sexta-feira, 19 de abril, 2024
28.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

Arte abandonada pelas ruas

- Publicidade -

Marcelo Lima
Repórter

“Numa cidade não muito distante, monumentos são colocadas em espaço públicos e, passados poucos anos, somem da paisagem e não retornam”. As linhas anteriores poderiam descrever um fenômeno digno de qualquer narrativa de realismo fantástico, mas não. Essa é uma história real graças ao despreparo do poder público em zelar pelos monumentos de Natal ou mesmo pela ação de bandidos. Na maioria dos casos,  o roteiro é este: artistas ou empresários presenteiam a cidade com obras de arte; elas não  são conservadas como devido; com poucos anos, oferecem risco à população que circula por perto e são retiradas. Para piorar a situação, somem dos depósitos públicos inexplicavelmente. Pelo menos, foi esse o fim do Arco do Sol, localizado na avenida engenheiro Roberto Freire de 1999 a 2011.
Mosaico de Newton Navarro e Dorian Gray - que retrata o povo potiguar que vive no entorno do rio Potengi - está danificado
#SAIBAMAIS#De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), a gestão anterior não deixou nem vestígios da obra pós-moderna. “Em 2013, quando a atual gestão assumiu, não foram encontradas as peças removidas pela gestão passada, no depósito da Prefeitura, no bairro das Rocas”, informou a nota da secretaria responsável pela conservação.

A ferrugem já corroeu os tubos de aço que davam sustentação ao arco. Em um dos pilares metálicos que foram cerrados para a retirada da estrutura, há água parada da chuva. “Isso é um perigo, porque empoça e pode dar dengue. De vez em quando eu mando ajeitar”, disse Edivaldo Cabral, vendedor de lanches na marginal da avenida Roberto Freire.

Na praça Sete de Setembro – cercada pelos prédios sede da Prefeitura, Justiça estadual e Assembleia Legislativa – quatro efígies (representação imagética de personagens históricos) de bronze foram roubados em março deste ano. A 1ª Delegacia de Polícia abriu um inquérito para investigar, mas, segundo delegado Marcos Dayan, ainda foi possível encontrar nenhum culpado. Conforme ele, o inquérito continua aberto. As peças também não foram repostas.

Outra obra que desapareceu antes mesmo do seu companheiro, o Machadão, foi o Monumento ao Atleta do artista plástico Manxa. Na edição de 1986, a TRIBUNA DO NORTE já  assinalava: “completamente deteriorado graças ao descaso das administrações municipais anteriores”. O monumento inaugurado em 1975 deixou a paisagem do Machadão exatamente em razão do comprometimento da estrutura em 2001. Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte) para mais esclarecimentos sobre essas obras, mas não obtivemos resposta. 

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas