O nitrato, contaminante mais comum encontrado nas águas subterrâneas do Brasil e do resto do mundo, tem como principal fonte o esgoto proveniente de fossas sépticas ou negras ou mesmo do vazamento da rede de esgoto que carecem de manutenção.
Em Natal, foi por causa da falta histórica de rede de esgoto que o problema se agravou. A cidade, que conta com águas subterrâneas de excelente qualidade, tem menos de 40% de sua área saneada.
A capital potiguar possui R$ 43,1 milhões em obras de esgotamento sanitário que nunca foram utilizadas pela população. O valor é referente a construção dos sistemas de coleta e transporte do esgoto em bairros da zona sul que foram total ou parcialmente finalizados, mas nunca liberados para as ligações residenciais.
#SAIBAMAIS#Segundo a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), a falta de estações elevatórias de esgoto (EEEs) impedem a conexão das casas ao sistema adutor, que impulsiona o esgoto para as estações de tratamento. O problema só deve ser resolvido ao final de 2015, com o a conclusão das ações do Projeto Sanear.
É consensual a necessidade de investimentos em saneamento básico para a preservação dos recursos hídricos subterrâneos e a recuperação dos aquíferos contaminados, mas esse processo é muito lento e pode demorar até 30 anos, ressalta o chefe da unidade de operação e manutenção de águas da Zona Norte, Man Cheng NG.
Para atacar o problema a curto prazo, a Caern vem testando um equipamento que faz a filtragem da água. O filtro está funcionando experimentalmente em um poço pequeno, com vazão de 5m3 de água por hora, e o resultado tem sido muito satisfatório.
“Instalado há pouco mais de dois meses, o equipamento diminuiu o nitrato em mais de 90%. Após os estudos, se tudo der certo, a probabilidade de usarmos em larga escala é muito grande”, disse Man Cheng. Ainda segundo ele, o equipamento é brasileiro, mas uma parte dele (uma membrana especial) é importada.