Todo mundo quer alguém para amar ou manter o que já possui. Na praia de Barra de Maxaranguape, litoral norte do Estado, um local tem se conservado como obrigatório ponto de encontro para amantes, enamorados ou solitários em busca de um par: a chamada Árvore do Amor – que são verdade duas gameleiras cujas raízes se entrelaçaram e as copas se uniram formando um coração – é alvo constante de promessas, simpatias, poses para fotos e declarações de amor. Um lugar para os românticos chamarem de seu. 
A movimentação em torno da Árvore do Amor é vista de perto há 14 anos pelo comerciante e guia Genildo Teixeira, mais conhecido na área como Piudo. Ele tem uma barraca rústica de petiscos e bebidas próxima à árvore, e já se acostumou a ver pessoas de todas as partes do Estado, do Brasil e do mundo fazendo pedidos românticos à planta. “Nativos, natalenses, turistas brasileiros e estrangeiros, todo mundo vem aqui pra conferir as qualidades da árvore”, diz.
O sugestivo formato da árvore criou simpatias e tradições que os visitantes adoram tentar. Por exemplo: se o casal subir na árvore, nunca vai se separar; já os solteiros – principalmente as mulheres – devem amarrar uma fitinha na raiz da planta e fazer três pedidos. “Há gente que já botou cadarço de sapato e até mesmo calcinha, e outros trazem oferendas, como frutas. O pessoal às vezes exagera”, diverte-se. Genildo conta já ter visto de tudo: de casal “namorando” em cima das raízes a namorados do mesmo sexo também fazendo suas juras de amor. A árvore inspira todos os corações.
O maior público usuário das qualidades amorosas da árvore são as mulheres. “E elas obrigam os namorados ou maridos a participarem”, diz Genildo. A fama da planta é alvo constante das atenções da imprensa, já tendo inúmeras reportagens, como a do apresentador de televisão Álvaro Garneiro. O comerciante acredita piamente nos poderes da árvore. “Houve uma moça paulista que veio aqui, fez o pedido para encontrar alguém e, um ano depois, ela voltou grávida e com o marido do lado. Ela fez questão de voltar só para agradecer a Árvore do Amor”, conta.
“Quando a árvore dá, a história é para sempre”, afirma Genildo. Ele mesmo se diz agraciado pelas gameleiras em formato de coração. “Estou casado há quinze anos, e já subi na árvore com minha esposa para renovar nossa união. As minhas duas filhas também foram abençoadas por ela”, conta. Segundo estudos do Ibama, a gameleira de Maxaranguape tem cerca de 300 anos. Pelo visto, ainda formará casais e ajudará românticos solitários ao longo dos tempos.
