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Carga de sal sairá do porto de Natal

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Marcelo Filho
Repórter

Cerca de 23 mil toneladas de sal  estão estocadas no Porto de Natal. Mesmo com o Terminal Salineiro de Areia Branca em plena operação, o porto da capital passou a receber o produto que posiciona o Rio Grande do Norte como o estado que mais exporta. A medida, segundo a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), atende a demandas logísticas de empresas da indústria salineira, e não estaria ligada a nenhuma deficiência operacional do Terminal Salineiro de Areia Branca.
O trator operando em cima do monte formado pelo carregamento é algo inusitado no local
O porto localizado na região da Costa Branca movimentou em 2014 1,5 de toneladas de sal, de acordo com dados da Companhia. A expectativa é fechar 2015 com 1,9 milhão e a meta para 2016 é atingir 2,5 de toneladas.

Emerson Fernandes, diretor-presidente da Codern, explica que a falta de barcaças, embarcações utilizadas para transportar o produto das salineiras ao Porto-Ilha, em Areia Branca, levou a companhia a autorizar o estoque e posterior carregamento do material. “Ocorre que uma dessas empresas propôs fazer essa movimentação no porto de Natal, devido à falta de barcaça. As empresas que não as possuem podem trazê-las em caminhões caçambas para descarregar no porto”, disse.

Conforme apurou TRIBUNA DO NORTE, a empresa responsável pela carga é a Salina Diamante Branco, de Galinhos, litoral norte do estado. São aproximadamente 23 mil toneladas, que deverão ser exportadas no próximo dia 17. Segundo Emerson, outras empresas salineiras que estão localizadas próximas da capital também podem solicitar à Codern que descarreguem no porto conforme suas necessidades logísticas. Também há a intenção de atrair empresas de outros ramos para movimentar suas cargas no porto de Natal, diversificando os produtos exportados.

Transtorno

As toneladas de sal estão estocadas no limite norte do porto de Natal, área essa que corresponde à divisão do complexo portuário com a Comunidade do Maruim. Apenas uma rede de contenção separa o material e as casas. Moradores estariam incomodados, principalmente com a movimentação de máquinas no local. Para o diretor, não há motivos para preocupação, o que também justificaria a dispensa de licenças ambientais. “A licença é a do porto. O porto em si é um local de movimentação de carga. Eu não vejo problema em relação a isso. Não estamos movimentando de nenhum produto de natureza tóxica”, explica.

A futura desocupação da comunidade é apontada pelo diretor como um atenuante ao fato da carga ocupar espaço próximo às casas dos moradores do Maruim, cuja área deverá ser incorporada ao espaço físico do Porto de Natal, embora reconheça que os moradores atingidos terão garantidas suas moradias no Residencial Maruim.

A reportagem tentou entrar em contato com representantes dos sindicatos das indústrias salineiras do RN, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

O Ministério Público Federal (MPF) abrirá procedimento administrativo para constatar eventuais irregularidades em relação ao armazenamento do produto no porto de Natal. A coordenadora do Núcleo Ambiental do MPF, Clarisier Azevedo, determinou a autuação do procedimento nessa quarta-feira (11) a partir de imagens enviadas à procuradora. Porém, como se trata de um procedimento em fase inicial, a reportagem não obteve posições oficiais em relação a prazos e atividades devido aos trâmites internos do MPF.

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