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Candidatos elevam o tom nos primeiros programas

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Margareth Grilo – Repórter especial

Nos primeiros programas eleitorais, exibidos ontem, as campanhas majoritárias de Natal eleveram o tom de críticas aos adversários, com algumas insinuações, principalmente, no segundo programa do dia, ás 20h30. Sem citar nomes, os candidatos Rogério Marinho e Hermano Morais,  lembraram que “os problemas da cidade não são de hoje, mas de quase 20 anos”, repetindo o que fizeram nas inserções, ao longo desses dois primeiros dias de propaganda. Na estréia dos seis candidatos no rádio e na televisão, não houve surpresas: o assunto que predominou foi o caos administrativo de Natal.

Cada programa levantou os problemas e apontou algumas possíveis soluções. Os programas também tiveram um tom mais genérico, de apresentação dos candidatos e de sua trajetória. Os candidatos têm até o dia 4 de outubro para conquistar votos no 1º turno, sendo que alguns levam ampla vantagem sobre os adversários, devido às coligações que garantem mais tempo no ar. Os jingles dos candidatos sinalizaram o que deverá ser o eixo da campanha de cada um deles. A seu modo, cada um tenta conquistar o eleitor e lançar frases de efeito, que possam ser facilmente memorizadas e associadas ao candidato. O petista Fernando Mineiro apostou no slogan “Natal merece mais e melhor”; o tucano Rogério Marinho, na frase de efeito “Natal levada a sério”; e o candidato do PDT, Carlos Eduardo ancora sua campanha na máxima  ”Natal conhece, Natal confia”.

Já o candidato do PMDB, que iniciou seu programa intitulando “o candidato ficha limpa” e mostrou imagens da convenção do partido, com Henrique Eduardo e o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro Garibaldi  Filho, aposta na mensagem “Natal merece respeito”. Nas emissoras de rádio, os programas cumpriram à risca a formalidade de apresentação das candidaturas, apresentando as qualidades para administrar a capital do Estado, com mais de 800 mil habitantes, nos próximos quatro anos. No rádio, o único que esteve ausente ontem foi o candidato do PCB, Roberto Lopes.

CARLOS EDUARDO • PDT

O candidato Carlos Eduardo focou o programa no “caos da atual gestão” da Prefeitura. Ao afirmar que “a Prefeitura está arruinada, falida e abandonada” disse  que está ciente de que, se eleito, vai ter muito trabalho pela frente. “Natal precisa de muitos investimentos para recuperar o tempo perdido e avançar”, afirmou. Ele destacou o fato de não ter dado apoio à atual gestão e que foi “duramente perseguido”, numa tentativa “inútil de desconstruir minha imagem como prefeito”. O candidato prometeu, primeiro, arrumar a casa e fazer funcionar os serviços essenciais. Depois, começar os investimentos estruturantes.

HERMANO MORAIS • PMDB

O peemedebista Hermano Morais ressaltou os problemas da cidade, do lixo aos buracos; e a precariedade da saúde e da educação.  Ele frisou que é preciso cuidar das pessoas que vivem na  cidade e renovar sua autoestima. Hermano destacou o deficit em saneamento básico e que Natal é uma “cidade ilegal”, com mais de 70% dos imóveis não regularizados. Hermano fez a defesa de uma gestão moderna e austera.  No programa da noite, Hermano destacou o episódio que apontou como “desperdício de oito toneladas de medicamentos” e disse que os adversários apelaram à mentira, ao dizerem que ele não seria candidato e que não teria apoio de Garibaldi Filho.

ROGÉRIO MARINHO • PSDB

Ao tentar conquistar o voto do eleitor, o tucano Rogério Marinho disse que sua candidatura é “a oportunidade de Natal se libertar de um modelo desastroso de administração”. Ao classificar a gestão municipal dos últimos anos como medíocre, ele disse que os atuais gestores “mal dão conta do feijão com arroz”. “A culpa não é desse prefeito, nem daquele”, disse ele, “mas de um modelo de gestão que se exauriu. Nomes e ideias do passado puxam a cidade para trás. Natal precisa de um gás novo”. Seu primeiro programa destacou o fato de ter se preparado não apenas para ser candidato, mas para ser prefeito. Rogério pediu ao eleitor mais tempo e disse que “não se pode cair no conto do primeiro turno”.

