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Bandidos não escolhem alvos e assaltam policial militar em Natal

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Roberto Lucena
Repórter

Era só o que faltava. Depois de semanas consecutivas atacando taxistas, ônibus, bares e restaurantes de Natal, bandidos demonstraram, mais uma vez, que não têm o que temer e não escolhem alvos. No fim da manhã de ontem, dia 26, dois criminosos armados assaltaram um policial militar. O episódio da lógica invertida da segurança pública – onde bandido desarma policial – ocorreu no bairro de Mãe Luíza e expôs a fragilidade da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN).
No 1º Batalhão da Polícia Militar o soldado Cardoso afirmou ao seu superior: “a violência está demais. Não sei o que é isso”
O crime foi registrado por volta das 11h de ontem. O soldado Cardoso, que é motorista de ônibus lotado na Diretoria de Apoio Logístico (DAL) da PMRN, foi designado para recolher estudantes e professores nas escolas Francisco Ivo e Êxito, ambas no Alecrim. Do lá, aproximadamente 20 pessoas foram levadas ao ginásio da Escola Estadual Dinarte Mariz, nas proximidades do Farol de Mãe Luíza.

Ao chegar ao local, Cardoso – que estava fardado e armado com uma pistola – acompanhou o grupo de pessoas até a entrada do ginásio onde acontecia um evento esportivo. Até então, tudo estava ocorrendo como planejado. O deslocamento do grupo foi solicitado pela secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Seel) ao Comando da PMRN que concedeu a autorização.

#SAIBAMAIS#Mas ao retornar ao veículo, o que seria apenas uma ação corriqueira tornou-se um episódio que pode resumir o clima de insegurança que predomina na capital. O policial militar – mesmo fardado e armado – foi surpreendido pela ação de uma dupla de bandidos. Armados, os dois jovens anunciaram o assalto. “Eu vi quando um deles engatilhou a arma e apontar para mim. Ouvi o barulho do engate e pensei: ‘Ele vai me matar’. Não pude fazer nada. Levantei as mãos e eles levaram minha arma”, contou o soldado Cardoso. Além da pistola .40, dois carregadores foram levados.

Apreensão e medo
Depois do assalto, incrédulo e nervoso, o policial foi à 4ª Delegacia de Polícia registrar a ocorrência. “São 25 anos de serviço dedicado à polícia. Nunca tinha acontecido uma coisa dessa”, disse. “Os caras chegaram, de repente. Apontaram a arma para minha cara. Depois fugiram a pé”, acrescentou o soldado enquanto era interrompido por ligações de amigos da corporação e a esposa dele que foi à DP. “Tenho medo de algo pior aconteça. A gente mora aqui em Mãe Luíza e todos conhecem meu marido. É muito perigoso”, disse a mulher que preferiu não revelar identidade.

Ainda na delegacia, policiais do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) foram conversar com o soldado. Ao coronel Silva Júnior, Cardoso disse que estava impressionado com o que havia acontecido. “É uma situação muito complicada, coronel. A violência está demais. Não sei o que é isso”, disse. “Você sabe de quem é a culpa? A culpa é nossa”, respondeu o coronel.

No início da tarde, várias equipes do 1º BPM e outros batalhões fizeram diligências no bairro de Mãe Luíza, a procura dos bandidos. No entanto, até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.

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