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Assassinos de médico vão ser julgados em Alexandria

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Ocorre no próximo dia 12 de dezembro o julgamento dos dois homens acusados de assassinar a tiros o médico Gentil Paiva de Oliveira, na cidade de Alexandria, a 390 quilômetros de Natal. O julgamento ocorrerá mais de 22 anos depois de o crime ter sido praticado, em maio de 1989. Durante este intervalo, amigos e familiares não perderam a esperança de ver os acusados condenados pelo homicídio que transtornou a cidade.
A filha Teresa Raquel lemba que a família do médico Gentil Paiva não busca vingança, mas justiça
Os dois acusados são Wildenberg Fernandes de Oliveira e Evaristo Mesquita de Figueiredo. Os homens permanecem foragidos após expedições de mandados de prisão preventiva. O julgamento, portanto, será realizado à revelia – quando os réus não comparecem ao Tribunal sem motivação legítima.

Após exposição das teses de acusação e defesa, caberá a sete pessoas do júri popular votar e decidir ou não pela condenação. O crime teve testemunhas oculares e a própria vítima chegou a apontar seus algozes após o crime, quando permaneceu internado por dois dias.

Para a família, caso a condenação ocorra, o julgamento terá representado o “fechamento de  um ciclo”. “A defesa trabalhou para que o crime fosse prescrito, mas conseguimos levá-lo a julgamento. Acreditamos na condenação dos acusados por uma votação de 7 a 0 do júri”, disse em entrevista à TRIBUNA DO NORTE a filha do médico Gentil, Teresa Raquel Paiva de Oliveira.

A filha da vítima relata que o crime ainda repercute na cidade, mesmo 22 anos depois do assassinato. Segundo ela, até mesmo a família dos acusados condenam o envolvimento dos parentes no crime. “Ninguém gosta deles lá na cidade. Até mesmo na família há rejeição”.

Ela esclarece que o sentimento de justiça não deve ser confundido com vingança. “O meu pai deixou bem claro que não queria vingança. O que buscamos é justiça”, afirmou.

Os réus serão julgados por homicídio qualificado e a pena a ser definida pelo juiz do Tribunal do Júri pode chegar a 30 anos de prisão.

O médico Gentil Oliveira era vice-presidente do diretório municipal do PMDB em Alexandria quando foi assassinado em maio de 1989. Tinha destaque na sua atuação como médico e foi diretor do hospital da cidade, o Joaquina Queiroz. Gentil havia se candidatado a prefeito, mas perdera a eleição. “Ele era uma pessoa que se sobressaiu e tinha grande representação na cidade. Todos lamentaram a sua morte”, relembrou a filha, Teresa Raquel.

O crime

No dia 25 de maio de 1989, o médico Gentil Oliveira foi alvo de uma emboscada. Ele estava na casa de um amigo quando dois homens invadiram o local e dispararam 12 vezes contra a vítima. Oito disparos atingiram Gentil, que foi socorrido e levado  para o hospital.

Os homens eram seus primos: Wildenberg Fernandes de Oliveira e Evaristo Mesquita de Figueiredo. Imagina-se que a motivação tenha sido disputas políticas, já que Gentil não apoiou Evaristo, quando este concorreu ao cargo de vereador em Alexandria.

A vítima foi transferida para o hospital em Pau dos Ferros e posteriormente para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital Walfredo Gurgel, em Natal. No dia 28, Gentil teve complicações renais que forçaram a sua transferência para Recife. No mesmo dia, não resistiu à gravidade dos problemas causados pelos disparos que o atingiram e morreu aos 45 anos de idade.

Memória

No dia 12 de dezembro terá início o julgamento do caso que chamou atenção da cidade de Alexandria no final da década de 80. Serão sete as pessoas que, conscientes das teses de defesa e acusação, votarão pela condenação ou absolvição dos dois acusados: Wildenberg Fernandes  e Evaristo Mesquita.  Eles serão julgados à revelia, ou seja, estão foragidos e não comparecerão ao Tribunal do Júri.  Tanto a promotoria, quanto a defesa pode recusar três vezes uma pessoa sorteada. A partir da quarta negativa, deve haver uma justificativa aprovada pela juiz da Comarca. Para se voluntariar a participar de

um júri é necessário ser maior de 18 anos, não trabalhar no judiciário ou na polícia e também não possuir antecedentes criminais. As 21 pessoas foram escolhidas em fevereiro para o período de um ano como jurados. As atividades ocorrem todos os dias e às vezes até mesmo pela manhã e à tarde.

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