FERNANDO MINEIRO • PT

Em seu primeiro programa eleitoral o petista Fernando Mineiro disse que, embora o cidadão tenha razão para “andar descrente”, não pode ficar indiferente nesta eleição. “Se acomodar é muito pior para a cidade”, alertou Mineiro, ao afirmar que está entre os que querem ver Natal ser administrada de jeito diferente. “Vamos mostrar que é possível planejar, inovar e fazer bem aquilo que é obrigação e dever de todo governante”, disse o petista.  Ele disse que não fará promessas mágicas. As parcerias com Fátima Bezerra, e com a presidenta Dilma Rousseff, segundo ele, serão importantes para “organizar Natal”.

ROBÉRIO PAULINO • PSOL

O cientista social Robério Paulino não fugiu à regra. Destacou o que chamou de “caos na educação, saúde, transporte e segurança” e afirmou que é preciso dar um basta “na velha política”. “A responsabilidade pelo caos”, disse Robério Paulino, “é da gestão atual e anteriores. Não temos nada a ver com a velha política”. O socialista destacou que sua história foi construída nas ruas, nos movimentos sociais e na luta contra a ditadura. Em outro momento, ressaltou que seu programa de governo foi construído com ajuda de  especialistas para “construir uma Natal justa, humana e solidária”.

ROBERTO LOPES• PCB

Além de destacar seu perfil e sua trajetória, o comunista Roberto Lopes afirmou que é candidato para transformar um sonho em realidade. Esse sonho seria o de “construir uma Natal libertária, fraterna, humana e socialista, de construir um governo popular que  administra a cidade dos que mais precisa dos serviços públicos e não os têm”. Roberto fez questão de frisar que tem orgulho do partido ao qual é filiado, que travou as principais lutas de classes nesse país. O candidato disse que tem projetos em seu programa de governo para sanear os problemas da educação, da saúde, da moradia e do transporte público.

População acompanha com ressalvas

Enquanto passava os programas eleitorais gratuitos para prefeito pela primeira vez na televisão, entre 13h e 13h30, muitos pessoas estavam no horário de almoço e pouco prestaram atenção aos esforços dos candidatos para angariar votos. Nesse primeiro momento, o população acompanha os programas eleitorais com ressalvas. No centro da cidade, o empresário José Daniel Barbosa, 36 anos, deu às costas para o programa eleitoral.

“Não costumo assistir. Prefiro ficar fazendo aqui minha leitura”, disse o empresário. José Daniel disse ter uma opinião formada:  prefere se atualizar sobre as candidaturas por outros meios, como a internet e reportagens de jornal. “Lendo e batendo papo com os colegas, a gente consegue ter um discernimento maior sobre as propostas de cada um, do que assistindo esses programas”, afirmou José Daniel.

Para ele, o programa eleitoral gratuito não traz elementos que possam influenciar positivamente o voto. “O eleitor tem que aprender a buscar informação mais aprofundada, mas analítica, comentada”, disse ele. No centro da cidade, quem circulava pelas lojas de eletrodoméstico, pouco prestava atenção no primeiro programa eleitoral do dia, exibido ás 13h. Entre os que pararam para assistir estava o servidor público Allysson Régis Praxerdes Moreira.

Aos 35 anos, ele contou que assiste os programas atentamente, quando tem tempo. “Hoje, não vou ter tempo, mas parei aqui e vi alguma coisa”, disse Allysson.  Questionado sobre o conteúdo do programa, o servidor público afirmou que não vê novidades. “Não tem nada de novo. São as mesmas promessas, os mesmos nomes e tem umas coligações que não se justificam, a meu ver”, disse Allysson.

