Raquel Landim
São Paulo (AE) – A Brasil Foods informou ontem a lista das fábricas que será obrigada a vender por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para viabilizar a fusão entre Sadia e Perdigão. Segundo analistas, os ativos não estão entre os mais modernos da empresa, mas não devem faltar compradores para um pacote que pode valer entre R$ 1,7 bilhão e R$ 3 bilhões.
A lista inclui unidades que vão da Bahia ao Rio Grande do Sul, passando por algumas fábricas no Centro-Oeste. A concentração é maior no Sul, berço de Sadia e Perdigão, e no Sudeste, onde está a maior parte do mercado consumidor para processados de carne no País. “Estamos vendendo uma empresa com abrangência nacional e capacidade de concorrer conosco”, disse Wilson de Mello Neto, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF.
O órgão de defesa da concorrência determinou à Brasil Foods que venda uma série de marcas populares, 10 fábricas de alimentos processados, oito centros de distribuição, dois abatedouros de suínos e dois abatedouros de aves. Cerca de 9 mil funcionários trabalham nessas unidades. O acordo com o Cade obriga o comprador a garantir emprego por seis meses.
Essa “nova empresa” terá uma capacidade de processamento de 730 mil toneladas de carne e um faturamento estimado de R$ 1,7 bilhão. Com base na margem de lucro da empresa, os analistas calculam que os ativos devem valer cerca de R$ 1, 7 bilhão, mas algumas estimativas chegam a R$ 3 bilhões. O BTG deve finalizar a avaliação em setembro e dar largadas às negociações.
Não foi divulgado o prazo estipulado pelo Cade para a venda dos ativos, mas fontes próximas acreditam que vai até julho do próximo ano. Não devem faltar pretendentes. Tyson, Marfrig e JBS já procuraram a BRF.
Repasse de royalties ao Rio Grande do Norte desacelera
O recebimento de royalties de petróleo no Rio Grande do Norte interrompeu, em julho, a tendência de crescimento que vinha registrando em meses anteriores deste ano. O total recebido este mês, R$ 29,82 milhões, significou uma queda de 14,73% em relação ao mês passado – embora tenha crescido 19,10% em relação a julho de 2010. No acumulado do ano de 2011, já foram repassados mais de R$ 215,32 milhões ao estado.
De acordo com análise do projeto de pesquisa em Rendas do Petróleo da Universidade Potiguar (UnP), a receita em 2011 vem flutuando de um mês em relação ao outro, em decorrência das variações positivas da produção de óleo e gás natural e do preço do barril de petróleo internacional (Brent).
A receita dos royalties de petróleo é determinada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que considera a produção de óleo e gás natural, a alíquota de cada campo de petróleo (que varia de 5% até 10%) e o preço de referência (com base no preço do barril Brent). A produção de Óleo e Gás Natural no RN atingiu no mês de referência um volume de 54,08 mil barris/dia (não inclui o LGN), ficando 5,7% menor, em relação ao mês anterior.
Para a composição do valor final foi considerada a produção de petróleo realizada pelas empresas concessionárias que atuam no RN, destacando-se a Petrobras, com participação de aproximadamente 99%.
Em julho, a receita dos royalties beneficiou os cofres do governo do estado e de 95 municípios do Rio Grande do Norte. O governo ficou com R$ 16,99 (56,99%) e todos os municípios (produtores e não-produtores) receberam R$ 12,83 milhões (43,01%) dos recursos.