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Ataque deixa Gaza sem eletricidade

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Cidade de Gaza (AE) – Israel intensificou ontem a campanha militar contra o Hamas, atacando símbolos do controle do grupo militante sobre Gaza, além realizar disparos que, segundo autoridades palestinas, fecharam a única usina de energia do território costeiro no que foi o bombardeio mais pesado da guerra até agora.  Horas depois de a usina de energia ter sido atingida, uma enorme coluna de fumaça preta ainda subia de um dos tanques de combustível do local, ainda em chamas. O fechamento da usina certamente vai levar a mais problemas no fornecimento de eletricidade e de água aos mais de 1,7 milhão de pessoas que vivem no estreito território palestino.
Novos ataques israelenses, como a destruição da única usina termelétrica de Gaza, dificultam esforço de paz na região
Os novos ataques israelenses também representam um novo golpe aos esforços internacionais para se alcançar uma trégua sustentável para o confronto, que chega à quarta semana. Pelo menos 100 palestinos foram mortos nesta terça-feira, dentre eles 36 que estavam em cinco casas atingidas por disparos feitos por tanques, segundo autoridades palestinas e o Crescente Vermelho palestino.

Num ataque na tarde ontem, dez integrantes da mesma família foram mortos e 50 pessoas ficaram feridas após disparos de tanque na cidade de Jebaliya, norte de Gaza, disseram autoridades. Isso elevou o número de mortos desde o início do conflito, em 8 de julho, para pelo menos 1.156, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Kidra.  Israel confirmou a morte de 53 soldados e três civis.

Na Cisjordânia, um graduado integrante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) sugeriu uma trégua de 24 horas, afirmando falar também em nome do Hamas, mas o grupo militante afirmou que quer que a iniciativa parta de Israel. O porta-voz do governo israelense, Mark Regev, não comentou a declaração do Hamas.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu a respeito da “prolongada” campanha contra o Hamas, mas não ficou claro de Netanyahu decidiu expandir a guerra em Gaza para um esforço total para derrubar o Hamas ou se pretende limitar a operação de Israel para o objetivo inicial de fazer com que o Hamas pare de lançar foguetes e destruir a rede de túneis do grupo militante.

Ontem, aviões de Israel realizaram dezenas de ataques, destruindo totalmente a casa do principal líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, e danificando os escritórios da emissora de televisão do movimento Al-Aqsa, uma mesquita central na Cidade de Gaza e escritórios do governo. A casa de Haniyeh, localizada numa ruela estreita do campo de refugiados de Shati, foi reduzida a escombros, mas ninguém ficou ferido. Moradores colocaram um grande retrato de Haniyeh em cima dos destroços e várias bandeiras verdes do Hamas e bandeiras nacionais palestinas no local. Israel tem atacado as casas de vários líderes do Hamas, mas nenhum deles foi morto, possivelmente porque eles não têm atraído muita atenção para si. Haniyeh disse em comunicado divulgado nesta terça-feira que “destruir pedras não vai romper nossa determinação”.

A cena na usina de energia de Gaza, depois de duas bombas disparadas por tanques terem atingido um dos três tanques de combustível era assustadora. “Precisamos de pelo menos um ano para reparar a usina de energia, as turbinas, os tanques de combustível e a sala de controle”, disse Fathi Sheik Khalil, da Autoridade de Energia de Gaza. “Tudo foi queimado”.

Mesmo antes do ataque contra a usina de energia, os moradores de Gaza recebiam eletricidade por apenas cerca de três horas por dia porque os confrontos danificaram as linhas de transmissão. A maioria das linhas que levavam eletricidade de Israel para Gaza já haviam sido danificadas anteriormente.

Em Rafah, no sul, sete membros de uma família foram mortos após um ataque aéreos e sete integrantes de uma outra família morreram quando tanques dispararam contra sua casa, segundo o Centro Palestinos pelos Direitos Humanos em Rafah, que faz a contagem das vítimas do conflito.  Na região central de Gaza, sete pessoas, dentre elas cinco de uma mesma família, foram mortas por disparos de tanque contra uma casa, informou o Crescente Vermelho.

Diplomacia

Chile convoca embaixador

Santiago (AE) – O governo do Chile convocou o embaixador do país em Tel-Aviv para consulta em ato de repúdio à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. O ministro do Exterior chileno disse, em nota, que o país está “preocupado e desanimado” com a intensificação dos ataques. O documento informa ainda que o governo chileno acredita que a ofensiva “desencadeia uma punição coletiva sobre a população palestina”, em referência às mais de 1.000 mortes já provocadas pelos ataques, que atingiram inclusive hospitais e escolas. Israel tenta impedir o lançamento de foguetes pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza. No entanto, o governo do Chile diz que a resposta israelense é desproporcional

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