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Cemitério do Planalto está abandonado

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Janelas e telhas quebradas, infiltração no teto, fezes espalhadas pelo chão, fiação elétrica elétrica roubada. Nem o portão de entrada  escapou. E o que poderia ser a solução para a superlotação dos cemitérios de Natal é, na verdade, mais um problema. Isso porque, o cemitério do Planalto – com capacidade para quase três mil túmulos – está totalmente abandonado.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE foi até o cemitério do Planalto. Não havia ninguém vigiando o local. No espaço que deveria ser utilizado para velar os corpos, só tinham lodo, fezes, restos de comida e muita água acumulada. Cenário perfeito para a proliferação do mosquito da dengue.

“É uma pena que esse lugar esteja abandonado. O pessoal comenta que está servindo de motel e de abrigado para os usuários de drogas. Enquanto isso, a gente fica sem ter onde enterrar os nossos defuntos. É preciso sair de cemitério em cemitério procurando vaga”, disse a dona de casa Helena Teixeira da Silva, que foi buscar sua burra, que vai comer o matagal do cemitério.

O local, uma área de 128 mil m², foi construído há cerca de quatro anos e nem chegou a ser inaugurado. A justificativa da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) para a não liberação do cemitério é a falta de impermeabilização do solo, o que poderia causar a contaminação do lençol freático de Natal.

A titular da Semsur, Solange Ferreira informou que a Secretária Municipal de meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) está realizando o estudo daquele solo para definir o projeto de impermeabilização. “Estamos aguardando o parecer da Semurb para dar início as obras. Como ainda não temos os projeto,  não tenho como dizer o quanto será investido”, disse Solange Ferreira.

Ainda segundo a secretária, a prefeitura, por questões de segurança, os profissionais que vigiavam o cemitério. “Tentamos deixar pessoal no local, mas em virtude da distância e da falta de segurança ficou difícil mantê-los por lá”, disse Solange Ferreira.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, em outubro do ano passado, o então secretário adjunto da Semsur, Thiago Trindade,  estimou que seriam necessários mais de R$ 5 milhões para readequar o novo cemitério. Hoje, esse valor deve ser maior porque o equipamento público precisa ser totalmente reformado devido a ação dos vândalos.

Secretária afirma que são utilizados espaços provisórios

Enquanto o problema do cemitério do Planalto não é resolvido, a população de Natal fica sem ter onde enterrar os seus mortos. Já não há vagas em nenhum dos oito cemitérios públicos.

No cemitério do Alecrim, o mais antigo da cidade, não espaço para mais ninguém. Segundo funcionários do local,  são 3.962 túmulos aforados (regularizados), fora os irregulares, que segundo eles, é impossível saber o número exato.

A situação é a mesma nos cemitérios Bom Pastor I e II. Não é possível receber novos túmulos por falta de espaço. Para se ter uma ideia da dificuldade, no último sábado, cinco corpos não identificados pelo Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep-RN) foram enterrados entre o meio fio da entrada principal do cemitério, um espaço de aproximadamente 80 cm de largura.

“Realmente não temos vagas disponíveis nos cemitérios públicos. Mas isso não significa que a população fica desassistida. A gente utiliza espaços provisórios,  que são desocupados depois de dois anos para ser utilizado novamente”, explicou a secretária municipal de serviços urbanos, Solange Ferreira.

Ainda segundo ela, é não possível abrir novas vagas por falta de espaço. Tem corpos enterrados em toda parte dos equipamentos públicos, que também não têm condições de ser ampliados.

“Acredito que o cemitério do Planalto conseguiremos melhor a situação. Além disso, com o surgimento dos cemitérios particulares, cai a demanda pelos equipamentos públicos”, disse.

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