Daísa Alves
repórter
Após quase um ano de implantação do Mais Médicos no RN, quase 60% dos municípios potiguares possuem pelo menos um profissional do programa. No total, se contabiliza o incremento de 238 profissionais distribuídos em 99, dos 167 municípios do Estado. O resultado é a ampliação de acesso ao serviço de saúde básico para 714 mil habitantes potencialmente sendo atendidos. Os dados e estimativas são da Comissão Estadual dos Programas Mais Médicos e Provab do RN.
Para debater os primeiros impactos do Programa na assistência da população o Ministério da Saúde realiza em todo o país o seminário “Mais Médicos para os brasileiros”. O evento estava programado para acontecer em Natal no dia 2 de julho, no entanto foi desmarcado por indisponibilidade de agenda dos representantes do Ministério e está sem data definida.
Para os participantes locais já há perspectiva de melhoramento nos atendimentos. “Houve sim um incremento nas consultas básicas para os Programas de Hipertensão e Diabetes, acompanhamento os pré- natal e à criança e o mais importante, com qualidade”, afirma Cláudia Frederico, integrante da Comissão. A afirmativa entra em consenso com os dados do Ministério da Saúde.
Em todo o país, o número geral de consultas realizadas na Atenção Básica cresceu quase 35% no mesmo período – foram 5.972.908 em janeiro de 2014 contra 4.428.112 em janeiro de 2013. Entre esses atendimentos, teve destaque o de pessoas com diabetes, que aumentou cerca de 45% – passou de 587.535, em janeiro de 2013, para 849.751 em janeiro de 2014.
Os atendimentos de pacientes com hipertensão arterial aumentaram em 5% no mesmo período, e as consultas de pré-natal, em 11%. O encaminhamento a hospitais diminuiu em 20%, passando de 20.170 para 15.969.
No Rio Grande do Norte, os médicos do programa são divididos em três modalidades: brasileiros, intercambistas e estrangeiros. Os Intercambistas são aqueles profissionais, brasileiros ou estrangeiros (espanhóis, italianos, colombianos), que se formaram no exterior; os da Cooperação são da nacionalidade cubana.
Atualmente, no Estado, são 35 brasileiros, 32 intercambistas e 172 da cooperação. De todo o Estado a Região Metropolitana é a que mais recebeu profissionais da saúde, com um total de 50 médicos. A região do Seridó é a que mais tem médicos cubanos, 39. Até hoje, nenhum profissional foi desligado do Programa no rio Grande do Norte. A única situação de desligamento foi do município de Ceará-Mirim, que atestou não ter condições de oferecer a infraestrutura exigida. Os três médicos que estavam na cidade foram lotados em Natal, onde permanecem, segundo informação de Cláudia Frederico.
Desde abril deste ano, o governo federal já superou a meta de levar médicos para os municípios de todo o país que aderiram ao Programa Mais Médicos. Atualmente mais de 14 mil profissionais atuam em mais de 3.800 municípios e 33 DSEIs. A maioria (75%) dos médicos está em regiões de grande vulnerabilidade social, como o semiárido nordestino, periferia de grandes centros, municípios com IDHM baixo ou muito baixo e regiões com população quilombola, entre outros critérios de vulnerabilidade.
SOBRE O PROGRAMA
Lançado em julho de 2013 pela presidenta Dilma Rousseff, o Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com o objetivo de aperfeiçoar a formação de médicos na Atenção Básica, ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país e acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde.
Os profissionais do programa cursam especialização em atenção básica, com acompanhamento de tutores e supervisores. Para participar da iniciativa, eles recebem bolsa formação de R$ 10,4 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde. Em contrapartida, os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos participantes.
Números
238 médicos estão no RN.
50 médicos estão na Região Metropolitana de Natal.
99 municípios foram atendidos pelo programa.
714 mil habitantes estão potencialmente sendo atendidos.
