaurá-lo com limo e saliva.

Horo é concebido e cresce escondido por causa da hostilidade de Set. Auset (Ísis) é o princípio feminino da natureza, e recebe todas as formas de geração, e, por esta razão, é chamado por Platão de a enfermeira gentil e a receptora – total. (Moustafa Gadalla in Cosmologia Egípcia).

Na Babilônia, a deusa Lua é responsável pela ordem cósmica. O sol e a Lua nasceram juntos do corpo da deusa mãe Tiamat. Ainda na babilônia, é a fragilidade da Lua que é preciso cuidar. Pois a Lua, que cresce, mingua, desaparece por três dias para reaparecer, um magro e frágil crescente semelhante a um corno, oferece-nos um tempo concreto, um tempo vivo, um tempo que aprendemos de uma vez, intuitivamente.

A Lua é, pois, senhora do tempo, do vir a ser e do destino (Verdet in O Céu, mistério, magia e mito) No livro dos Vedas a Lua é considerada a avó do fogo antes de sua masculinização como Soma. A véspera da Lua Cheia é denominada Anumati, ou seja, A Propícia. Quando cheia, toma o nome de Raka, palavra que significa Esplêndida. Os Babilônios e assírios adoravam uma trindade composta pelos deuses Sin -Samas-Istar, o deus da Lua ocupando o primeiro lugar (Sin). Em Ur, era adorada sob o nome de Nannar, um velho de longas barbas azuis e cabeça coberta por um turbante. Sua esposa chamava-se Ningal, a grande Dama. Samas ou Samash (O Sol) e Istar (o planeta Vênus), eram seus filhos. Todas as noites “Nannar” tomava de sua barca e navegava pelo céu estrelado. Na legenda japonesa a Lua surgiu do olho direito de Izanagi, marido de Izanami “os que convidam”, deuses primevos. Esse casal deu origem aos deuses do mar, dos ventos, das arvores, das montanhas e do fogo. Diz-se que o fogo provocou a morte de Izanami, que desceu ao país profundo. Izanami procurou destruir o fogo, mas cada pedaço se transformava em um novo fogo. Resolveu, então, descer ao país profundo em busca da esposa, mas ela não mais poderia regressar ao mundo superior, pois havia provado alimentos do mundo subterrâneo.

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