quarta-feira, 24 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Clima será prioridade em encontro

- Publicidade -

Nova York (AE) – O encontro que os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama terão hoje, em Washington, deverá terminar com o anúncio de um ambicioso programa de reflorestamento no Brasil, que contribuirá para a redução de emissões e sinalizará o compromisso do país com o sucesso da conferência do clima marcada para dezembro em Paris.  Dilma realiza visita de Estado a convite de Obama.  Terminar a visita com uma declaração forte sobre o assunto ambiental é prioritário para Obama, que pretende deixar um legado em torno do combate ao aquecimento global.

A visita marca a retomada da relação entre os dois países, abalada com a revelação de que a agência de espionagem americana, a NSA, monitorou comunicações de Dilma. A presidente cancelou visita de Estado que faria a Washington em outubro 2013, gesto que congelou grande parte da interação entre os dois governos.
Dilma Rousseff e Barack Obama: Visita marca retomada de relações, após espionagem americana
Com a economia em recessão, a viagem também é uma tentativa de Dilma de buscar novas fontes de crescimento e resgatar a credibilidade de investidores internacionais. Para os americanos, a reconstrução dos laços com o Brasil é uma peça importante na política para a América Latina.

Emissões
Dilma indicou ontem que poderia aceitar o anúncio de metas de redução de emissões, algo que os americanos gostariam de ver. “Este ano você tem a COP 21 e dentro da COP 21 nós pretendemos fazer anúncios conjuntos, o Brasil e o governo americano”, declarou, usando a sigla pela qual a conferência do clima de Paris é conhecida. Perguntada se haveria a divulgação de metas específicas, respondeu “essa é a ideia”. Em seguida, ressaltou: “Veja bem o que eu disse: ideia”.

O Brasil ainda não apresentou seus compromissos de corte de emissões para o encontro e resiste a fazer isso no âmbito de uma reunião bilateral com os Estados Unidos. Os americanos gostariam que a visita de Dilma terminasse com um anúncio semelhante ao que os EUA e China realizaram no ano passado. Durante viagem do presidente americano a Pequim, os dois países assumiram o compromisso de reduzir emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Os dois presidentes terão uma reunião de trabalho na manhã de hoje, na Casa Branca. Em seguida, darão uma entrevista coletiva, na qual devem anunciar os acordos fechados entre os dois países. Os americanos fizeram um gesto de boa vontade ontem, ao anunciar a abertura de seu mercado às importações de carne in natura do Brasil, colocando fim a um bloqueio de 15 anos.

Primeiro dia teve protesto e jantar na Casa Branca
Do Estadão Conteúdo

A presidente Dilma Rousseff e comitiva foram alvo de protestos quando deixavam, em comboio, a Blair House, residência de hóspedes oficiais do governo norte-americano, em direção a um jantar na Casa Branca. “Fora Dilma. Fora Lula. Fora PT”, gritavam quatro manifestantes, posicionados atrás de grades de isolamento, a mais de cem metros de distância. O jantar na Casa Branca foi o segundo compromisso de Dilma em Washington.

Em um compromisso que não constou da agenda oficial dos dois presidentes, Dilma foi recebida por Obama na Casa Branca, e, em seguida, os dois seguiram no mesmo carro para uma rápida visita ao memorial de Martin Luther King, que durou menos de dez minutos. O memorial teria sido escolhido para abrir a visita oficial porque Luther King lutou por igualdade, justiça, no combate ao racismo e à intolerância, valores compartilhados pelos dois países.

O jantar foi servido no salão azul da Casa Branca. Pelo menos oito ministros acompanharam Dilma no jantar.

Nesta terça-feira, 30, o primeiro compromisso dela será às 10 horas, quando se reúne com Obama, no salão Oval, tira fotos e inicia sessão de trabalho. Depois do encontro, será recebida em um almoço para 200 pessoas promovido pelo vice-presidente dos EUA, Joe Biden. Depois, ela embarca para San Francisco, onde terá uma agenda voltada para a inovação e tecnologia.

Na visita aos EUA devem ser adotadas uma série de medidas de simplificação e facilitação do comércio bilateral. Na estimativa do governo brasileiro, as mudanças têm o potencial de aumentar em 10% os embarques do Brasil para a maior economia do mundo. No ano passado, o comércio bilateral foi de US$ 62 bilhões, uma fração dos quase US$ 600 bilhões registrado entre os EUA e a China.

A visita à Washington é uma tentativa do governo de reverter a onda de más notícias e emplacar fatos positivos. A previsão é de que 15 acordos de cooperação sejam assinados.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas