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Aeroportos do Brasil não estão preparados para Copa

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Genebra (AE) – Os aeroportos brasileiros não estão preparados para receber os torcedores durante a Copa do Mundo em 2014 ou os Jogos Olímpicos em 2016. O alerta é da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que destaca que um volume importante de obras terá de ser realizada no Brasil nos próximos anos para poder abrigar dois eventos desse porte. Em entrevista concedida nesta quarta-feira em Genebra, na Suíça, o diretor da Iata, Giovanni Bisignani, contou que esteve no Brasil há dois meses e tratou com autoridades locais sobre a situação dos aeroportos. Questionado se hoje o sistema existente daria conta do fluxo de torcedores na Copa ou na Olimpíada, o italiano foi enfático: “Não”.

O aeroporto de São Gonçalo vai desafogar a movimentação no já lotado aeroporto Augusto Severo“Hoje, seria um grande problema”, afirmou Giovanni Bisignani, ao comentar sobre realização da Copa do Mundo no Brasil com os aeroportos no estado em que se encontram. “Muito terá de ser feito até 2014”, avisou o diretor da Iata.

A Iata, porém, alerta para as condições de uma eventual privatização de aeroportos e para a possibilidade de dar concessões a empresas estrangeiras. Giovanni Bisignani sugere que, se houver uma privatização dos aeroportos, o Brasil deve criar leis claras para evitar que os aeroportos se tornem apenas máquinas de fazer dinheiro para as empresas. “A concessão não pode ser uma autorização para imprimir dinheiro”, disse o diretor italiano. A Iata lembra do caso sul-africano, que, em 2010, vai elevar de forma substancial os valores das taxas aeroportuárias aos passageiros – a alta seria de 133%.

Ele também sugere leis para garantir que obras sejam entregues no prazo. “Entendo que o governo não tem dinheiro para bancar as obras dos novos aeroportos e reformas. Mas o Brasil precisa aprender com outras experiências. Se quer privatizar seus aeroportos, pelo menos faça um acordo de serviços para que haja um compromisso de que as obras sejam entregues. Se isso não ocorrer, a concessão precisa ser retirada. Se não, não há sentido em privatizar. Não adianta aplicar um multa que seriam migalhas para a empresa que detém a concessão. O Brasil precisará ser duro”, concluiu.

Apesar disso,  governo vai construir a fase um do terceiro terminal de passageiros em São Paulo e vai ampliar o sistema de pistas e os pátios de estacionamento, onde serão gastos R$ 1,389 bilhão. O segundo maior investimento será feito no aeroporto de Viracopos, em Campinas, com R$ 740 milhões.

Ministro reconhece problema, mas fala em investimentos

Antecipando-se às críticas do diretor da Iata, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, na terça, reconheceu que existem problemas, mas detalhou um plano em execução pela Infraero exatamente para solucionar todos os gargalos existentes nos aeroportos até lá.

“Há preocupação, mas também há solução porque existe um plano para ser executado até a chegada de 2014 que deixará em condições de absoluto atendimento às necessidades da aviação nacional”, disse Nelson Jobim, ressaltando, inclusive, que considera que exista uma estimativa exagerada em relação à Copa. “A Infraero está trabalhando justamente para não ter problema. Há uma super estimativa em relação à Copa, mas ela apenas representa um soluço no aumento de passageiros”, afirmou o ministro, ao explicar que, durante os dois meses da Copa, haverá uma circulação de 2,7 milhões, que representa um aumento de 10,3%.

Para Nelson Jobim, o Brasil, de qualquer forma, tem de se preparar para atender à demanda de crescimento de passageiros que ocorrerá naturalmente. Os estudos realizados pelo governo apontam que o número de passageiros crescerá 8,6% por ano, isso com base em um crescimento da economia da ordem de 4,3% ao ano. Nos meses da Copa, a expectativa é de que este número aumente em mais 2,7 milhões de passageiros, sendo 1,2 milhão que chegarão de fora do País e 1,5 milhão de circulantes internos.

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