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Arena Fonte Nova apresenta falhas na inauguração

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Itamar Ciríaco* – Editor de Esportes
A Arena Itaipava Fonte Nova encanta à distância. No entanto, à medida que a lupa se aproxima do estádio de Salvador, os problemas surgem e evidenciam que os baianos ainda terão muito trabalho pela frente para tornar o local 100% apto para uma competição com as exigências de qualidade da FIFA. Neste domingo (7), a festa feita com artistas como Ivete Sangalo e Cláudia Leite, além do clássico Bahia x Vitória não conseguiram esconder defeitos que precisarão ser corrigidos.
Fios aparentes no estacionamento, limpeza deficiente, vazamentos de água em torneiras dos banheiros, falta de acabamento em algumas paredes e demora na abertura de alguns portões, que gerou algum transtorno são exemplos a serem citados. Frank Alcântara, presidente do Complexo Esportivo confessou que os defeitos existem, mas garantiu que serão consertados. “Já corrigi muita coisa, mas é uma arena em evolução. Peço que nos ajudem a melhorar a arena, nos indicando onde os problemas estão”, disse.
Para jogo de inauguração, alguns portões abriram com atraso e formaram filas
O governador da Bahia, Jaques Wagner também comentou sobre os erros observados no evento teste da arena. “São naturais em uma obra deste porte”, disparou, antes de fazer comparações entre Salvador e o Rio de Janeiro. “Eu não gosto de falar dos outros, mas como tem gente que tem a crítica fácil na boca, tenho que lembrar que muitos disseram que o Pituaçu não ficaria pronto a tempo, ou que a Fonte Nova não ficaria pronta a tempo. Pois reformamos o Pituaçu em menos de um ano, e estamos hoje na Fonte Nova. E do Engenhão, que custou oito vezes mais que o Pituaçu, e que já está fechado para reformas, ninguém fala”, disparou.
No entanto, mostrando irritação com as perguntas referentes aos transtornos, o presidente do Complexo Esportivo, Frank Alcântara foi o autor da frase mais surpreendente do evento. Perguntado se alguns funcionários estavam sendo treinados na hora do evento ele disse: “Tenham dó. Se tiver alguém (funcionário ou voluntário da Arena Fonte Nova) sendo treinado na hora da catraca abrir, pego um revólver e me mato. Não houve isso de forma alguma”. Indagando sobre a segurança do estádio, mais uma vez Frank Alcântara foi inusitado: “Minha esposa está aqui, meus filhos, se eu não achasse seguro não os trazia”.
A pergunta sobre despreparo de funcionários referiu-se ao fato de alguns portões terem sido abertos com atraso, gerando grandes filas. Um desses torcedores que encarou uma longa espera, Jairo César Negreiros da Silva, pedreiro, reclamou também da forma como os ingressos foram vendidos e se disse excluído pela empresa responsável pela construção da Arena. De posse de um contra-cheque da construtora, Jairo afirma que teria direito a um ingresso, no entanto, como foi demitido pouco antes da inauguração, não recebeu a entrada. “Eu construí essas paredes com minhas mãos. Saí um pouco antes do fim, mas acho que deveria ter recebido meu ingresso. No entanto, tive que chegar as 4h30 da madrugada para comprar. Encarei fila e até spray de pimenta. A gente não merece isso”, reclamou o pedreiro, que esteve no jogo acompanhado da esposa.
Apesar das falhas iniciais, a Arena Fonte Nova, cujo “namming right” foi comercializado por R$ 100 milhões com uma cervejaria nacional, impressiona pela beleza da arquitetura, pelo local onde foi erguida, em frente ao Dique do Tororó e em meio a casas humildes, mantendo a tradição do lugar onde a antiga Fonte Nova se localizava.
A Arena foi construída em 32 meses e abriu suas portas neste domingo (7), com 700 monitores, 300 seguranças privados e 1.500 policiais. Um dos monitores confessou que não foi fácil conseguir a vaga e disse que está participando de treinamentos desde janeiro.
Destaque
Um dos destaques positivos da festa de abertura da Arena de Salvador foi a presença do jovem Artur Nascimento. Acometido de paralisia cerebral, Artur, que é paraense, faz tratamento na capital baiana e deu o pontapé inicial do domingo usando uma roupa que usa tecnologia da Agência Espacial Russa e que permite ao garoto andar.
“Quero agradecer a todos por essa oportunidade e gostaria de dizer que ser deficiente não é ser incapaz”, concluiu.
* Itamar Ciríaco viajou à convite dos promotores do evento
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