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Bonecos de finos trajes

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Lara Paiva
Especial para o Viver

Os bonecos de pano do artista plástico Plínio Faro ganharam o colorido traço da cultura popular.  Após dez anos sem mostrar algum trabalho, o artista estreou durante o Festival Literário de Natal (Flin) a exposição “Bonecos de Pano: Auto do Boi Calemba”, uma série de 24 bonecos de 45 centímetros,  fabricados artesanalmente e vestidos personagens desta manifestação da cultura popular.  A série é inspirada na obra do folclorista e pesquisador Deífilo Gurgel e nas populares bruxas de feira do artesanato nordestino. A curadoria é do artista Amaro Bezerra.
Brincantes do Boi Calemba ganham reprodução, em forma de bonecos de pano, confeccionados pelo artista Plínio Faro
Parte das atividades de Ocupação do Museu Djalma Maranhão durante o FLIN,  a mostra abre temporada itinerante. A partir desta terça-feira, 10, ela vai estar no bairro de Felipe Camarão, no qual acontecerá de hoje até dia 13 de novembro o Conexão Brasil 2015, que é promovido pelo grupo Conexão Felipe Camarão.   Depois do evento, os brincantes retornarão ao Museu Djalma Maranhão, onde ficarão até o final do mês.

CONFECÇÃO
Os brincantes de pano ficaram prontos após oito meses de elaboração e todos estão disponíveis para venda, custando 250 reais cada. Plínio celebrou o sucesso de seu mais recente trabalho: “Vendi metade dos bonecos expostos e já recebi encomendas”. Fotos e cartões-postais também estavam disponíveis para a compra.

A montagem  surgiu após um desafio proposto pelo produtor Amaro Bezerra.  “Ele me trouxe uma boneca de pano e queria que fizesse uma decoração à minha maneira. Então, eu decidi que decoraria a partir do tema do folclore potiguar. Escolhi as manifestações mais representativas”, explicou.

“A nossa intenção, minha e de Amaro Bezerra (curador e produtor) era despertar o interesse de algum órgão público para a aquisição de todo o acervo, pois, trata-se de um conjunto formando o Auto do Boi Calemba. Como não houve esse interesse, nos vimos obrigados a colocar os bonecos à venda de forma individualizada”, comentou.

OCUPAÇÃO CONTINUA ATÉ DIA 30
A estudante Maria Eduarda Freire gostou da oportunidade de conhecer o trabalho de Faro. “Achei ótimo, pois este museu é uma forma de divulgar os artistas potiguares, algo que não é tão comentado nos livros e nas aulas de história”, contou. 

Ainda dentro do museu de Cultura Popular Djalma Maranhão existe a exibição da série “Cordelíricas Nordestinas”, que está desde o dia 20 de agosto em exposição, idealizado pelo coletivo Caminhos Comunicação e Cultura. Foi contemplado com o edital de literatura de cordel da Fundação Capitania das Artes (Funcarte).

São exibidos pequenos filmes mostrando a importância do cordel, a participação dele nos dias atuais e como está inserido em outras manifestações artísticas a partir de colaboradores do Rio Grande do Norte e outros estados do Nordeste. O projeto expõe 12 mini-documentários, cada um com três minutos com entrevistas de Acaci, Antônio Francisco, Braúlio Tavares, Abaeté e Ceguinho Aboiador. 

No corredor principal está em cartaz uma exposição da fotógrafa Candinha Bezerra, chamada de “Zambê”, que vem dos descendentes africanos e é um ritmo nativo do Rio Grande do Norte, que os seus brincantes sobrevivem hoje no munícipio de Tibau do Sul. 

As fotos foram tiradas durante um passeio de Bezerra pelo município, que já foram retratadas no livro “Fotografias de Coco de Zambê”, lançado no ano de 2007.  Ambas as exposições continuarão depois do Flin até o final do mês. 

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