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BR-405, a estrada sem lei e sem controle

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TRÂNSITO - BR-405 apresenta sérios problemas devido à falta de manutençãoExistem no mundo muitas estradas que viram mitos, trechos que viram filmes e até livros. Uma das mais conhecidas é a rota 66 que corta os Estados Unidos de Los Angeles a Chicago. De acordo com almanaques, “a Rota 66 era selvagem e solitária, doce e infinita, também uma sedutora pronta para roubar sua carteira ou seu coração”. Uma definição erudita para uma estrada que recentemente tem servido muito mais para produções violentas e de terror do que mesmo para inspirações poéticas.

A região Oeste do Rio Grande do Norte também tem suas rotas ilustres. Uma delas é a BR-405, que rasga a região até a divisa com o vizinho Estado da Paraíba. A fama desse corredor de asfalto se arrasta por décadas, desde o período eterno em que ficou para ser recapeada, até os episódios de morte por atropelamento, acidentes e colisões que fazem parte do legado de muitas cidades por onde ela passa.

Mas o que tem chamado a atenção mesmo é a falta de controle por parte das autoridades, que não conseguem manter a ordem no trânsito, que pouco a pouco se constitui como o mais desorganizado de todo o Estado. Um caminho de quase 200km entre Apodi e a entrada de Luís Gomes, na região serrana, onde usar capacete e cinto de segurança é apenas burocracia.

Em Apodi, onde não há obrigação de cumprimento do Código Brasileiro de Trânsito e é permitida toda e qualquer atitude por parte de motoristas e motoqueiros é comum ver menores ao volante ou empinando motocicletas no trânsito, colocando em risco a vida dos transeuntes. Ao contrário da lei nacional, o capacete é proibido devido às alegações dos crimes de pistolagem que são comuns nessa região.

Todas as tentativas de melhorias nesse sentido foram fracassadas devido à falta de persistência dos poderes constituídos, que acaba dividindo a opinião pública. Devido à abordagem repentina da Polícia Rodoviária Federal, muitos cidadãos preferem seguir o Código e evitar constrangimentos no futuro. Por isso, é comum ver algumas pessoas usando capacete na cidade.

Essa mesma situação pode ser observada ao longo da BR-405, nos municípios de Itaú, São Francisco do Oeste, Rafael Fernandes, José da Penha e Major Sales, onde é comum acompanhar esse descaso com a lei federal. Além de não usar o equipamento de segurança, superlotam motocicletas e automóveis com um número muito acima do permitido.

Apesar de Pau dos Ferros parecer estar mais organizada nesse sentido, muitos fatores provam que muito mais há para ser feito. É o caso dos motoristas, que não se obrigam a usar cinto de segurança, ou dos motoqueiros, que ao invés de usar os capacetes autorizados pelos órgãos especialistas, utilizam um equipamento pequeno que não oferece segurança no caso de acidentes, e que, segundo o Código Nacional, é proibido.

Todos esses fatores levam a crer que a BR-405 é mesmo a estrada do desrespeito às leis do País, e muito pouco é feito para evitar a continuidade dessa situação. A ausência de uma política de fiscalização contínua deixa aberta uma lacuna social que atinge principalmente os inocentes vítimas de atropelamento ou morte por acidentes.

Fatos mais recentes ocorridos numa estrada perigosa

Em 2004, o desrespeito à sinalização vitimou seis pessoas, entre elas cinco alunos e um professor de uma escola pública, que tiveram a vida ceifada porque o motorista do ônibus escolar atravessou a BR-405, sendo arrastado por outro ônibus, da viação Jardinense, que entrou na cidade em alta velocidade.

Segundo a perícia, tudo aconteceu por imprudência dos dois veículos envolvidos na tragédia. Um por dirigir em alta velocidade (da empresa Jardinense), e o outro por estar embriagado (o do transporte escolar).

Recentemente, três pessoas morreram vítimas de atropelamento nessa mesma BR, na entrada de Pau dos Ferros, também por imprudência, excesso de velocidade e falta de atenção.

Infelizmente, todos esses fatos entram para a história triste da região Oeste, e os únicos que saem perdendo são as vítimas dessa impunidade.

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