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Chevron descobre novos pontos de afloramento

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Rio (AE) – Quatro meses depois do vazamento de óleo no Campo de Frade, operado pela Chevron, foram descobertos novos pontos de afloramento em uma fissura a 1.200 metros de profundidade e a petroleira decidiu ontem pedir a suspensão das operações de produção na Bacia de Campos, no litoral fluminense. A Chevron foi autuada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) por “não atender notificação para apresentar as salvaguardas solicitadas para evitar novas exsudações na área”.
Vazamento da Bacia de Campos, em novembro de 2011, mostrou vulnerabilidades do Pré-Sal
O termo vazamento foi evitado inclusive pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com o órgão ambiental, “em princípio não se trata de um novo vazamento, uma vez que o poço não estava operando”. “Segundo informações preliminares, ocorreu um afloramento de óleo, provavelmente decorrente do vazamento registrado em novembro de 2011”, acrescentou o Ibama.

Questionado sobre a dimensão do problema, o diretor de Assuntos Corporativos da Chevron, Rafael Jaen, disse que cálculos iniciais apontavam para uma quantidade de apenas 5 litros de óleo. A fissura teria 800 metros de comprimento. Ao contrário do Ibama, o diretor da Chevron descartou que o novo incidente tenha relação com o derramamento de óleo ocorrido no dia 7 de novembro do ano passado. Técnicos da ANP estiveram no Centro de Comando de Crise da Chevron e determinaram a instalação de um coletor no novo ponto de vazamento.

Jaen disse que encaminhou aos órgãos reguladores um pedido de suspensão temporária da produção no Campo do Frade. Segundo a empresa, a decisão foi tomada como medida de precaução. Também foi identificado um rebaixamento do terreno em uma área próxima ao local do vazamento. A Chevron acrescentou que vai realizar um estudo técnico para “o melhor entendimento da estrutura geológica da área”. De acordo com a ANP, a empresa precisa apresentar justificativas técnicas para interromper sua produção

Secretário reclama de falta de transparência

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirmou que faltou transparência após o acidente de novembro e que “ainda há fatos nebulosos” relacionados à empresa. “Trata-se de uma nova situação ou é um rescaldo do vazamento do ano passado? Já tínhamos advertido que o vazamento ocorrido em novembro não havia sido completamente resolvido”, disse Minc. “Além disso, a causa do acidente não foi completamente esclarecida. Naquela época, a Chevron foi informada de que havia uma fissura no fundo do mar. A empresa fez o encapsulamento de apenas parte da fissura, quando o correto era ter feito em toda a área”, acrescentou o secretário.

Jaen disse que a fissura foi encontrada na última terça-feira e que, em seguida, a companhia instalou um sistema para capturar as “bolhas de óleo” que vazaram. A fissura está localizada a três quilômetros de distância do vazamento anterior. O diretor da Chevron afirmou que ela fica em uma área onde a companhia não realiza perfurações.

Desde o acidente de novembro, a Chevron foi autuada três vezes pela ANP. A produção total do Campo de Frade atualmente é de aproximadamente 61.500 barris/  dia. A Chevron parou a produção de um poço em dezembro e suspendeu a reinjeção de água em quatro poços do campo. A Chevron tem 51,74 % de participação no Campo de Frade. Os outros parceiros são a Petrobras (30%) e a Frade Japão Petróleo. Apesar dos últimos problemas, a petroleira americana informou que não pensa em alterar seus investimentos no País.

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