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Bate-papo

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Dácio Galvão [ [email protected] ]

Dois dias depois super atrasado leio no zap: -Vamos almoçaaaaaar! Na certa um cardápio antropofágico passando pela zona da mata pernambucana e ganhando o mundo pela Occitânia.

Semana de conversas. Com Silvério Pessoa conversa que não aconteceu. Melhor, não evoluiu refém do presencial. Falamos ao celular e ficamos de ajustar o encontro. Beira do mar, almoçar, qualquer lugar. Amigos de anos. Vértices de encontros na teia de percursos pessoais e ou profissionais. Trocamos mensagens via whatsApp, marcamos para nos vermos, trocarmos idéias presenciais. O artista começa a pensar numa tese de doutoramento que abordará o tema da música religiosa contemporânea. Lembrei logo de Milton Nascimento que em alguma página falara certa vez da influência que recebera do canto gregoriano. Virgínia Rodrigues que foi corista de igrejas católicas e protestantes. O ex-Cascabulho identificado com o MST e reatualizador de Jackson do Pandeiro estava agendado para assistir Ao show do padre Fábio de Melo (que fez “Amar como Jesus amou” com Fernanda Takai) na sexta-feira, e no sábado o do autor de “Edipiana nº1”, Alceu Valença. Rever amigos, entre eles Paulo Rafhael, o guitarrista inseparável de Valença. Compromissos formais familiares se interpondo e a exaustão me derrubando, me tirando de combate. À lona, literalmente. Ainda no sábado de manhã mapeei e veio o itinerário: -Estou caminhando na Praia do Meio, tomando chope! Absoluta vontade de revê-lo, mas consumido e consumado não tive ânimo de ir vê-lo propício, instigador, indagador derramando fruição de boa energia. Silvério Pessoa é pessoa. Sensível. Inteligente. Humano. Dois dias depois super atrasado leio no zap: -Vamos almoçaaaaaar! Na certa um cardápio antropofágico passando pela zona da mata pernambucana e ganhando o mundo pela Occitânia. Não perdi esse papo. Ele fica adiado. Não furei nem desperdicei. Adiantei e autentiquei em cartório.

E aí na Livraria Saraiva fui cumprir sim o protocolo com o autor de Galiléia, Ronaldo Correia de Brito autografando “O Amor das Sombras”, seu último título lançado. Livro de contos. Em separado recebo gentilmente duas preciosidades extremas: “Le jour ou Otacílio Mendes vit Le soleil” seu livro cheio de charme editado em Paris, pela Éditions Chandeigne que traz no seu time autores de língua portuguesa, escritores da densidade de Mia Couto, Herberto Helder, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Modesto Carone, Machado de Assis… E, “Atlântico”. Edição arrojada no despojamento gráfico e que acentua: “Esta obra está protegida com uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional para Mariposa Cartonera editora de Recife-PE.

 Ou seja, conteúdos liberados para compartilhamentos, usos de criatividades e conhecimentos juridicamente gratuitos. Acentua o informe que é uma tiragem de 50 exemplares numerados e assinados. ‘Um livro cartoneiro é único, pois é produzido com capas pintadas a mão, feitas de papelão reutilizado, comprado de catadores, recolhido nas ruas ou em estabelecimentos comerciais.’ Ronaldo lá estava proseando com  Woden Maduga, Mário Ivo, Nelson Patriota, prefeito Carlos Eduardo e Carlos Furtado. Comemorando a montagem cênica-sinfônica montada respectivamente por Dimas Carlos e Gilberto Cabral, era só alegria. Mesmo antes de assistir ao espetáculo. Depois, ao final da apresentação do Balé da Cidade do Natal convidado para subir no palco fora aplaudido de pé por uma platéia vibrante. Estava contente com o resultado artístico da daptação do seu “Pavão Misterioso”. Uma observação potencial aqui outra acolá.

De quebra chama o celular e para nossa surpresa era Naná Vasconcelos. O mais nobre abridor de carnavais do Recife com seus 600 tambores de Nações de Maracatu de baque-virado. A cerimônia da Noite dos Tambores Silenciosos. Porra! Digo eu: – Pernambuco falando para o mundo? Silvério, Ronaldo pernambucano por (auto)adoção e Naná. Troca de cordialidades assuntando perspectivas culturais. Sondagens e metaplanos. Naná de Amazonas. De Codona. Milagre dos Peixes. Danças das Cabeças com Egberto Gismonti. Sinfonia & Batuques. De 4 Elementos. Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat e ganhador de oito prêmios Grammy. Colaborador e partícipe do projeto Nação Potiguar (Escritório Candinha Bezerra / Fundação Helio Galvão) fazendo arranjo percussivo da Suíte Encantaria, linhas de jurema recolhidas por Mário de Andrade no Rio Grande do Norte e para mais duas que garimpamos do juremeiro Pantico, no Carcará, em Tibau do Sul, interpretada por Mônica Salmaso. Cuidadoso com a saúde ouvindo Villa-Lobos e Monges tibetanos. Naná é de Nanã. 

Assim de conversa em conversa, em desconversas e outros blá,blá,blá vamos driblando o óbvio e nos emaranhando em labirintos e labirintos. Literários, sonoros, etnográficos. Vivendo e levando a vida como Deus quer e nos permite.

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