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Casas da zona Oeste são desocupadas

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Cerca de 150 policiais militares deram cumprimento a mandados de reintegração de posse durante a manhã de ontem na zona Oeste de Natal. Mais de 60 casas destinadas a pessoas de baixa renda no conjunto Praiamar haviam sido invadidas antes do término da obra.  As pessoas que foram despejadas ontem, ocuparam 63 residências inacabadas no fim de novembro do ano passado. Pms do 9º Batalhão, do Batalhão de Choque, da Cavalaria e da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) deram apoio à ação que ocorreu de forma pacífica.
Mais de 150 policiais militares participaram da operação para garantir a reintegração de posse das 63 casas
Desde 2007, ocorreu o cadastramento para que pessoas de baixa renda fossem beneficiadas com novas moradias. No entanto, em setembro de 2010, 130 residências foram ocupadas  com a anuência do então Governo, de acordo com a Companhia Estadual de Habitação (Cehab). Os imóveis, segundo a Cehab, não tinham condições de ser ocupados, mas não havia amparo legal para que fosse solicitada a desocupação.

Segundo o presidente da Cehab, João Felipe Medeiros, eles conseguiram na Justiça a remoção das pessoas que invadiram o local no mês de novembro e, a partir de agora, vão retomar as obras. O objetivo é a conclusão das moradias inacabadas para posterior repasse às pessoas que estão na lista de espera ou que ocuparam casas sem condições adequadas.

Porém, de acordo com informações da Cehab, será necessário que ocorra uma nova análise do cadastro e, por isso, não há previsão para a conclusão da obra. O investimento prevê a construção de um total de 202 casas e 108 apartamentos, com um custo inicial previsto para a casa dos R$ 10 milhões.

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“Não temos como precisar quando entregaremos a obra completa, nem quando as pessoas serão acomodadas. Vamos analisar o cadastro, atualizá-lo e tocar a obra, repondo os itens que foram saqueados ou que sequer foram instalados nas residências. Esperamos que  até junho deste ano consigamos ter pelo menos 70% das unidades entregues”, disse João Felipe Medeiros.

A decisão da reintegração de posse foi emitida pelo juiz Cícero Macedo, da 4ª Vara da Fazenda Pública. De acordo com informações de autoridades da segurança pública, vigilantes e policiais serão mantidos próximos ao local para garantir que não haja uma nova invasão.

Antes da desocupação, ocorreram reuniões com a comunidade para a tentativa de um acordo para a retirada sem a necessidade do acompanhamento policial. Ficou acertado uma primeira data, pouco antes do feriado do natal. Em virtude das festas de fim de ano, o Governo acatou o pedido das famílias e marcou para 27 de dezembro a saída das pessoas. Poucos se mobilizaram nesse sentido e foi necessário deflagrar a operação para cumprir a ordem judicial.

Famílias dizem não ter onde morar

Apesar de a desocupação ter ocorrido de forma pacífica, as famílias lamentaram a obrigação de deixarem as casas. Muitas delas disseram não ter para onde ir e farão da rua, uma nova residência. Esse é o caso do líder comunitário Márcio Passos, 44 anos. Ele estava no conjunto Praiamar desde novembro passado. Ontem, recebeu a notícia da desocupação e afirmou não ter para onde ir. “Estou na rua. Deixei minhas coisas no quarto da casa de um amigo e não sei onde vou morar agora”, disse.

Para ele, deveria haver mais critério na hora da entrega das casas. “Tem que gente que vende, troca, aluga as casas. Não precisam dessas moradias e as recebem. Acho que análise deveria ser melhor na hora de se fazer o cadastramento, para outras pessoas não serem prejudicadas”, afirmou Márcio. Pelas ruas do conjunto Praiamar, caminhões disponibilizados pelo Governo eram vistos auxiliando no processo de mudança das famílias.  Móveis, eletrodomésticos e demais utensílios foram deslocados até a finalização das obras.

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