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Ao depor, Bumlai nega favorecimento

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Por Igor Gadelha
Agência Estado

Brasília – Preso na Operação Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai negou em depoimento à CPI do BNDES na Câmara, que tenha privilegiado qualquer pessoa ou que tenha se deixado levar por amizades na condução de seus negócios. O empresário disse estar com a consciência “absolutamente tranquila” e afirmou ter como provar sua inocência. Bumlai é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
José Carlos Bumlai optou pelo silêncio em parte significativa do depoimento, mas no encerramento criticou a abordagem
“Tenho princípios, jamais me deixei levar por amizade de A, B ou C. Minha vida foi construída com trabalho, morando em porões, construindo parte desse Brasil que ninguém aqui sabe”, afirmou Bumlai no fim da sessão, após passar quase três horas em silêncio.

Durante a sessão, o pecuarista foi questionado sobre sua relação com Lula. “Até meu nome trocaram. Meu nome é José Carlos, não é amigo de Lula”, disse. “Tenho minha consciência tranquila, e o tempo vai mostrar. Não privilegiei ninguém.” Bumlai ressaltou que não tem “cor partidária”.

Bumlai foi preso em 24 de novembro sob suspeita por ter contraído empréstimo de R$ 12 milhões com o Banco Schahin que teria como destino o pagamento de dívidas de campanha do PT. Ele também é investigado por ter contraído empréstimos considerados suspeitos com BNDES – o banco nega irregularidades. O pecuarista chegou a Brasília por volta de meio-dia, em avião da PF. Do aeroporto, seguiu para a Câmara, onde almoçou. Segundo o presidente da CPI, Marcos Rotta (PMDB-AM), Bumlai passou mal enquanto almoçava.

Celso Daniel
Mesmo não sendo integrante do colegiado, a deputada federal Mara Gabrili (PSDB-SP) fez um longo discurso na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pedindo que o pecuarista José Carlos Bumlai ajude a esclarecer a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2012.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, o operador do mensalão, o publicitário Marcos Valério, afirmou que, a pedido do ex-presidente Lula, Bumlai teria intermediado empréstimo de R$ 6 bilhões com o Banco Schahin.

Segundo Valério, o dinheiro teria sido repassado ao empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André, para que ele parasse de chantagear Lula e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu. Por trás das ameaças estaria a morte de Celso Daniel. O operador, contudo, disse que se recusou a interferir no caso. Em sua fala, Mara Gabrili contou que seu pai, que era empresário do ramo de transportes em Sandro André, também foi ameaçado por Ronan Maria Pinto. “Queria dividir quem é Ronan Maria Pinto. Esse cara é dissimulado, criminoso e covarde”, afirmou a parlamentar.

De acordo com a tucana, o empresário utiliza-se de seu jornal, o Diário do Grande ABC, para chantagear empresários da região. “Ele detona a pessoa no jornal e depois chama e pede dinheiro para parar de criticar”, contou.

Janot pede mais um inquérito contra Delcídio
Brasília (AE) – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 1, a abertura de mais um inquérito para investigar o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada por tentativa de obstruir as investigações da Lava Jato. Este é o terceiro inquérito contra o parlamentar solicitado pela Procuradoria.

O novo pedido de inquérito, assim como as investigações contra Delcídio já abertas, é mantido sob sigilo na Corte. Cabe ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Tribunal, autorizar as novas investigações contra o senador. A abertura das investigações é considerada praxe no STF.

Atualmente, o STF já tem 35 inquéritos abertos relativos à Operação Lava Jato, com 68 investigados, sendo 14 senadores. A lista inclui os dois inquéritos que foram abertos por Zavascki.

No primeiro, serão investigados Delcídio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No segundo, Renan, Jader e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como um emissário do presidente do Senado. Antes da prisão, o Supremo também havia autorizado uma investigação contra Delcídio pela tentativa de atrapalhar a investigações.

Ontem, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura dos dois novos inquéritos pedidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato. Em um deles, os investigados são o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

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