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Agnelo, o Carmelo e Dom Nivaldo

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PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO
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Aos dezesseis de julho, Agnelo celebra na glória do Pai seus oitenta e três anos. Ao contrário do que talvez imaginam ainda alguns, nosso inesquecível jornalista não é nascido em Angicos e sim em Ceará Mirim. Seu nome de batismo, segundo o relato de alguns, é uma homenagem à figura do líder espiritual e político, antigo pároco daquela freguesia, o padre Agnelo Fernandes de Queiróz. Este inspirou também a escolha do mesmo prenome para um ilustre sacerdote potiguar. Trata-se do atual monsenhor Agnelo Dantas Barreto, nascido em 22 de maio de 1932, ou seja, menos de dois meses antes do saudoso colunista da Tribuna do Norte.

Agnelo Alves tornou-se, desde cedo, um angicano de convivência e coração, devoto de São José, deixando aflorar em si a santa rebeldia para lutar e vencer os obstáculos do existir, mostrando-nos que a fé nos fortalece e ajuda a superar as enfermidades do corpo e da alma. Dos canaviais do Ceará-Mirim trouxe a doçura; da aridez de Angicos, herdou a fibra, de quem sabe enfrentar e resistir aos infortúnios da vida.

No calendário litúrgico da Igreja Católica de rito latino, o dia 16 de julho é dedicado à festa de Nossa Senhora do Carmo. Há coisas na vida que parecem coincidências, mas é a providência divina, traçando os seus planos. Quando prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves, junto com dom Heitor de Araújo Sales, lançou a pedra fundamental do primeiro carmelo potiguar, situado na rua Santo Antônio, 800, em Emaús. Foi seu benfeitor e muito lutou para liberar junto aos órgãos ambientais a licença para a construção do atual Mosteiro de Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha.

Hoje Agnelo repousa bem perto do Carmelo, no cemitério Morada da Paz, onde bem próximo dali ecoam a beleza e a harmonia do canto gregoriano das orações de matinas, laudes e vésperas, onde seu nome é citado junto com outros, que figuram na galeria dos benfeitores daquela casa de contemplação e busca de Deus.

Não menos intenso é o elo entre dom Nivaldo e Agnelo. Por sinal, ambos repousam muito perto e na realidade da fé na vida eterna devem se encontrar frequentemente. Dom Nivaldo abençoa com o seu corpo santo e místico o solo de Emaús, chamado com muita ênfase e convicção por Agnelo, prefeito de Parnamirim, de “Emaús de Dom Nivaldo”. Nosso saudoso amigo jornalista e acadêmico, ainda à direção da edilidade parnamirense, doou ao Convento das Religiosas Filhas do Amor Divino um busto em homenagem ao grande arcebispo emérito, seu amigo e conselheiro discreto e seguro.

Não se pode esquecer a sanção da lei municipal, assinada pelo então prefeito Agnelo, pela qual as artérias e vias laterais ou marginais da BR 101 (no trecho atual compreendido entre o Supermercado Super Fácil e o Elevado que une as duas BRs), passaria a ser denominado de Avenida Dom Nivaldo Monte. O DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES – DNIT embargou o ato, alegando não ser permitido dar nome de pessoas às margens das rodovias federais. Esquece talvez aquele órgão público que a Avenida Dão Silveira fica às margens da BR 101. “Onde a verdade, onde a certeza”? Indagaria o nosso querido jornalista Neco.

Quando Agnelo preso político, Dom Nivaldo Monte, “O Semeador da Alegria”, no dizer poético de Diógenes da Cunha Lima foi visitá-lo e dirigindo-se ao ex-prefeito de Natal, levando também o conforto de dona Liquinha, sua querida mãe, disse-lhe: “Agnelo, tudo isso passa. É uma chuva, uma nuvem”. E a um general, que gostava de ostentar suas estrelas e delas se gabava com tanta jactância, diante do seu amigo, ali prisioneiro, dirigiu ao militar dissera: “General, no céu, há mais estrelas e elas cintilam com maior brilho e beleza”.

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