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Casas não tinham sequer contrapiso

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O estudo do Crea aponta para a má qualidade no material utilizado, além de várias falhas na execução das construções. “É uma obra totalmente inadequada à construção civil”, criticou José Augusto de Freitas. As casas apresentam várias fissuras e rachaduras. Uma delas ruiu e a fundação não apresenta a base de pedra. “Foi fácil de constatar isso, porque a fundação de uma casa comum tem pedras embaixo de um baldrame, que é uma alvenaria de tijolo, onde é levantada a parede. Neste caso, o baldrame está solto, sem a base de pedra”, detalhou o ouvidor do Crea, Eunélio Silva.

Ele afirmou também que o piso dos imóveis foi construído sem contra-piso. “Passaram somente o cimento no chão”, explicou. José Augusto de Freitas acrescentou que as moradias têm alvenarias sem amarrações, e não possuem um “cintamento inferior”, estrutura que sustenta e auxilia na impermeabilização. “A falta do cintamento provoca as infiltrações”, esclareceu o vice-presidente do Conselho.

Com relação ao material utilizado, José Augusto confirmou que tem qualidade duvidosa. “As esquadrilhas são de péssima qualidade e a argamassa não tem consistência”, disse. Os membros do Crea-RN lembraram que o que agravou a situação foi a falta de um plano de drenagem para a localidade, fazendo com que a água da chuva provocasse os danos. Mas o vice-presidente do Crea alerta que o sinistro só aconteceu devido à má qualidade do serviço de execução das construções.

Engenheiro se explica

O estudo realizado pelo Crea-RN serve basicamente para confirmar as denúncias de danos estruturais e responsabilização das atividades desenvolvidas durante a execução. “Para uma análise mais aprofundada, as partes envolvidas devem contatar um perito, pois isto não é função do Crea”, explicou José Augusto.

O engenheiro responsável pela obra, José Alcides de Sousa Filho, se pronunciou através de seu advogado, Bruno Macedo. Ele disse que ainda está analisando o estudo do Crea, mas adiantou que considera que o levantamento foi “omisso” quando não leva em conta as observações feitas por ele acerca da responsabilidade dos fiscais da Cehab e da empresa Companhia Hipotecária Brasileira (CHB).

“Eles autorizaram o pagamento e acompanharam as construções”, afirmou o advogado Bruno Macedo, acrescentando que o engenheiro também defende que “não houve falha na execução”. Bruno adiantou que José Alcides vai contratar um estudo para provar isso. Para ele, o problema foi a ausência de um plano de drenagem por parte do Governo do Estado.

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