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Centenário de Creso Bezerra de Melo

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Ticiano Duarte
Escritor

Creso Bezerra de Melo era de 26 de abril de 1914 e faleceu em setembro de 1976, aos 62 anos de idade. No próximo sábado é a comemoração do centenário de seu nascimento. Ele foi uma das grandes figuras da vida pública e parlamentar de nossa terra, médico exemplar, político por vocação e de uma trajetória que honra os nossos mais elevados princípios de honradez e probidade. Anteriormente já tinha falado sobre a sua participação na política e na administração pública, enaltecendo sua conduta e o seu amor pela sua cidade Natal e pelo Rio Grande do Norte.

Disse, anteriormente, em alguns dos meus artigos, que ele foi uma das melhores figuras da política do estado. Fundador do Partido Social Democrático (PSD), ao lado do tio Ubaldo Bezerra de Melo e do pai, professor Severino Bezerra de Melo. Médico e alto funcionário da Fazenda Federal foi um deputado respeitado pela sua inteligência e capacidade. Em 1950 aliou-se a Dix-sept Rosado, elegendo-se novamente para a Assembléia Legislativa. Em 1947 tinha sido constituinte estadual. No governo de Silvio Pedroza foi nomeado prefeito de Natal.

Muito estimado e querido pela população mais pobre da cidade. Homem simples sentava à mesa do rico e do pobre, confraternizava com gregos e troianos, tinha amigos fies nos bairros mais distantes da cidade, cabos eleitorais que não lhe faltavam com apoio em todas as eleições, muito bem votado em Natal, Ceará Mirim e São José de Mipibu.

Boêmio não mudava os hábitos, estivesse ou não no poder, freqüentando os bares e redutos de boêmia da cidade. Em 1955, disputou uma cadeira de deputado federal, pelo PSD, ficando na suplência, assumindo o exercício de agosto a novembro de 1955 e de julho a outubro de 1957.

O seu pai, Severino Bezerra de Melo, um dos maiores educadores do estado, deixou uma lição de vida e de luta em favor da educação e do magistério. Creso foi um seu discípulo, aprendendo as lições de casa, do mestre que foi um exemplo de educador idealista e de cidadão leal aos seus ideais de mestre escola e de permanente devoção à causa do ensino público.

Decepcionado com a política, Creso deixou o Rio Grande do Norte, fixando residência no Rio de Janeiro com a sua família. Na eleição de 1954, disputou uma vaga de deputado federal, licenciando-se da prefeitura. O seu partido não o ajudou. O próprio governador Silvio Pedroza, seu correligionário e amigo, fez vista grossa à luta que empreendera para chegar à Câmara dos Deputados. Apesar de bem votado em Natal, Creso não obteve votação superior aos seus concorrentes de legenda partidária.

Em comentários anteriores, falando sobre Creso e sua decepção com a política e os políticos, citei Balzac que dizia que o bom político não devia se queixar nunca de uma traição. Creso jamais exteriorizava o descontentamento que o afastara da política, embora que outro francês, o grande Voltaire tinha dito que a política tem seu forte antes na perversidade do que na grandeza do espírito humano.

Relembrar Creso Bezerra no centenário de seu nascimento é uma tarefa que muito me agrada, por fazer justiça a um político que honrou o Rio Grande do Norte e o seu povo.

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