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Bombardeio a hospital em Kunduz mata nove pessoas

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A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) condenou o ataque aéreo que atingiu, na madrugada deste sábado, um hospital em Kunduz, ao norte do Afeganistão, que causou a morte de, pelo menos, nove membros da organização e deixou mais 37 feridos. “É com profundo pesar que confirmamos a morte de nove colaboradores da MSF durante o bombardeamento da noite passada num hospital da organização em Kunduz”, diz  comunicado da MSF.

A MSF esclarece que todas as partes envolvidas no conflito, inclusive em Cabul e Washington, foram claramente informadas da localização exata (coordenadas GPS) das instalações da organização em Kunduz, incluindo o hospital, a pousada, o escritório e uma unidade de estabilização em Chardara, no noroeste de Kunduz.
Hospital no norte do Afeganistão ficou destruído após bombardeio da força aérea da Otan
O bombardeamento em Kunduz continuou por mais de 30 minutos depois de as autoridades militares americanas e afegãs terem sido informadas, pela primeira vez, pela MSF de que o seu hospital, cheio de pacientes e de funcionários, tinha sido atingido, afirma a organização, que exige esclarecimentos sobre o sucedido.

Os Estados Unidos reconheceram que poderão ter causado “danos colaterais” em um centro da organização MSF em Kunduz e afirmaram que investigam o incidente. O porta-voz das tropas norte-americanas no Afeganistão, coronel Brian Tribus, disse à agência EFE que houve um “ataque aéreo em Kunduz contra indivíduos que ameaçavam o contingente”. “O ataque pode ter provocado danos colaterais numa instalação médica próxima. O incidente está sob investigação”, afirmou.

O Ministério do Interior afegão disse que um grupo de 10 a 15 militantes foi encontrado se escondendo no hospital. O Talebã negou que seus combatentes estavam lá. “Eles foram mortos, todos os terroristas foram mortos, mas também perdemos médicos”, informou o porta-voz do ministério, Sediq Sediqi. Desde segunda-feira que a cidade de Kunduz é palco de combates entre os talibãs e as tropas afegãs, que contam com apoio aéreo norte-americano.

A tomada de Kunduz, na segunda-feira passada, foi a conquista militar mais importante dos talibãs desde que em 2001 foram afastados do poder após a ofensiva liderada pelos Estados Unidos. O exército afegão recuperou na quinta-feira o controlo da cidade afegã de Kunduz, no norte do país, mas combates entre as forças governamentais e os talibãs continuaram nos últimos dias.

Kunduz é um ponto econômico estratégico no norte afegão, ligado a Cabul por rodovias e próximo às fronteiras com o Uzbequistão e o Tajiquistão – sendo esta última rota muito usada para o contrabando de ópio e heroína para a Ásia Central, de onde os entorpecentes seguem para a Europa. A cidade sofre hoje com a má governança e a corrupção, problemas que extremistas prometem combater – uma bandeira, aliás, que ajudou a levá-los ao poder do país duas décadas atrás.

Segundo estimativas, Kunduz tem cerca de 300 mil habitantes, mas esse número pode ser menor porque várias pessoas foram obrigadas a deixar a cidade por causa do conflito local.

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