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Co-leito é prejudicial ao sono das crianças

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Brasília (Ag.Notisa) – Os distúrbios do sono mais frequentes na infância são os múltiplos ou prolongados despertares durante a noite, dificuldades de colocar a criança para dormir e o co-leito (dormir junto com os pais). Segundo Iná Santos, Denise Mota e Alicia Matijasevich, pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, esses problemas também podem afetar os relacionamentos familiares, alterando os hábitos de sono dos pais, levando ao estresse e a outras condições relacionadas à privação do sono.

No estudo “Epidemiologia do co-leito e do despertar noturno aos 12 meses de idade em uma coorte de nascimentos”, elas explicam que o sono adequado na infância é importante para o crescimento, o desenvolvimento emocional e comportamental, assim como para a aquisição das funções cognitivas, de aprendizado e atenção. Elas lembram ainda que o desenvolvimento cerebral, juntamente com a neuroplasticidade, ocorre nos primeiros anos de vida, sendo a duração do sono um dos fatores importantes nesta etapa.

A pesquisa foi realizada com 3.907 crianças e foi publicada nos Archivos de Pediatría del Uruguay (edição junho/2010). Seus resultados mostram que a prevalência de co-leito aos 12 meses foi de 45,8% na população estudada. Ele foi maior entre as mães de baixo nível socioeconômico, menos escolarizadas, mais jovens e entre crianças que acordam à noite. “As mães que trabalharam fora durante a gestação relataram co-leito menos frequentemente do que as que não trabalharam (respectivamente, 30,4 e 49,9%). O co-leito foi mais frequente entre as crianças nascidas de parto normal”, explicam.

Já a prevalência de despertar noturno, segundo o estudo, foi de 46,1%. Esse distúrbio foi mais frequente entre os meninos e entre filhos de mães com maior paridade, e menos frequente entre mães que trabalharam fora durante a gravidez.

Alimentação

A pesquisa também mostra que, geralmente, eram as mães que faziam as crianças dormir (77,7%) e quem as atendia nos despertares noturnos (87,1%). Um terço das mães (33,6%) considerava que as crianças demoravam a adormecer. Mais da metade das crianças (59%) recebia alimentação de madrugada, a maioria leite materno. Apenas 16,1% das mães relataram que a qualidade do sono da criança atrapalhava seu bem-estar.

De acordo com as mães, na maioria das vezes, o sono foi atrapalhado por doenças da criança (53,9%). A erupção dentária foi a segunda causa mais atribuída pelas mães de despertar noturno (12,2%). Praticamente todas as crianças sestearam durante o dia (99%). “Comparando o sono das crianças com e sem co-leito, não se observou diferença quanto à demora em pegar no sono ou à frequência de despertar noturno. No entanto, as crianças com co-leito acordavam todas as noites mais frequentemente e um maior número de vezes por noite do que as sem co-leito”, acrescentam as autoras no artigo.

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