Na mesma loja, o vendedor Jeisson Luiz Domingos, 21 anos, fez críticas aos candidatos por promessas não cumpridas. “Começa e termina a campanha e a gente só vê promessas. Quantas, não já ouvimos e não foram cumpridas, não saíram do campo das propostas?”, questiona Jeisson, que disse ter o voto quase decidido. “Estou pensando em apostar no que já conheço”, contou o vendedor.

Apesar da descrença, ele contou que costuma assistir os programas eleitorais para definir o seu voto. “Geralmente, assisto, mas tem momentos que mudo para a TV fechada”, confessou o vendedor.  Leonardo Gabriel da Silva, 21 anos, ainda está indeciso e disse que pretende vê alguns programas para analisar as propostas dos candidatos e vê qual é o melhor. Alguns já despertaram a atenção do jovem eleitor. “Vi uma proposta interesse em um dos programas sobre incentivo à educação. Achei legal”, afirmou Leonardo.

Lula e Dilma citados até por adversários

Recife (AE) – Apesar da histórica rivalidade entre o PT e o DEM, o candidato democrata na disputa pela Prefeitura do Recife, o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), estreou as inserções destinadas à legenda, na disputa majoritária, apostando na popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar conquistar a “simpatia” dos recifenses. Nos dois primeiros vídeos do DEM na grade televisiva o marketing da campanha apresentou Mendonça como homem público de realizações e com capacidade para celebrar parcerias com governantes de diferentes orientações políticas.

No primeiro filme são mostradas obras como a do Porto de Suape, a ampliação do Aeroporto dos Guararapes, a BR-232 e a PE-15. Na segunda inserção, Mendonça fala diretamente ao telespectador sobre sua independência política e trânsito entre governos de diferentes orientações. Destaca que, enquanto governador, firmou parcerias com o então prefeito do Recife, João Paulo (PT), e com o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Um bom prefeito não precisa ser do mesmo partido do governador ou da presidenta. Eu governei Pernambuco com Lula presidente e João Paulo prefeito e nunca tive dificuldade em fazer parcerias. É só colocar o interesse do povo em primeiro lugar”, diz. Já no guia eleitoral, o democrata preferiu elencar obras estruturadoras realizadas no Estado, quando era vice-governador na gestão do hoje senador, Jarbas Vasconcelos, e posteriormente quando assumiu o governo durante nove meses, quando Jarbas deixou o cargo para disputar o Senado.

Outro que aproveitou para tentar “colar” a imagem na gestão nacional do PT foi o socialista Geraldo Júlio (PSB-PE). Desconhecido do grande público e estreante na disputa eleitoral, o candidato – que foi indicado pelo governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos – citou a presidenta Dilma Rousseff, como sendo sua “aliada” no programa do guia exibido no início da tarde. A decisão do PSB de lançar candidato próprio na disputa acabou criando uma crise que culminou com a parceria entre os partidos, que já durava desde 2006.

TV favorece o PT em São Paulo, diz ex-presidente

São Paulo (AE) – Após dez anos sem visitar a sede nacional do PT em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a tarde desta quarta-feira no local tirando fotos com funcionários e reunindo-se com dirigentes do partido. Lula recebeu um levantamento com informações sobre os candidatos do PT em 119 cidades com mais de 150 mil eleitores e fez um balanço positivo das chances de crescimento dos candidatos petistas em todo o País. “Ele disse que o PT sempre foi um partido que quando começa a campanha no rádio e na televisão tem um desempenho muito forte e os nossos adversários sabem disso”, comentou o presidente nacional da sigla, deputado estadual Rui Falcão.

No dia da transmissão do primeiro programa de rádio e TV do candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, Lula elogiou o desempenho do estreante em eleições. “Ele está satisfeito com o desempenho (de Haddad), elogiou inclusive o aparecimento do Haddad na TV, que mostrou muita desenvoltura”, disse Falcão. O dirigente afirmou que o partido conta com o crescimento de Haddad a partir da exposição na mídia eletrônica e com a presença constante do ex-presidente ao lado de seu afilhado político. “Nossa expectativa é de que Haddad vai crescer, vai chegar ao segundo turno e ganhar a eleição”, afirmou o dirigente petista.

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