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Boff fará palestra sobre ecoteologia da libertação

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Expoente da Teologia da Libertação – corrente da Igreja Católica que tem como marca registrada a opção pelo pobre e a luta pela justiça social -, o teólogo e escritor Leonardo Boff, de 75 anos, é também um dos grandes estudiosos da ecologia, tema sobre o qual falará na aula magna inaugural do segundo semestre de 2014 da UFRN, nesta quarta-feira (27), a partir das 9h, no auditório da Reitoria. “Hoje, o grande pobre é a Terra, que é explorada, que é sugada, violentada. Então, temos que  libertar a Terra. Foi a partir desse princípio que eu comecei a elaborar a Ecoteologia da Libertação, que é hoje talvez a ponta mais avançada da Teologia da Libertação”, explicou Leonardo Boff, na noite de ontem (26), em entrevista à TRIBUNA DO NORTE.
Punido por Bento 16, Leonardo Boff elogia humildade e compromisso de Francisco scom ecologia
Hospedado em um hotel de Ponta Negra, ele recebeu a reportagem com imensa simpatia  e bom humor. O teólogo, que chegou a ser punido pela Igreja Católica por seu trabalho à frente da Teologia da Libertação, diz que nunca deixou a Igreja e que está alegre em ver essa nova época, representada pelo papa Francisco, “um revolucionário”, segundo Boff.   

“O Papa pediu material meu sobre ecologia. Ele está preparando uma grande encíclica sobre como salvar a vida no planeta e, sabendo que eu trabalhei  muito nesse tema,  teve a humildade de me pedir o material. Eu enviei e tenho convite aberto para encontrar-me com ele”, disse Leonardo Boff, que hoje divide seu tempo em dar palestras no Brasil e no exterior, ministrar cursos a grupos que lhes pedem e a escrever. Ele já escreveu 94 livros.

Sobre a palestra para os estudantes da UFRN, o teólogo adiantou que abordaria temas da atualidade que tem a ver com o futuro da vida, o futuro da humanidade e a crise da civilização, cujas maiores vítimas, no seu modo de ver, são os jovens, as suas esperanças, a sua busca por posto de trabalho.

Autor de uma vasta produção intelectual no campo da filosofia, da teologia e da educação, Leonardo Boff demonstra preocupação com o destino do mundo, que ninguém sabe pra onde vai. “O jovem precisa se dar conta do mundo que temos, que tipo de sociedade que temos, que tipo de governo que temos. Isso foi mostrado ano passado nas manifestações de junho. Não nos agrada, não nos representa. Nós queremos outra coisa. Então eu faço um duplo discurso que é um discurso sobre como chegamos a esse ponto (as causas), mas o mais importante pra mim é buscar alternativas que dêem esperança”.

Um dos autores da Carta da Terra, declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica, o teólogo entende que a humanidade está se distanciando dos valores e princípios do documento e lamento isso. Por outro lado, tem esperança no jovem para mudar  todo esse cenário político que aí, totalmente superado. “O jovem tem que ser revolucionário, tem que fazer política. E nessa eleição vamos ver até que ponto eles vão se engajar. Eu vou fazer força para que se engajem”.

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