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Campanha está limitada a rápidas movimentações

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Roberto Lucena e Valdir Julião – repórteres

Ao contrário das épocas dos showmícios e grandes comícios, que incentivavam a economia informal, principalmente de vendedores ambulantes e mesmo fabricantes formais de camisetas e bonés, hoje proibidos em campanhas eleitorais, a movimentação política na capital do Rio Grande do Norte, até o momento, está restrita a carreatas e reuniões de bairros com os eleitores e líderes comunitários. As redes sociais também ocupam espaço e apresentam-se como palanque eletrônico para os candidatos a prefeito e vereador.

Carlos Eduardo conversa com eleitores na Cidade da EsperançaNo último fim de semana, a TRIBUNA DO NORTE acompanhou a movimentação de quatro candidatos a prefeito. Nos eventos, afora o aluguel de veículos e carros de som, o que se vê são mais pessoas arregimentadas pelos partidos políticos para ajudarem na campanha voluntariamente, como uma universitária de pedagogia, que não quis se identificar, mas deslumbra a possibilidade de retorno pós-campanha. “Estou concluindo o curso e espero pegar uma diretoria de uma escola”.

Na tarde do último sábado, outras pessoas seguravam bandeiras do candidato a prefeito Carlos Eduardo Alves durante uma carreata que passou por ruas dos bairros Felipe Camarão, Cidade Nova e Cidade da Esperança. O discurso dos apoiadores do candidato era o de que “eram voluntários” e não estavam recebendo nada pela atividade.

Quem confere a agenda dos candidatos percebe que reuniões e encontros com lideranças políticas figura entre os compromissos quase que diariamente. Na busca pelo voto, vale o apoio de todos os segmentos. No embate político, a ajuda de religiosos parece ser imprescindível. Na manhã do último sábado, o candidato à prefeito pelo PSDB, Rogério Marinho, participou de uma reunião com pastores da Igreja do Evangelho Quadrangular. Cerca de 50 pessoas acompanharam o discurso do candidato tucano. Além do pretenso prefeito, se apresentaram aos ouvintes o candidato à vice-prefeito, Haroldo Azevedo Filho e o pastor Tarquino José, candidato a vereador. “Este é um apoio de qualidade à nossa campanha. Precisaremos mostrar resultado logo nos primeiros 90 dias de administração”, disse Rogério.

Hermano participa de reunião sobre segurança públicaEnquanto o candidato tucano falava com os religiosos, na Academia Coronel Walterler, na Praia do Meio, o deputado estadual Hermano Morais (PMDB) participava de uma reunião comandada pela candidata a vereador Kátia Nunes, também do PMDB. A plateia, formada por policiais militares, civis e federais, ouviram a proposta dos candidatos. Hermano contou que o primeiro mês de campanha foi tranquilo. “Estamos mostrando nossas propostas, participando de reuniões, caminhando nas comunidades com muito otimismo”. As caminhadas já mostram resultado no físico do candidato. Do período de pré-campanha, até o momento, Hermano já emagreceu nove quilos.

Carlos Eduardo também se reuniu com pastores. No sábado de manhã, foi à Igreja Assembleia de Deus, no Alecrim, pedir votos e ouvir  com policiais na o mesmo horário, na Academia Motorista de um carro de som da campanha do candidato do PTD a prefeito de Natal, Francisco de Assis Souza informou que vai ganhar em torno de R$ 800  por cada mês de campanha. Desempregado, ele admitiu que espera que o candidato ganhe a eleição para tentar uma função gratificada na prefeitura de Natal como motorista.

Assis disse que já trabalhou em muitas campanhas eleitorais, mas ao contrário de outras, quando entrava pela madrugada trabalhando, com as mudanças no modo das campanhas, hoje pega às 7:30 e larga por volta das 20 horas. “Antigamente ajudavam mais, tinha ajuda financeira, lanche…”, continuou ele.

Rogério Marinho discursa durante reunião com evangélicosRedes sociais mantêm mobilizações

O último domingo dedicado aos pais foi de descanso para a maioria dos candidatos. A campanha não foi esquecida nas redes sociais. No Twitter e Facebook, as mensagens  parabenizando os pais se espalhavam a todo momento. Mas  a campanha na rua não foi esquecida. O candidato do PT, Fernando Mineiro, participou da programação do Circuito Cultural Ribeira. “Mas não estou fazendo campanha. Vim nas demais edições e estou aqui como cidadão”, esclareceu à reportagem.

