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“Cada Estado está convocado a criar um plano”

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As ações que estimulam com sucesso a difusão da leitura literária no Brasil nem sempre saem dos gabinetes públicos. A atual secretária executiva do Plano Nacional do Livro e Leitura, Lucília Helena Garcez, sabe de diversos exemplos inspiradores que foram abordados durante sua presença no 6º Seminário Potiguar Prazer em Ler. Lucília debateu na palestra “Políticas públicas para um Brasil literário”, e pôde abordar experiências de diversas origens sobre a questão.
Lucília Garcez: Os professores devem se tornar leitores
Qualificar os profissionais da educação para a leitura é considerado por ela o desafio maior entre as ações públicas e privadas. “Cerca de 27% da população maior de 20 anos é de analfabetos funcionais, gente que sabe ler mas não entende. O processo educativo deve passar por um aperfeiçoamento efetivo. Os próprios professores devem se tornar leitores, é assim que tudo começa”, explica.

A escritora e professora ressalta a validade das diversas iniciativas para reverter o quadro atual e favorecer a leitura. Lucília ressalta o Movimento por um Brasil Literário, criado na FLIP em 2009 por iniciativa do escritor Bartolomeu Campos, e que já conta com nove mil adesões. “É algo bem democrático, pois a própria associação se movimenta, troca informações, ideias, vão aos seminários e palestras”, explica.

Lucília Garcez também exalta o poder das bibliotecas comunitárias. “Sei de bibliotecas criadas por lixeiros a partir de livros que eles acham jogados fora. Em Brasília, tem o grande exemplo do açougueiro que criou uma rede de bibliotecas e pôs estandes de livros nos pontos de ônibus. Ações que partem de ONGs e comunidades são valiosíssimas”, diz. Ela também exemplifica com o  programa Agentes da Leitura, que nasceu no Ceará, e leva o livro para gente que nunca pôs os pés numa biblioteca. “Ao levar o livro para a casa das pessoas, é um estímulo enorme à leitura. Segundo pesquisas, 75% da população nunca foi a uma biblioteca”, afirma.

Em âmbito nacional, o governo vai tomando suas iniciativas. Lucília destaca a campanha “Leia mais, seja mais”, do Ministério da Cultura e Biblioteca Nacional, veiculada na TV, rádio e jornal, bem como, colocar na cartilha do Enem um passo a passo para se criar um clube de leitura. A Biblioteca Nacional está em andamento com o projeto Livro Popular, em parceria com as editoras, que trará livros a R$10 para as bibliotecas. E o ápice dessas ações é o trabalho conjunto entre o MinC e o Ministério da Educação (MEC) para estimular os políticos a desenvolverem ações para a leitura, seja a reforma e abertura de bibliotecas, criação de eventos, seminários, agentes da leitura, etc. “Cada Estado está convocado a criar um plano”, afirma.

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