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Cai participação de estrangeiros na dívida

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Brasília (AE) – Os aumentos na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital externo que entra no Brasil para aplicações em renda fixa diminuíram a fatia do estoque da Dívida Pública Federal Mobiliária interna (DPMFi) nas mãos dos não-residentes no País em outubro. De acordo com o Tesouro Nacional, a parcela de títulos em posse de investidores estrangeiros caiu de 10,23%, em setembro, para 10,19% no mês passado.

No entanto, como em outubro houve emissão líquida de R$ 4,22 bilhões, aumentando o estoque total, o volume de títulos em posse de estrangeiros subiu de R$ 154,1 bilhões para R$ 155,3 bilhões. Ainda assim, a demanda dos investidores estrangeiros por títulos da dívida interna segue “significativamente” menor em novembro, informou o coordenador geral de operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. A retração ocorre porque, com o IOF maior – atualmente em 6% -, a rentabilidade dos aplicadores diminui.

A despeito da menor procura em outubro e novembro, o coordenador avaliou que a tendência continua sendo de aumento gradual da participação de estrangeiros no total da dívida interna. Segundo ele, como o IOF mais elevado afeta principalmente as aplicações de curto prazo, o mercado interno continuará sendo atrativo para os investidores estrangeiros de longo prazo.

Garrido destacou que é natural a queda de participação estrangeira na DPMFI logo depois da elevação do IOF. “Em um primeiro momento, os investidores se retraem para fazer uma avaliação do quadro”, argumentou. Por isso, segundo ele, a redução dos leilões de NTN-F (papéis prefixados) com prazos mais longos, de vencimentos em 2017 e em 2021, foi bem-sucedida. “Dada a menor demanda dos investidores estrangeiros, por causa do IOF, esta estratégia deu certo”, disse Garrido.

EQUIPE ECONÔMICA

A divulgação na última quarta-feira dos nomes que formarão a equipe econômica da presidente eleita Dilma Roussef parece ter tranquilizado os investidores, com repercussão imediata no mercado secundário de títulos públicos. Logo após a oficialização dos ocupantes nos cargos de presidente do Banco Central e ministros da Fazenda e Planejamento, os prêmios pagos pelos papéis do Tesouro apresentaram queda.

“Ou seja, houve uma ligeira variação para melhor, mas ainda é cedo para fazer uma avaliação mais consistente”, afirmou Garrido Para ele, além de reflexo da confirmação da equipe econômica, a redução das taxas dos papéis também foi influenciada pelo pacote econômico de socorro à Irlanda que, ao diminuir a volatilidade externa, deu mais confiança aos investidores.

O coordenador considerou positivo o resultado da dívida em outubro, quando o Tesouro fez a maior emissão de papéis nos seus leilões ao mercado desde 2006, totalizando R$ 44,675 bilhões no mês. “Não observamos nenhum problema de rolagem da dívida em outubro”, destacou. Segundo Garrido, a maior procura dos investidores por papéis prefixados e o calendário de outubro, com cinco semanas, possibilitou a realização de um leilão de títulos a mais do que os outros meses

Estoque

O estoque da Dívida Pública Federal total alcançou R$ 1,626 trilhão em outubro, com aumento de 1,15% em relação a setembro. No mês, o porcentual de títulos prefixados – de melhor perfil para a administração da dívida – caiu de 36,07% para 35,40%, enquanto a fatia atrelada à taxa Selic subiu de 30,91% para 31,46.

De acordo com o Tesouro Nacional, o volume de títulos da DPF a vencerem em até 12 meses caiu de 25,03% em setembro para 22,88% do total em outubro. O p0rcentual está abaixo da banda mínima do prevista no Plano Anual de Financiamento (PAF), que contém as metas do governo para a administração da dívida. O resultado, porém, é positivo porque significa menos pressão na rolagem da dívida de curto prazo, embora Garrido considere que ao fim de 2010 o indicador voltará para dentro da meta, que varia de 24% a 28%.

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