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Cinquenta anos de conversas literárias

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Yuno Silva – repórter

Há quase meio século, a produção literária no Rio Grande do Norte vem merecendo um olhar crítico do escritor e – acima de tudo – leitor Manoel Onofre Jr. Autor de quase três dezenas de títulos, entre obras de contos, crônicas, ensaios e organização de antologias, Onofre Jr acumula experiência suficiente para ser visto como referência por quem deseja conhecer um pouco mais sobre as letras potiguares. Foi a partir dessa possibilidade, de apresentar uma visão particular do escritor, que o editor e pesquisador Thiago Gonzaga resolveu materializar o livro “Literatura Etc. Conversas com Manoel Onofre Jr” (R$ 25, 119 páginas), a ser lançado amanhã, às 18h, na livraria Nobel Salgado Filho. A publicação é o segundo volume que sai com a chancela do selo/blog 101 Livros do RN.
Na biblioteca do entrevistado, o pesquisador Thiago Gonzaga e o escritor e crítico Manoel Onofre Jr.
“O livro, vale ressaltar, não é sobre a vida de Manoel Onofre Jr, e sim sobre a literatura potiguar; e se não estou enganado, este é o primeiro título com entrevistas de uma única pessoa publicado aqui no Estado onde o enfoque ressalta aspectos da produção literária local”, acredita Thiago Gonzaga.

“Vejo esse projeto como uma ousadia do Thiago por ser baseado no formato perguntas e respostas”, analisa Manoel Onofre Jr, que não encara o trabalho como uma homenagem. “Achei interessante as entrevistas enfocarem a literatura do Rio Grande do Norte. Então, acredito, que o livro é destinado àquelas pessoas que se interessam pelo assunto”, disse com humildade Onofre Jr, bem acomodado em sua biblioteca particular.

Além dos 70 anos do escritor e seus 49 anos de dedicação à literatura papa-jerimum, “Literatura Etc.” também evidencia as três décadas do livro de contos “Chão dos Simples”, um dos mais importantes da trajetória de Manoel Onofre Jr que chegou a ser adaptada para o teatro em 1997 pelo ator Lenício Queiroga (1951-2009) – a dramaturgia criada por Queiroga ganhou versão impressa ano passado, projeto bancado pelo próprio Manoel Onofre Jr.

“Este livro também representa um encontro de gerações”, acredita o editor Thiago Gonzaga, que passou cinco meses debruçado sobre o livro. Gonzaga foi buscar as entrevistas que recheiam “Literatura Etc.” em jornais de Natal e Mossoró. “Tinham muitas entrevistas falando da vida dele, mas priorizei as que enfocavam a literatura potiguar de maneira ampla”, ressaltou. Boa parte do material estava arquivado pelo próprio ‘personagem’, fato que facilitou o trabalho de pesquisa. O livro é composto por sessão de entrevistas, bibliografia e iconográfica.

Serviço: Lançamento do livro “Literatura Etc. Conversas com Manoel Onofre Jr.” (101 Livros do RN), organizado por Thiago Gonzaga. Quinta-feira (31), às 18h, na Livraria Nobel Salgado Filho. Preço: R$ 25, 119 páginas.

REENCONTRO COM O PASSADO

O encontro dos dois era questão de tempo: “Disseram-me que Thiago tinha esse blog sobre livros de autores do RN, e vi que ele possuía várias edições que hoje estão esgotadas – inclusive a primeira de ‘O caçador de Jandaíras’ (1987). Então coincidiu de um estar procurando o outro”, lembrou Onofre Jr. Por sua vez, Thiago Gonzaga explicou que “queria parabenizá-lo” pelo livro publicado em 1987: “Foi um dos primeiros livros que li dele”, recorda.

Para Manoel Onofre Jr, “Literatura Etc.” também significa um reencontro com o próprio passado. “Montei o livro de forma cronológica, então realmente tem esse tom memorialista”, reconhece o editor. Desembargador aposentado, Onofre Jr foi aluno de Câmara Cascudo na Faculdade de Direito e manteve contato com o editor Carlos Lima (da Clima) e autores consagrados como Homero Homem, Zila Mamede e Bartolomeu Correia de Melo. “Organizei várias antologias e sempre que acrescentava um poema de Zila Mamede; ela fazia questão de conceder autorização pessoalmente”, disse.  Onofre Jr também trabalha na reedição – revista e ampliada – do livro “Espírito de Clã” lançado originalmente em 1997. “A ideia é fazer uma edição mais caprichada, com fotos. É um livro de interesse familiar, que também trata da cidade de Martins onde vivi minha infância.”

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