Lausanne (AE) – Se depender das autoridades brasileiras – esportivas ou governamentais -, os contribuintes brasileiros jamais saberão os termos do contrato assinado pelo Rio com o Comitê Olímpico Internacional (COI) em torno das condições e exigências na organização dos Jogos de 2016. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB), por exemplo, já avisou que não tem qualquer intenção de divulgar publicamente o contrato assinado.
Ontem, em Lausanne, na Suíça, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, insistiu que o contrato continuará restrito a poucos. “Trata-se de um contrato sigiloso”, declarou o dirigente, sem dar qualquer tipo de justificativa.
Pelo contrato, ao qual a reportagem teve acesso, o COI tem superpoderes, como imunidade judicial e total isenção de impostos, pontos que foram confirmados pelos próprios delegados da entidade. Mas nem o vazamento do documento fará Nuzman mudar de ideia.
A decisão do COB descumpre uma promessa que a prefeitura do Rio havia feito em 2009,. Na ocasião, a assessoria do prefeito Eduardo Paes garantiu que o texto do acordo seria divulgado naquela mesma semana. Isso acabou nunca ocorrendo. E agora Nuzman enterrou toda a possibilidade de transformar o texto em um documento público. A decisão ainda vai contra a tendência nos últimos anos.