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Ceará prioriza alfabetização e sobe na avaliação do Ideb

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Brasília – Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), apontam que um estado se destacou na melhoria da qualidade do ensino. O Ceará, que em 2005 tinha nota 3,2 nos anos iniciais do ensino fundamental, passou para 4,9 em 2011. Apesar de ainda estar abaixo da média nacional, que ficou em 5 pontos, é a unidade da Federação que teve o maior crescimento no período, seguida do Piauí, da Bahia, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.
Alunos em atividade na Escola Estadual Presidente Kennedy, que atingiu grau de excelência
Para a secretária de Educação do estado, Maria Izolda Cela, o crescimento é resultado de um trabalho forte de integração com os municípios e do fortalecimento das ações voltadas à alfabetização. Desde 2004, o estado tem o Programa de Alfabetização na Idade Certa, que acompanha o nível de aprendizagem dos alunos e conta com a adesão de todas as redes municipais.

“O resultado do Ideb é um sinal de que o nosso programa prioritário de alfabetização na idade certa tem resultado”, avalia Izolda. Periodicamente, o programa é aprimorado e as metas são revistas. De acordo com a secretária, o desafio agora não é apenas manter o ritmo de melhoria, mas reduzir as desigualdades no aprendizado. “Não importa só a média [nas avaliações], mas o resultado precisa refletir uma boa educação para todos”, defende.

Quanto maior é o resultado no Ideb, mais difícil é manter o ritmo de crescimento. Por isso, as unidades da Federação que tinham notas menores em 2005 encabeçam a lista dos estados que mais cresceram no Ideb. Apesar de ainda estar em 12º lugar no ranking estadual do Ideb, a melhora do sistema de ensino cearense chama a atenção de quem acompanha a política educacional do país. “O Ceará é um superexemplo para o país. Nós temos que pegar experiências como essa e colocar em prática em todo o país”, avalia a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Pela legislação brasileira, o ensino fundamental é de responsabilidade dos municípios e os estados devem atuar prioritariamente na oferta do ensino médio, podendo também oferecer educação do 1º ao 9ª ano. Em muitas unidades da Federação, o chamado regime de colaboração não funciona plenamente e há uma disputa pelas matrículas – os repasses do governo federal variam de acordo com o número de alunos de cada rede. Nos anos inciais do ensino fundamental, as redes municipais detêm quase 80% das matrículas. Já do 5° ao 9º ano da mesma etapa, as redes estaduais detêm concentram a maioria dos alunos.

A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, aponta que nas regiões em que o governo estadual e as prefeituras trabalham em parceria, como no Ceará, os indicadores educacionais são sempre melhores. “É assim no Acre, em Mato Grosso, no Ceará. Onde não existe competição entre as redes [municipais e estaduais], onde elas não disputam o aluno por causa do recurso, os indicadores são melhores. Quando o estado só cuida da sua rede e não faz articulação com os municípios, fica muito mais difícil melhorar o Ideb”, aponta Cleuza.

A secretária de Educação do Ceará concorda que a efetivação do regime de colaboração tem grande peso nos bons resultados que os alunos cearenses vêm alcançando. “Trabalhamos com foco na política educacional, questões partidárias não entram na nossa agenda. E os prefeitos percebem isso. Não disputamos aluno, estamos sempre dialogando para apoiar o município para fazer o que é melhor naquele momento”, diz.

Escola de Parnamirim está entre as 100 melhores do NE

Apenas uma escola pública do Rio Grande do Norte aparece na lista das 100 melhores do Nordeste. É a Escola Municipal Nossa Senhora da Guia, da rede municipal de Parnamirim, que obteve nota 6.7 no Ideb anos iniciais do Ensino Fundamental. Neste ranking, a segunda escola potiguar é a Professor Francisco Morais Filho, de Mossoró, com nota 6,3, na 126ª posição, segundo as notas divulgadas na semana passada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2009, com Ideb 6.4, a Nossa Senhora da Guia já liderava o ensino fundamental no Rio Grande do Norte.

No Brasil existem 51 mil escolas que ministram os anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries), apenas 5.200, ou seja, pouco mais de 10%  alcançaram a nota 6.0 , que é a média registrada em países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e foi adotada pelo MEC como objetivo a ser atingido até 2021. A escola de Parnamirim ocupa o 990º lugar no ranking brasileiro e 78º no Nordestino – de um universo de 13.622 escolas no EF.

Além da Nossa Senhora da Guia, mais seis escolas públicas do Rio Grande do Norte atingiram o grau de excelência no ensino fundamental (nota 6.0 ou mais). São elas a Francisco Morais (6.3) e Manoel Assis (6.2), de Mossoró;  Barão do Rio Branco (6.1) de Parelhas); Dolores Freire (6.1) de Mossoró; Escola Estadual Presidente Kennedy (6.0) Natal, e Escola Rotary (6.0) de Mossoró.

A diretora da Nossa Senhora da Guia, irmã Maria Salomé de Oliveira Soares, atribuiu o bom resultado a uma conjugação de fatores. “O nosso trabalho é incansável. Temos uma equipe comprometida com o ensino e as crianças aprendem ainda valores para a convivência como disciplina e respeito”.

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