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Adorável psicótica

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Yuno Silva – repórter

A velha máxima de que “de médico e louco todo mundo tem um pouco” continua valendo, mas para a atriz e roteirista Natália Klein o adágio precisa ser minimamente adaptado. Autora e protagonista da série de humor “Adorável Psicose”, cuja terceira temporada estreou quinta-feira passada (19) no canal fechado Multishow, Natália colhe os frutos plantados desde a adolescência vivida em Natal, onde cultivou seu desejo de ser atriz e começou a cursar Comunicação Social na UFRN – mesmo com a certeza de que não era essa a sua praia, chegou a trabalhar por quase um ano como repórter em um emissora local de televisão.
Roteirista de programas de humor como Zorra Total, Natália Klein fala de sua adolescência em Natal, onde estudou Comunicação Social e começou sua carreira artística no teatro.
Seu ‘namoro’ com a carreira artística ganhou força aqui no Rio Grande do Norte, quando participou por pouco tempo do grupo de teatro Ditirambo (criado pelo ator e diretor potiguar César Amorim, hoje radicado no Rio de Janeiro), na época da montagem do espetáculo “Flores de Plástico”: “Foi bem no período que estava voltando para o Rio”, disse a atriz por telefone à reportagem do VIVER, no mesmo ritmo frenético de sua personagem da série – não por acaso também chamada Natália. Ela explicou que estava preparando a casa para uma sessão de fotos, e que iria “receber uma revista interessada em mostrar como vive a Natália de verdade”, brincou.

Detalhe: a palavra namoro, destacada acima, é considerada pela própria como mola mestra de “Adorável Psicose”. A série televisiva trata-se de um desdobramento do blog homônimo (adoravelpsicose.com.br), protagonizado por “uma menina maluquinha, em busca de um relacionamento”.

Carioca da gema, “apesar de não parecer devido à extrema brancura”, ela passou oito anos na capital potiguar, dos 11 aos 19, por causa da profissão da mãe (militar), e há oito voltou a morar no Rio de Janeiro. Concluiu o curso universitário por lá (Rádio e TV), e passou a ser colaboradora como roteirista de programas humorísticos como “Zorra Total” e “Junto e Misturado” (com Bruno Mazzeo), ambos da TV Globo. “Passei a enviar alguns textos para a produção do Zorra Total, fui chamada para um teste, fiz estágio e agora estou na equipe de roteiristas do programa… e lá se vão quatro anos”, recorda. Como atriz, Natália Klein também participou da série de comédia “Macho Man” (TV Globo).

Cinema está entre os planos futuros

Sobre “Adorável Psicose”, ela contou que tudo começou por acaso durante um bate-papo pela internet com um “ficante fixo de médio tempo”. “Comecei o blog no mesmo dia em que tive uma conversa com o cara com quem estava saindo. Na medida que a madrugada avança, o papo vai rareando e uma hora temos que encerrar. Tomei a iniciativa e disse que ‘estava indo’, isso umas quatro da madrugada, e ele ‘vai, vai’. Como assim? Sem insistir nem uma vez? Então escrevi um texto sobre o assunto e criei a página”, explicou.

Com honestidade nas palavras e boas pitadas de, por que não(!?), uma adorável psicose, o endereço eletrônico logo foi disseminado e Natália começou a receber uma enxurrada de mensagens de pessoas que se identificaram com as situações. “Vivemos uma geração meio desiludida com relação à afetividade”, verifica a atriz.

A partir do sucesso na internet, escreveu dois programas pilotos de cinco minutos, que serviram como trabalho de final de curso, e logo estava no Multishow. “Trabalhei bastante nos bastidores antes de ir para a frente das câmeras, e quando pintou o convite fiquei na dúvida, insegura, mas percebi que ninguém poderia fazer melhor um personagem inspirado em mim que eu mesma.”

Natália garante que o blog é bem mais próximo da realidade, “pois no programa tudo é exagerado, superlativo, coloco uma lente de aumento em tudo. E é bacana perceber que o programa ganhou vida própria, quem me conhece reconhece isso”, avaliou.

Os programas pilotos de “Adorável Psicose” foram viabilizados na produtora onde trabalhava como assistente, e toda a equipe técnica acabou sendo incorporada ao projeto, os atores é que foram escolhidos a partir de testes ou convites. “É bacana trabalhar com amigos, ver a evolução de cada um. O clima é sempre ótimo no set e tenho total liberdade”, disse a atriz, que faz questão de acompanhar todo o processo de criação, desde o roteiro até a edição. Os treze episódios da terceira temporada já estão prontos e ela já começou a trabalhar na quarta.

Natália informou que a principal diferença entre as três temporadas está na estética, cada vez mais “linda” dos cenários e figurinos (estes inspirados no próprio estilo da atriz, uma moda retrô- modernete com cortes e estampas que lembram os anos 1940, 50 e 60), e no atores “cada vez mais afiados”. “Estamos mais profissionais, evoluímos juntos”, observa. Nos planos para um futuro próximo, ela quer transportar toda a psicose adorável de sua personagem para as telas do cinema. “Já estamos pensando nisso, a comédia nacional passa por uma boa fase e essa é a hora certa!”

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