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“Alfabetizar requer competências e habilidades”

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Bate-papo – Cláudia Santa Rosa
Mestre e doutora em Educação e diretora executiva do IDE/RN
Na educação, quais os maiores enfrentamentos para o novo gestor?
A gente compreende que ele já vai encontrar a necessidade de elaborar o novo plano municipal de Educação. No país, estamos em processo de elaboração do plano nacional. Então, o primeiro desafio será não retardar a elaboração do plano, para que seja executado desde o primeiro momento do novo governo. E essa é uma discussão que deve ser feita com a sociedade, sobretudo, com os que estão diretamente ligados à escola se sintam parte, corresponsáveis, e isso é preciso acontecer logo na primeira hora. É difícil encontrar a adesão necessária quando a população é convidada nos finalmente, quando a coisa já está praticamente definida.
O que precisa mudar do ponto de qualificação do ensino?
Os gestores precisam pensar em políticas que qualifiquem o projeto pedagógico dos centros infantis. Nós temos acompanhado tensões entre os educadores da educação infantil e dos anos inicias do ensino fundamental juntamente na direção de algumas políticas de valorização dos profissionais que deveriam ser implantadas ou implementadas. Não dá pensar primeiro em finalizar esse processo de existir a vaga para todas as crianças, para poder pensar na qualidade.
Que mudanças você defende?
É preciso garantir avanços de políticas no campo da valorização salarial dos profissionais, do reconhecimento do perfil e do papel do educador infantil, que é algo que não está muito resolvido na gestão municipal. As gestões precisam pensar em tornar mais claro o perfil do profissional que deve atuar na educação infantil e nos três primeiros anos do ensino fundamental. Se há um movimento para se pensar um processo de alfabetização até os oito anos, é preciso pensar em qual será esse profissional para atuar nessa faixa. Alfabetizar requer competências e habilidades desse profissional bastante especializadas para se conseguir efeitos verdadeiramente positivos.
A rede precisa mudar muito, então?
É preciso que a rede municipal tenha uma política pública capaz de fazer com que os profissionais criem raízes na educação infantil e nesses anos iniciais. Com isso, quero dizer que a gestão pública precisa criar incentivos para o professor querer ingressar e permanecer, assumir essas salas e turmas de alfabetização. Acho extremamente danoso quando se tem troca de professores nesses anos iniciais, porque você não tem nunca como tornar essa formação perene, essa prática do professor fortalecida. É preciso a qualificação do professor, mas não estou falando de encontros relâmpagos. Estou falando num processo de formação sistemática, continuado e acompanhado, também. As secretarias deveriam se voltar cada vez mais para o monitoramento das escolas.
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