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Assembleia Legislativa terá bancada mais fragmentada

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Mais fragmentada, a nova bancada da Assembleia Legislativa eleita no último domingo, dia 5, terá  treze partidos – em vez de onze – sendo oito com apenas um parlamentar.  A partir do dia 1º de janeiro de 2015, duas novas legendas: PHS e o PtdoB.  O PMDB manteve a maior bancada, com cinco deputados, seguido pelo PROS, com quatro deputados eleitos – um a menos em relação a atual composição. O terceiro partido com maior expressão deixou de ser o PSB, que não conseguiu reeleger a deputada Larissa Rosado, e passa a ser ocupado pelo PSD, que cresceu de dois para três parlamentares.
Na composição atual, Assembleia tem 11 partidos com representantes em plenário
Para o cientista político e professor do departamento de Ciências Sociais da UFRN, Homero Costa, a Assembleia Legislativa potiguar, à exemplo do Congresso Nacional, ficou mais pulverizada, mas não houve mudanças significativas.   “A diferença é que, aqui, a renovação foi bem menor”, analisa ele. “A nova composição é tão conservadora quanto a anterior”, complementa.  Dos vinte e quatro deputados em exercício, dezesseis foram reeleitos e dois não concorreram.

#SAIBAMAIS#Apesar da saída de Walter Alves para concorrer à Câmara dos Deputados, a manutenção das cinco vagas do PMDB se deu com Álvaro Dias. Ex-presidente da Assembleia, ele retorna à casa após conseguir nas urnas 2,09% – 34.268 votos.  Ezequiel Ferreira, Nélter Queiroz e Hermano Morais também foram reconduzidos ao cargo. Morais foi reeleito pela 3ª vez, com 60.813.

O PROS  conta com o atual presidente da ALRN, Ricardo Motta  – o mais bem votado nas urnas e único a obter sozinho o número de sufrágios para eleição – com 4,84% e 80.249 votos.  Renovaram os mandatos ainda Gustavo Carvalho e Raimundo Fernandes, da mesma legenda. A cara nova, mas já conhecida na política natalense, é o presidente da Câmara Municipal do Natal Albert Dickson (PROS) que chega ao seu primeiro mandato na Assembleia.

Já a bancada do  PSD é composta por: José Dias, reeleito para o com 37.844 votos.  O médico Galeno Torquato (PSD), que tem base eleitoral é o Alto Oeste, foi também foi eleito. Com 63.286 votos , o  segundo mais votado no Estado. Também novato, o ex-prefeito de Goianinha Dison Lisboa (PSD) atingiu 1,61% dos votos.

Com uma vaga a menos, o  PSB reelegeu  a  deputada Márcia Maia e Tomba Farias. O ex-prefeito de Areia Branca Manoel Cunha Neto “Souza” é o único representante do PHS.  O advogado e vereador em Parnamirim Carlos Augusto Maia (PtdoB) foi eleito pela primeira vez para a AL.

O PMN elegeu Jacó Jacome na vaga deixada pelo pai. E Cristiane Dantas (PCdoB), mulher do candidato a vice, Fábio Dantas, ocupará a cadeira do marido na Assembleia. O DEM manteve  dois deputados, com a reeleição de Getúlio Rêgo  e José Adécio. Ambos estão prestes a tomar posse para o sétimo mandato consecutivo.  O PT, PDT, PR e SD  não sofreram alteração em número ou nomes (Fernando Mineiro, Agnelo Alves, George Soares e Kelps Lima).  A posse dos eleitos e reeleitos será em fevereiro de 2015.

Bate-papo – Homero Costa
Cientista político e professor do departamento de Ciências Sociais da UFRN

Como o senhor analisa essa fragmentação com novos partidos? Pode se falar em renovação da bancada da ALRN?
Mais partidos não significa nada já que tem servido basicamente para viabilizar candidaturas e o eleitor, em geral,  não vota em partidos, mas em pessoas, portanto não há programas e/ou projetos em disputa. Como disse Fernando Pessoa “O eleitor não escolhe o que quer, escolhe entre isto e aquilo que lhes dão, o que é diferente”. E, em geral, vota desinformado. Se a população acompanhasse o exercício dos mandatos, projetos e relevância aprovados, soubessem quanto ganham e o que fazem os deputados, talvez a renovação fosse maior, mas não é assim que funciona. Quem concorre à reeleição o faz com enorme vantagem, entre outras, a construção de uma enorme e eficiente rede de favores.

Como o senhor avalia o resultado nas urnas?
Estas eleições também mostrou a continuidade das distorções do sistema eleitoral, com a permissividade das coligações, sem critérios ou programas, que faz um candidato com mais de 34 mil votos não ser eleito, enquanto outro ser eleito com pouco mais de 20 mil votos e apenas um (o atual presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta) ser eleito com votos próprios. Os demais, foram beneficiados pelas coligações (o quociente eleitoral – divisão dos votos válidos pelo total de vagas – foi de pouco mais de 69 mil).

Quais as principais diferenças em relação a atual composição da ALRN?
A nova composição é tão conservadora quanto a anterior.

Com o governo sendo disputado entre o candidato do PMDB e do PSD, no segundo turno, o que o eleitor pode esperar dessa composição da ALRN?
Quanto às implicações dessa nova composição para o governador a ser eleito, ambos sabem que podem ficar tranquilos: não terão nenhuma dificuldade em ter maioria, mesmo que seu partido e coligação seja minoritário inicialmente, como aliás aconteceu com o prefeito de Natal eleito em 2012 em relação à Câmara Municipal.

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