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Barragem deve ficar pronta em maio

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RIO JUNDIAÍ - A obra está orçada em R$ 18,8 milhões e deverá resolver o problema de enchentes

O problema é quase secular, mas nos últimos dez anos  se intensificou a luta da população de Macaíba por uma solução para as enchentes, que em épocas de inverno rigoroso, praticamente inundam as áreas mais baixas da cidade, sobretudo nas imediações da ponte e em volta do antigo clube Pax e na rua Jundiaí, no centro, onde fica a rodoviária e se concentra a maior parte do comércio local.

As pressões das autoridades municipais e de instituições como a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato do Comércio Varejista e de clubes de serviços, como Lions, Rotary e até a Maçonaria, terminaram surtindo o efeito desejado: através da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Serhid), o governo estadual começou a construir a barragem de Tabatinga, a 12 quilômetros de Macaíba, para conter as águas do rio Jundiaí. “A população de Macaíba espera por esta obra há mais de uma década e a nossa expectativa é de entregá-la em maio deste ano, ou seja, antes do período de chuvas. Além de conter as cheias, a barragem terá ainda a finalidade de abastecimento, beneficiando 55 mil habitantes e o Distrito Industrial do município”, afirma o secretário estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, vice-governador Iberê Ferreira.

A ordem de serviço para a construção da barragem pelo consórcio Marquise/EIT saiu em novembro de 2006, mas a obra sofreu um atraso porque em 22 de janeiro de 2007 houve uma adequação ao projeto inicial, para a mudança de local de construção do vertedouro, mais conhecido popularmente como sangradouro. “A mudança foi para melhor, reduziu o custo da obra de R$ 23 milhões para R$ 18,8 milhões”, disse o coordenador de Infra-estrutura da Serhid, Antonio Tibúrcio da Costa Filho, que prevê para maio a entrega da obra.

Antônio Tibúrcio confirmou que a construção da Barragem de Tabatinga resolverá em 75% os problemas das enchentes do rio Jundiaí, porém, o governo vai construir,  mais duas barragens.

Consórcio construtor já fez 30% das obras

O engenheiro do consórcio de empreiteiras Marquise/EIT, Cláudio Amado, afirmou que 30% das obras da Barragem de Tabatinga já foram realizadas. Com mestrado em gestão ambiental, ele disse que a barragem está sendo construída sem causar danos ao meio ambiente, até porque muitas das casas que ficarão ao redor da lâmina d’água foram preservadas e as águas vão inundar, preponderantemente, áreas de pastos e de pouca vegetação.

“Já colocamos 180 mil metros cúbicos de terra, de um total de 660 mil que são postos na obra”, disse Amado.

Além de ter a finalidade de conter as enchentes do rio Jundiaí, está sendo construída uma canalização de 92 metros com tubos de 800 milímetros que, posteriormente, vai servir para perenizar do rio Jundiaí a jusante da barragem, no sentido de quem vai para Macaíba. “No futuro as águas poderão servir para irrigação”, prevê ele.

Amado explicou que a obra é uma barragem de terra, com a construção de rocamento de pedras para evitar a marola d’água e a erosão da parede da barragem, que, segundo ele, terá uma cota de 53,5 metros, incluindo a parte de fundação. “A cota de inundação é de 50 metros”, informou o engenheiro, lembrando que o projeto inicial previa cinco tipos diferentes de vertedouros, mas a solução encontrada, objeto de uma adequação do projeto em janeiro de 2007, “termino sendo mais funcional e mais barata”.

Ele ainda acredita que se chover durante o período de construção da barragem não haverá problema, porque já foi construída uma espécie de sumidouro na área de fundação, que servirá para filtragem das águas pluviais.

Inverno deve ser normal, diz Emparn

O chefe do Setor de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, informou que a previsão é de inverno normal nas cabeceiras do rio Jundiaí, que nasce no município de Sítio Novo, região do Trairi/Agreste do Rio Grande do Norte. “As águas poderão chegar em Macaíba e devem em algum momento, sim, causarem inundação”, acrescentou ele.

Gilmar Bristot disse que a estação de inverno poderá começar já nesta segunda quinzena de janeiro, prolongando-se até maio na região fronteiriça do Agreste e do semi-árido do Estado.

“Acho que esse tipo de obra tem de ser feita durante o período seco, entre agosto a dezembro”, avaliou ele, com relação ao andamento das obras da Barragem de Tabatinga.

Segundo Bristot, os parâmetros analisados até agora no Setor de  Meteorologia, são de que as condições climáticas nos Oceanos Pacífico e Atlântico “são favoráveis a chuvas”. Ele explica que as condições verificadas em novembro e dezembro de 2007 “vêm se mantendo e podem se tornar contínuas” até o fim da estação chuvosa.

Bristot disse ainda que o fenômeno “El Niño não está acontecendo,  mas sim o “El Nina”, em que as águas dos oceanos estão frias “no Atlântico sul e quentes no Atlântico norte, o que favorece as chuvas na região Nordeste”.

O meteorologista Gilmar Bristot disse ainda que foi possível confirmar o período chuvoso do litoral, que normalmente ocorre de abril a maio.

Problema das enchentes vem desde 1997

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Macaíba, Luiz Antônio Lacerda, lembrou que a luta por uma solução definitiva para conter as enchentes do rio Jundiaí vem desde 1997, “quando a população foi surpreendida com a maior cheia dos últimos anos”.

Luiz Antônio Lacerda disse que desde daquele ano o problema se intensificou, tanto que no ano passado houve duas cheias, uma em cima da outra, causando sérios prejuízos à população e ao comércio local. “Tem gente que pensa que o prejuízo é só com a perda de mercadoria, mas muitas vezes tínhamos que fechar as portas do comércio, ficando sem faturar, quando havia ameaças de chuvas todo mundo ficava de plantão”, relatou ele.

Lacerda explicou que ao longo desses dez anos se fizeram diversas campanhas para sensibilizar as autoridades do Estado, até audiências públicas foram realizadas na Câmara de vereadores. Por fim, segundo ele, a bancada federal e o governo do Estado fizeram gestões junto ao governo federal e conseguiram a liberação de recursos através de emendas de bancadas ao Orçamento Geral da União (OGU) para a construção da barragem de Tabatinga.

“Nós estamos ansiosos para vermos a inauguração dessa obra, que vai resolver pelo menos 75% do problema das cheias”, otimiza Lacerda, que é dono de uma casa de material de construção na rua Jundiaí, 38, em frente à rodoviária de Macaíba.

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