O “cidadão” Mineiro chegou acompanhado da família ao evento. Pouco depois,  a deputada federal Fátima Bezerra (PT) caminhava ao lado do deputado estadual. No mesmo evento, era esperada a presença do também candidato Robério Paulino (PSOL). Por telefone, ele explicou que não compareceu porque “estava com dor de garganta”. Hoje, o candidato faz visita a uma agência de Correios e conversa com usuários de ônibus.  

O coordenador de estrutura da campanha majoritária do PDT, Alexandre Fernandes, disse que começou a trabalhar em campanha eleitoral em 1990. Na atual campanha, explicou ele, não foi contratado ninguém para empunhar “bandeirolas” durante as carreatas – “o que tem aqui são dos candidatos a vereador”. Alexandre confirmou, porém, que a maior despesa da campanha é com a contratação de carros de som, de pessoas física, porque o custo é bem menor do que a própria coligação preparar o seu carro de som. “Sai mais barato, porque o dono do carro também é o motorista, a gente paga R$ 1,5 mil por mês”, explicou ele. Para Fernandes, com as mudanças que vem ocorrendo na legislação eleitoral, “a tendência mesmo é acabar as campanhas de rua”, vaticina, achando que, no futuro, as campanhas serão feitas, exclusivamente, à base de reuniões e durante o horário da propaganda no rádio e na TV.

Fernando Mineiro participa de caminhada no bairro da RibeiraEx-ministro usa internet para criticar adversários

Isolado e em silêncio, em sua casa em Vinhedo (SP), desde que começou o julgamento do mensalão, José Dirceu tem usado a internet para participar das campanhas eleitorais, avaliando cenários, orientando estratégias e disparando contra adversários.

Ontem, Dirceu afirmou que “a oito do início do horário de propaganda gratuita no rádio e TV, a campanha eleitoral deslancha paulatinamente no Brasil, mesmo que não esteja, ainda, no ritmo ideal” e que “dá para acelerar mais, melhorar a performance dos nossos candidatos nas pesquisas, sejam os aliados, sejam os do PT.”

“As pesquisas eleitorais até agora mostram, como eu disse semana passada, um sinal de alerta ao PT”, afirma o ex-ministro, que tem um acordo com seu advogado de não dar entrevistas até o final do julgamento do mensalão.

Desde que se recolheu, no dia 2, o ex-ministro avaliou o desempenho e as estratégias de campanha dos candidatos do PT no Nordeste, orientou as coordenações de candidaturas em todo Brasil a apresentarem os programas de governo antes do dia 21, quando começa a propaganda na TV e no rádio, citou os cenários eleitorais de São Paulo e Belo Horizonte como exemplo, comemorou a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida sucessória e comentou o primeiro debate dos candidatos. De quebra, disparou contra os adversários Celso Russomanno e José Serra, em São Paulo.

“As campanhas municipais começam agora com a chegada dos deputados e senadores às suas bases político-eleitorais em todo país”, escreveu Dirceu num texto intitulado “Campanhas municipais começam agora”, publicado logo após as primeiras gravações feitas por Lula para a candidatura de Fernando Haddad, em São Paulo.

“Começa agora, e se intensifica com o início dos debates e horário de propaganda no rádio e TV a partir de 21 de agosto; com as mudanças nas coordenações de campanha; a entrada das lideranças parlamentares experientes no esforço eleitoral por seus candidatos; a leitura e análise das primeiras pesquisas com postulantes definidos; e com a gravação de lideranças nacionais para os programas de mídia eletrônica.”

No mesmo texto, o ex-ministro cobra as coordenações de campanha: “Começamos agora, mas já chegamos à fase em que – para além das primeiras ‘escaramuças’ entre adversários, críticas aos governos atuais, etc – é preciso apresentar para os cidadãos de cada um dos quase seis mil municípios brasileiros um programa de governo que olhe a cidade nos próximos 10 anos”.

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